Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Armando Manuel Ribeiro de Miranda Machado Empresário Ovar, Portugal 694

Encontro nos dicionários online os verbos irmanar e o seu antónimo desirmanar.

Encontro também a palavra irmanação, mas "desirmanação" já me é dada como inexistente.

Podem esclarecer-me?

Muito obrigado.

Ana Correia Estudante Braga, Portugal 1K

Antes de mais, como utilizadora frequente do Ciberdúvidas, gostaria de agradecer pelo serviço que prestam.

Na resposta a uma pergunta relacionada com a expressão "por exemplo" (https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/por-exemplo/10225), vi que esta é descrita como uma locução adverbial.

Gostaria, no entanto, de saber se não pode ser igualmente descrita como locução prepositiva, na senda da designação usada no Dicionário Terminológico (http://dt.dge.mec.pt/).

Agradeço, desde já, a atenção que possam dispensar a esta questão.

Nayane Gonçalves Professora de Redação e Gramática Campinas, Brasil 1K

Nos versos de Adélia Prado, há a seguinte construção: «Amor feinho não olha um pro outro

«Um pro outro» [ou «um para o outro»], sintaticamente, é classificado como?

Obrigada desde já!

David Fernandes Tradutor Barcelona, Espanha 1K

Como bem se sabe, o género do nome bebé não está marcado morfologicamente, mas sim sintaticamente através do uso, por exemplo do artigo definido («o bebé»/«a bebé»).

Não obstante, casos há em que não é possível recorrer a essa diferenciação através de um determinante, pelo que é habitual, ainda que também sintaticamente, estabelecer a diferença de género com o recurso à justaposição dos nomes menino ou menina (p. ex.: «Vende-se roupa de "bebé menina”»).

Ainda que seja infrequente encontrar tal composição hifenizada, não estaríamos perante um caso de uma palavra composta através da justaposição de dois elementos de natureza nominal que, além de manterem o seu próprio acento, formam também uma unidade sintagmática e semântica (à semelhança da já lexicografada bebé-proveta), pelo que deveria ser grafada com hífen (p. ex. “bebé-menina”/“bebé-menino”)?

Agradeço, desde já, a vossa resposta e atenção!

Jorge Sousa Revisor Portugal 2K

Antes de mais, muito obrigado pelo vosso trabalho e competência, que ao longo dos anos me têm sido muito úteis. O vosso serviço é uma belíssima escola!

Gostaria de perguntar se é possível utilizar a palavra "capelã" como feminino de capelão.

Tenho procurado – possivelmente mal –, mas não tenho encontrado o termo.

Muito obrigado.

Conceição Soeiro Professora Porto, Portugal 1K

Tenho a dúvida se “obedecido” pode ser um adjetivo ou se é apenas o participo passado do verbo obedecer. Verifiquei no Portal da Língua Portuguesa que a palavra obedecido está como adjetivo.

Podem-me dar exemplos de obedecido como adjetivo, isto é, se a mesma existir como tal.

Obrigada

Xavier Fernandes Técnico superior de reinserção social São João da Madeira, Portugal 1K

Com o novo acordo ortográfico, os meses escrevem-se com letra minúscula. E no caso das ruas com meses no nome?

Por exemplo a «rua 10 de Maio», passa a escrever-se «Maio» com letra minúscula?

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 1K

Examinem-se as seguintes frases:

«Carlota disse ao filho para não voltar à cidade.»

«Ela lhe pediu para não chamá-la de Doquinha.»

«No auge da aflição, seu companheiro gritava-lhe para não sair do lugar.»

Gostaria de saber sobre a legitimidade das orações iniciadas por para. São um caso de contaminação sintática? De coloquialidade? Como analisar esse tipo de orações?

Obrigado.

Flávio Gomes Instrutor de Inglês Pedro Leopoldo, Brasil 2K

Vi  [no Ciberdúvidas] que o verbo perguntar pede objeto indireto.

Porém. o Google apresenta um dicionário exibindo o mesmo verbo como transitivo direto na primeira entrada com o sentido de "fazer pergunta(s) a; interrogar", e cita como exemplo a frase "o detetive perguntou todos os suspeitos". (Para abrir a página, procurar por "dicionário perguntar".)

Gostaria que pudessem explicar o por quê da diferença.

Obrigado!

Lucas Tadeus Oliveira Estudante Mauá, Brasil 1K

Pensava eu que só em Portugal se dizia «Para/a si, de si, por si, consigo» fora do valor reflexivo, mas leio Nelson Rodrigues e tenho uma surpresa com a reprodução dum diálogo:

«Dr. Alceu, reze menos por mim. Se quiser, não reze nada. Mas seja meu amigo. Apenas isso: — meu amigo. E, se insiste em rezar, vamos fazer uma permuta: o senhor reza por mim e eu rezo POR SI.»

A crônica foi escrita em dezembro de 1967, mas o facto deve ter ocorrido uns dez anos antes, pelo que conheço do coleguismo de Alceu Amoroso e Nelson Rodrigues.

A primeira pergunta é: o autor estava imitando um procedimento típico de Portugal ou já existia no Rio à época? Fico um tanto dúbio porque até a primeira metade do século XX lá ainda se usava a segunda pessoa do singular corretamente. Quando surgiu este valor do pronome si em Portugal? Isto é, quando deixou de ter só valor reflexivo?