Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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José Gilberto Tristão de Almeida Filho Médico Franca, Brasil 950

Habitualmente, considera-se rima rica aquela na qual as palavras rimadas pertencem a categorias gramaticais diferentes.

Ocorreu-me uma dúvida no que diz respeito às locuções. Por exemplo: um substantivo e uma locução adverbial terminada por substantivo seriam, para efeito de classificar uma rima, consideradas categorias gramaticais diferentes?

Em outras palavras, a rima de um substantivo com uma locução adverbial terminada por um substantivo é considerada rima pobre ou rima rica?

Por exemplo: a rima de colheita (substantivo) com «à direita» (locução adverbial) é considerada rima pobre ou rima rica?

Isabel Guilherme Professora Portugal 2K

Na frase «Ficámos ambos contentes», qual é o sujeito e o predicado?

Considera-se sujeito nulo ou a palavra ambos desempenha a função de sujeito?

Obrigada.

Miguel de Azevedo Técnico superior Porto, Portugal 2K

A propósito do misterioso objecto que tem, nos últimos dias, aparecido e desaparecido nos EUA reparei na grafia monólito, que me era até aqui desconhecida, uma vez que sempre disse/escrevi "monolito" — sem a tónica na segunda sílaba e sem acento agudo.

Pergunto se esta norma será recente já que trabalhos académicos que encontrei, em português europeu, usam da grafia "monolito". E, pela mesma lógica, escrevemos "monografia" e não "monógrafia" ou, se quisermos, "monocelha" e não "monócelha". "Megafone", e não "megáfone", etc etc.

Uma pedra/pedra única, mono + lito, "monolito".

O que me está a escapar?

 

 O consulente adota a ortografia de 1945.

Hélia Galvana TEFL Faro, Portugal 2K

Por que razão catarse se pronuncia "catarZe" e não "catarSe"?

Nelson Silva Professor Albergaria dos Doze, Portugal 794

No conto a “A Lua” de Jacob e Wilhelm Grimm, encontramos «Velhos e novos alegraram-se quando a nova lanterna começou a estender a sua luz…».

Existe uma metáfora na expressão «a nova lanterna»?

Franqueira Neto Jornalista Macau, Região Administrativa Especial de Macau – China 1K

Costumo aplicar o termo «grandes (ou pequenas) dimensões», no plural, para coisas mensuráveis em termos espaciais, já que a largura, altura, etc. corresponderiam, cada uma, a uma dimensão; e, por outro lado, «grande (ou pequena) dimensão», para coisas que não se medem dessa forma.

Por exemplo: «um móvel de grandes dimensões», mas «um ataque aéreo de grande dimensão».

Recentemente, tenho-me deparado com um uso diverso, nomeadamente um caso em que se falava em «contentores de lixo de grande dimensão».

Isto é correcto ou fazia sentido a distinção que tenho vindo a aplicar?

 

 O consulente adota a ortografia de 1945.

António Cabral Reformado São Brás de Alportel, Portugal 1K

Junto breve citação extraída do romance Terras do Demo, pp. 180-181, em que consta putreia:

«Ia para quatro meses que não sabia dela… é verdade. Por modos já não havia escrivães no povo! Terra de maldição! Os que aprenderam a rabiscar o nome navegavam, e o padre — esse sujaria as mãos se lhe pedissem duas regrinhas de graça. Ah! Deus tivesse na santa glória o tio Manuel Abade que não precisava que o rogassem duas vezes para escrever a um vagamundo. A malta do Rio, pelo que lhe dissera o Jaime Gaudêncio, ficava toda boa. Boa, mas o Rio já não era o Rio. O italiano e o espanhol tinham derrancado o trabalho. Depois, passagens caras e más. Viera no Malange, um mazombo de paquete que andava à tona como tubarão escaldado como abóbora. À passagem da linha, estivera a deitar a cama das tripas com o afocinhar do calhambeque. Perdesse o nome que tinha se aceitava mais algum dia viajar no francês! Uma putreia, comida para negros, beliches para condenados do Inferno. Boa Mala Real, mas para melhor o alemão. O alemão, batia a tudo o que andava no mar.» Terras do Demo, pp. 180-181

Contudo em Quando os Lobos UivamCasa do Escorpião já se lê como potreia.

Já agora, esta pequena dúvida: «comida para negros». Pretos é regionalismo para porcos. Será que Aquilino Ribeiro se referia a comida para porcos?

Aguardo o vosso comentário, sempre muito apreciado.

Lucas Tadeus Oliveira estudante Mauá, Brasil 1K

Em «Olegário só podia votar contra», é correto terminar a frase com a preposição? Aliás, fora este caso, há exceções para terminar frase com preposição?

Obrigado.

Maria Adriana Almeida Professora Matosinhos, Portugal 1K

Gostaria de saber como classificar a oração iniciada por "sem que" na seguinte passagem de um texto de Hélia Correia:

« Este Sermão revela-se um prodígio, um alto jogo de prestidigitação. Alegoria bem engendrada, sim, porém há muitas alegorias igualmente capazes. Todas servem para que se diga o que se quer dizer sem que se arrisque frontalmente o leitor.»

Parece-me estar presente uma ideia de concessão / oposição...

Estamos perante uma oração subordinada adverbial concessiva ou a uma coordenada adversativa ?

Cristina Silva São João da Talha, Portugal 1K

A seguinte frase, apesar de ter ponto de interrogação, é um pedido.

«Podes dar-me um beijinho?»

Como tal, considero imperativa.

O que me dizem?

Obrigada!