Há três conjugações em português, caracterizadas pela vogal temática. A 1.ª conjugação, de tema em -a-, compreende verbos como amar, saltar, brincar, etc.; a 2.ª, de tema em -e-, compreende verbos como comer, receber, dever, etc; a 3.ª, de tema em -i-, integra verbos como dormir, sorrir, partir, etc. Também os verbos irregulares, segundo Celso Cunha e Lindley Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo, 1984, p. 384) e Evanildo Bechara (Moderna Gramática do Português, 2009, p. 268), se inserem nas referidas conjugações (exemplo: 1.ª conjugação – estar; 2.ª conjugação – fazer; 3.ª conjugação – pedir), com a particularidade de apresentarem modificações no radical ou na flexão, afastando-se dos paradigmas caracterizam os verbos regulares.
No entanto, vem ao encontro da questão da consulente a ideia de certos gramáticos que consideram que o verbo pôr e seus derivados se incluem numa 4.ª conjugação devido à terminação irregular do infinitivo destes verbos, em -or (Cunha e Cintra 1984, p. 430). Mas, ainda assim, Cunha e Cintra (idem, p. 430) e Bechara (idem, p. 268) contrariam esta perspetiva, ao esclarecerem que o verbo pôr, do antigo poer, é um verbo de 2.ª conjugação cuja vogal temática -e- desapareceu no infinitivo impessoal, mas permanece noutras formas do verbo: pus-e-ste, pus-e-mos, pus-e-sse, etc.