A palavra em apreço ocorre normalmente na expressão «ordem de Cister». A sílaba tónica de Cister é a última: "cistér", com é aberto na sílaba final (cf. s. v. Cister, Rebelo Gonçalves, Vocabulário da Língua Portuguesa, 1966). Para a sílaba tónica deste nome ser a penúltima, teria esta de ter na escrita um acento agudo. Não havendo acento gráfico, a palavra, que termina em -r, é interpretada como aguda, tal como os substantivos colher ou mulher.
Este nome deriva do antigo topónimo francês Cistel, hoje Cîteaux, na região da Borgonha, em França (José Pedro Machado, Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa). Na Idade Média, documenta-se em português a forma Cistel (ou Çistel), mas Fernão Lopes (século XV) já usava a forma Cister (idem). Registe-se que o nome também passou para o espanhol, que hoje em dia apresenta Císter, com acento tónico na penúltima sílaba (cf. cisterciense no dicionário da Real Academia Española).
Acrescente-se ainda que Cister é o nome de uma ordem religiosa, «[f]undada no sXI, na Borgonha, [que se expandiu] pelo resto da França e por quase toda a Europa, no sXII, com São Bernardo de Claraval» (Dicionário Houaiss). Em Cister, ou seja, na atual localidade de Cîteaux, localiza-se a abadia que deu origem a esta ordem. O adjetivo cisterciense, derivado de Cistersium, forma latina de Cister/Cîteaux, é o mesmo que «relativo a ou membro dessa ordem», mas também diz respeito a um estilo arquitetónico representado por vários monumentos europeus, entre eles, o Mosteiro de Alcobaça (Centro de Portugal).