Há duas maneiras corretas de pronunciar e escrever o termo em questão: clítoris, que é palavra esdrúxula (proparoxítona); e clitóris, palavra grave (paroxítona).
Não há, por enquanto, a resposta cabal pedida pela consulente, porque a palavra tem assumido pelo menos três formas nos últimos 100 anos. Atualmente, aceitam-se duas formas: clítoris, recorrente na dicionarística, e clitóris, que parece ter começado por ter circulação no Brasil e acabou por se tornar corrente em Portugal, encontrando-se também dicionarizada (cf. dicionário da Academia das Ciências de Lisboa e vocabulários ortográficos). Ambas as formas estão corretas, mas clítoris tem precedência histórica sobre a forma concorrente. Cumpre, no entanto, observar que, do ponto de vista filológico – isto é, do ponto de vista da transposição criteriosa da forma grega original (mesmo esta é uma forma criada tardiamente, já no contexto da linguagem científica internacional, a partir do século XVI) –, a forma mais correta é clitóride1, que hoje tem poucas ou nenhumas ocorrências.
Sobre clitóride, clítoris e clitóris, que significa «pequeno órgão erétil do aparelho genital feminino, situado na junção dos pequenos lábios, na parte superior da vulva» (Infopédia), lê-se no Dicionário Houaiss (2001, s. v. clitor(o)-):
«[...] há quem empregue didaticamente a pronúncia clitóris, mas o sistema acentual grego postula incontroversamente clítoris/clitóride, como, aliás, já recomendavam Aulete, Cândido de Figueiredo e Ramiz Galvão.»
1 Clitóride é a forma que Rebelo Gonçalves, no Vocabulário da Língua Portuguesa (1966), regista como preferível a clítoris. Desta fonte, não consta a forma clitóris.