Comparação: «tanto... quanto»
Qual é a frase correta, e porquê?
«A Fama da mitologia tinha tantos olhos quanto penas.»
«A Fama da mitologia tinha tantos olhos quantas penas.»
«A Fama da mitologia tinha tantos olhos como penas.»
Muito obrigado.
Qual é a frase correta, e porquê?
«A Fama da mitologia tinha tantos olhos quanto penas.»
«A Fama da mitologia tinha tantos olhos quantas penas.»
«A Fama da mitologia tinha tantos olhos como penas.»
Muito obrigado.
Ambas as construções são aceitáveis, como se transcreve em (1) e (2):
(1) «A Fama da mitologia tinha tantos olhos quanto penas.»
(2) «A Fama da mitologia tinha tantos olhos quantas penas.»
Numa estrutura comparativa com os operadores tanto… quanto, o primeiro termo de comparação é formado pelo operador tanto comparativo de igualdade associado ao nome, com o qual concorda em género e número (frase (2)). O segundo termo de comparação é constituído pelo operador quanto seguido de oração. Este operador pode ter uma forma invariável, que pode surgir em estruturas comparativas cujo domínio de quantificação é um nome (3), um verbo (4), um advérbio (5) ou um adjetivo (6):
(3) «Ele comeu tantos bolos quanto a Rita comeu.»
(4) «Ele comeu tanto quanto a Rita comeu.»
(5) «Ele comeu tão lentamente quanto a Rita correu.»
(6) «Ele é tão guloso quanto a Rita é.»
É possível também adotar formas variáveis do operador quanto, quando o domínio de quantificação é um nome, com o qual concorda em género e número:
(7) «Ele comeu tantos bolos quantos a Rita comeu.»
(8) «Ele comeu tantas fatias de bolo quantas a Rita comeu.»1
Isto indica que poderíamos admitir a concordância de quanto com penas («quantas penas»). A frase (2) inclui a elipse do verbo, pelo que a sua forma completa será similar à que se apresenta em (2a):
(2a) «A Fama da mitologia tinha tantos olhos quantas eram as penas.»
Disponha sempre!
1. Para mais informações, cf. Marques in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 2150-2154.