DÚVIDAS

Língua culta ‘vs.’ linguagem publicitária

Antes de qualquer coisa, quero parabenizá-los pelo trabalho que desenvolvem, cooperando para que possamos compreender e utilizar a Língua Portuguesa. E por falar nela gostaria de contar com sua ajuda.

Sou bibliotecária e é comum produzirmos carta, avisos, folhetos etc. Desta vez estamos com um marcador de páginas. Normalmente, emitimos a mensagem e ao final elaboramos uma frase que tenha um sentido informal para quebrar um pouco a seriedade.

Desta vez, estamos trabalhando com um marcador de páginas, onde utilizamos a frase: «Se ligue nestas dicas.»

Neste caso, sabemos que a língua culta ordena que utilizemos o verbo no início.
Porém, considerando a informalidade, a linguagem publicitária podemos utilizar o pronome no início da frase, ou o senhor recomenda o uso da língua culta rigorosamente?

Muitíssimo obrigada!

Resposta

A frase que nos apresenta é aceitável no Brasil, pelo menos, segundo a Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Cintra. Dado que a intenção é «quebrar o gelo» dos formalismos, não vejo porque não se hão-de usar os pronomes objecto directo e reflexo na posição em que ele aparece na fala mais corrente do Brasil – ou seja, antes do verbo («te amo!» – pronome de objecto directo; «me amarro em música» – pronome reflexo).

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