Antes de mais, é preciso afirmar que os usos de pontuação nos casos assinalados não constituem matéria de consenso entre os gramáticos, pelo que o importante será adotar um critério que seja coerente dentro do mesmo texto.
Assim, as locuções conjuntivas correlativas copulativas «não só… mas também» e «tanto…como», sendo usadas com valor aditivo, não levarão vírgula, uma vez que são equivalentes à conjunção e:
(1) «O Rui não só era estudioso mas também muito persistente.»
(2) «Conquistou várias vitórias tanto a nível económico como social.»
Há, porém, quem proponha o uso de vírgula a separar estes constituintes, sobretudo quando as locuções coordenam orações. Em particular, quando as orações coordenadas são longas, o uso da vírgula poderá também ser aconselhável:
(3) «O Rui não só investigou durante anos(,)1 como também elaborou novas teorias.»
(4) «O João tanto trabalhava em casa(,)1 como praticava desporto.»
Já a construção introduzida por «seja…seja», usada como equivalente à coordenação disjuntiva, normalmente, leva vírgula, embora também esta seja visto como opcional em alguns quadros:
(5) «É preciso ser persistente seja nos tempos bons(,)1 seja nos tempos maus.»
Disponha sempre!
1. Colocamos a vírgula entre parênteses como forma de assinalar o seu caráter opcional.