Jesus Cristo e de Alexandre Magno não são exemplos de sequências formadas por um nome e um cognome; o mais que se pode dizer acerca delas é que são constituídas por um nome próprio e um termo com a função de modificador restritivo (na terminologia tradicional portuguesa, um atributo) que passa a fazer parte de toda a expressão apelativa. Já «Jesus, o Salvador» (ou «Jesus, o Cristo», porque Cristo é o mesmo que Salvador) e «Alexandre, o Grande/Magno» correspondem a pares formados por nomes (Jesus, Alexandre) e cognomes («o Salvador», «o Grande»), uma vez que estes têm a configuração de modificadores apositivos (daí a vírgula a separá-los da palavra que modificam).
Para referir a sequência de nome e cognome, não conheço termo da retórica específico. Mas se a pergunta se refere à possibilidade de substituir o nome pelo cognome, ou melhor, à substituição de «um nome de objeto, entidade, pessoa etc. por outra denominação, que pode ser um nome comum (ou uma perífrase), um gentílico, um adjetivo etc., que seja sugestivo, explicativo, laudatório, eufêmico, irônico ou pejorativo e que caracterize uma qualidade universal ou conhecida do possuidor» (Dicionário Houaiss) — então trata-se de uma figura de retórica conhecida por antonomásia.