Certo, como sinónimo do marcador discursivo «não é», é aceitável coloquialmente. O seu uso parece decalcado do right inglês, o que pode ser razão para ser rejeitado pela norma mais purista.
Contudo, observe-se que a tradição normativa tem alguma dificuldade em pronunciar-se sobre marcadores discursivos, porque estes ocorrem sobretudo na oralidade, que está mais exposta a fenómenos da moda (como foi o caso da interjeição chau ou tchau, que acabou por enraizar-se). Deste modo, torna-se difícil impor interdições numa modalidade de língua caracterizada justamente pela maior liberdade decorrente da comunicação que se estabelece num dado momento.
Do ponto de vista da linguística (ou, melhor, da sociolinguística) — e já fora do âmbito da produção de juízos normativos —, muito depende também da atitude do falante perante fenómenos sociais como a moda, o que se traduz, por exemplo, no contraste entre o falar cheio de inovações que constitui a gíria juvenil e o falar mais conservador dos mais velhos — questão que nos conduz ao problema dos registos e da variação da língua em função de vários estilos de comunicação.