Todas as construções das oito frases apresentadas são possíveis e corretas.
Embora possa parecer estranha a diversidade de situações, a realidade é que são possíveis construções de infinitivo flexionado e não flexionado, assim como preposicionado ou não, devido ao facto de se tratarem de casos dependentes do verbo sensitivo/percetivo ver [o que se aplica, também, ao verbo ouvir].
Tanto o verbo ver como o verbo ouvir, enquanto verbos percetivos, podem selecionar vários tipos de completivas (cf. Mira Mateus et alii, Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho, 2003, pp. 640-645):
— completivas com infinitivo flexionado, de que são exemplos as frases:
— completivas com infinitivo não flexionado cuja construção «se carateriza por o verbo da completiva ocorrer no infinitivo não flexionado e por o sujeito da completiva ocorrer em acusativo [...], propriedade esta que levou a que a construção tenha recebido a denominação de marcação de caso excecional ou de infinitivo com sujeito acusativo» (idem, p. 642), de que são exemplos as frases:
— completivas com infinitivo gerundivo, que se devem ao facto de os verbos percetivos poderem selecionar como complemento frases infinitivas preposicionada que são parafrareáveis por frases em que ocorra o gerúndio na completiva. Devido à «comutabilidade entre infinitivo preposicionado e gerúndio nesta construção, a tradição gramatical luso-brasileira denomina-a construção de infinitivo gerundivo» (idem, p. 643). São exemplos deste caso as frases:
Estas construções, que implicam o complexo preposição a-infinitivo e que têm traços aspetuais semelhantes aos do gerúndio, são também denominadas Construções de Infinitivo Flexionado (idem).
Nota: É de referir que a grande maioria das completivas não finitas, como é o caso das «denominadas infinitivas canónicas podem exibir o verbo no infinitivo não flexionado ou no infinitivo flexionado» (idem, p. 623).