Consultando dicionários como Aurélio e Houaiss, percebi que a palavra "veredito" (grafada sem C) não existe ou, pelo menos, não está devidamente dicionarizada, pois é registrada apenas a variante "veredicto".
No Brasil é mais comum ouvir a palavra pronunciada como [vere'ditu] ou [viri'ditu] onde o C nunca é pronunciado.
Estaria essa pronúncia realmente correta, visto que por aqui não se costuma conservar este tipo de consoante quando não é articulada?
Com a entrada em vigor do acordo ortográfico, ortóptica não se deveria passar a escrever ortótica?
Agradecendo antecipadamente a atenção dispensada.
Segundo a base IX, ponto 4, do texto do novo Acordo Ortográfico: «É facultativo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretérito perfeito do indicativo, do tipo amámos, louvámos, para as distinguir das correspondentes formas do presente do indicativo (amamos, louvamos), já que o timbre da vogal tónica/tônica é aberto naquele caso em certas variantes do português.»
Pergunta 1: A colocação facultativa deste acento restringe-se a um determinado espaço geográfico (Brasil, por exemplo), ou é para todos os países lusófonos?
Tenho lido opiniões que defendem que a possibilidade de não colocar este assunto distintivo é apenas para o Brasil. Custa-me a crer que seja assim, uma vez que no Norte (aqui é com maiúscula, não é?) do país é frequente o timbre fechado para ambos os tempos: presente e pretérito perfeito.
Pergunta 2: O Acordo Ortográfico consagra, entre muitas outras, a dupla grafia infeccioso/infecioso. Em Portugal, podemos escolher usar uma ou outra (como em sector/setor)?
Que instrumento de consulta me sugerem para esclarecer, no caso das duplas grafias, qual o espaço geográfico onde se aplica cada uma delas?
Antecipadamente agradecido pela atenção.
Prevê o novo acordo ortográfico, na sua Base XIX, 1, f), que «A letra minúscula inicial é usada nos axiónimos/axiônimos e hagiónimos/hagiônimos (opcionalmente, neste caso, também com maiúscula): senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel Mário Abrantes, o Cardeal Bembo; santa Filomena (ou Santa Filomena)».
A questão prende-se com o uso de abreviaturas nestes casos, quer quando obrigatórios, quer quando opcionais. Devem também grafar-se em minúsculas?, de onde teremos: «sr. dr. Joaquim da Silva», «s. António», etc.
Agradeço a atenção.
De acordo com o novo acordo ortográfico, o verbo há (intenção de ir) deixa de estar ligado por um hífen à palavra de. Duas (três) questões:
— Que fazia o hífen quando se ligavam as duas palavras pelo hífen? O hífen não liga as duas palavras porque se escrevem sempre as duas juntas?
— Como se vai distinguir a «intenção de ir» do há de haver, «ter»?
Obrigada.
Gostaria de saber se os topónimos portugueses Tróia e Vila Nova de Foz Côa vão perder os respectivos acentos gráficos tendo em conta as regras do novo Acordo Ortográfico (AO 90).
Grata pela atenção.
Os seguintes prenomes estariam de acordo com a ortografia atual da língua portuguesa: Susana, Marisa, Isilda, Isildinha, Ivã, Argemiro?
Muito obrigado.
O Acordo Ortográfico de 1990 removeu os hifens de "dona-de-casa"? Em caso afirmativo, qual a regra geral que vigora em casos como este?
Gostaria de saber se o apóstrofo é correto no novo acordo ortográfico nos seguintes casos:
p´ra (pra); ´tá (está); ´tô (estou); ´stamos (estamos); co´a (com a); co´os (com os); d´amor; d´esperar; d´espada, etc.
São essas as minhas principais dúvidas em relação ao apóstrofo. Porém, se tiver algo mais que eu deva saber, ficarei grato se me disserem também. Obrigado!
Após a promulgação do Acordo Ortográfico (2008), no Brasil e nos países lusófonos, observei, quanto à palavra pé de moleque, agora, grafada sem hífen, o seguinte:
(1) A palavra pé de moleque, sem hífen, portanto, seguindo as prescrições da base XVI do Acordo Ortográfico (1990), lematizada como entrada (lema) na página 964 do Dicionário Escolar da Língua Portuguesa [Como a nova ortografia da língua portuguesa] (2.ª ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional 2008).
(2) A palavra pé de moleque, sem hífen, portanto, seguindo as bases do Acordo Ortográfico, lematizada como subentrada na página 1453 do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa [Com a nova ortografia da língua portuguesa] (Rio de Janeiro: Instituto Houaiss de Lexicografia/Objetiva, 2009). Vale lembrar que como subentrada é classificada como locução e não substantivo masculino ou palavra composta.
(3) Na página 631 do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) [da Academia Brasileira de Letras, ABL], pé de moleque aparece sem hífen, com status de entrada, seguindo, também, as bases do Acordo Ortográfico e classificada como substantivo masculino.
As duas ocorrências, no meu entendimento, tais implicações importantes para a lexicografia e análise linguística da unidade léxica pé de moleque: a) como entrada, deve ser, morfologicamente, classificada como substantivo composto e b) como subentrada, deve ser, morfologicamente, classificada como locução nominal.
Quem tem a palavra final: O Instituto Houaiss, ou a ABL? Como trata da questão no âmbito do ensino de gramática na escola?
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
Se pretende receber notificações de cada vez que um conteúdo do Ciberdúvidas é atualizado, subscreva as notificações clicando no botão Subscrever notificações