DÚVIDAS

O uso de alguns e de uns
Deparei-me com um ensaio* ["Contextos de uso do indefinido plural uns/umas em contraste com alguns/algumas"] no website da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e um dos pontos foi que há casos em que alguns podem ser utilizados antes da numeração e expressões como tempos/quantos, em vez de uns. Os exemplos foram: «O Massimo esteve dentro do hotel alguns três minutos.» «Agora, só numa semana são alguns quatro ou cinco.» Assim como «Mas, de alguns tempos para cá, tenho descoberto alguns pontos em que, quase por milagre, ela sobreviveu». «Mas, apesar de tudo, apesar de o nosso maoísmo não ter passado de um amo que de má consciência de alguns quantos filhos-família e militares especialistas em guerra psicológica contra os pretos, mantém-se, claro, a questão moral.» Gostaria, então, saber se isto é gramaticalmente correto. Se alguém escrever «Estou aqui algumas cinco vezes por dia» e «O cunhado da vítima afirma que "viviam a alguns 100 metros um do outro, mas até se falavam e nunca discutiram os dois"», então, é incorrecto [construir estas frases de acordo com o artigo em causa], mas as frases «Agora, só numa semana são alguns quatro ou cinco» e «O Massimo esteve dentro do hotel alguns três minutos» estão corretas. Porque é que alguns funciona nos últimos exemplos mas não nos primeiros? Qual é a diferença? Fico muito grato pelas suas respostas.
Topónimos estrangeiros no Brasil e em Portugal
Há, notadamente, diferenças na grafia dos nomes dos países e das cidades no Brasil e em Portugal, como Irã e Irão; Moscou e Moscovo, Liechtenstein e Listenstaine/Listenstaina. Gostaria de saber o verdadeiro porquê disso. Parece-me – mas não sei se estou certo disso – que as formas europeias são tentativas de um aportuguesamento maior, para talvez enfatizar o gênero do nome do país, e que as formas brasileiras são, limitadamente, tentativas de aproximar a grafia e a fonética da forma local. Estou certo disso? Qual o verdadeiro motivo dessas diferenças? Obrigado.
A coocorrência das duas formas de mais-que-perfeito (simples e composto)
Há alguma tendência para considerar o mais-que-perfeito simples «mais passado» do que o mais-que-perfeito composto ou vice-versa? Por exemplo: «O Manuel foi dar uma volta de automóvel; antes disso, tinha lavado o carro; ainda antes, estivera a pensar no que havia de fazer» ou «O Manuel foi dar uma volta de automóvel; antes disso, lavara o carro; ainda antes, tinha estado a pensar no que havia de fazer»? Obrigado.
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