O significado de constipado em português
Quando eu era menino e moço, uma constipação era algo que assim era chamado quando existia mucosidade no nariz, acompanhado de um estado mais ou menos febril.
Se passava dois dias sem obrar, tinha prisão de ventre.
Mais tarde, já no secundário, na disciplina de Inglês, aprendi o termo constipation, equivalente a «prisão de ventre» em português.
Hoje, é vulgar ver escrito e ouvir constipação na aceção de prisão de ventre desde então.
Pergunto: que vocábulo devo hoje usar para me referir à constipação dos meus tempos de menino e moço?
A sintaxe do nome entrevista
Começando por agradecer o ótimo e muito útil trabalho do Ciberdúvidas, que consulto muitas vezes, peço que me esclareçam, por favor, sobre a forma correta de referenciar uma entrevista.
Imaginando que o jornalista Santos entrevistou o ministro Silva, devemos referir a situação como:
– Entrevista do ministro Silva ao jornalista Santos
ou
– Entrevista do jornalista Santos ao ministro Silva?
Muito obrigada.
O pronome eu, oração relativa e modo verbal
Eu tenho um desacordo com alguém que escreveu a frase seguinte:
«Necessitam de professores tão comprometidos quanto eles, que valorizem seu tempo.»
Eu discordo com "valorizem", pois se eu reescrevesse a frase com "mim", usaria "valorizo" no modo indicativo:
«Necessitam de mim, tão comprometida quanto eles, que valorizo seu tempo..»
Porém, para ser mais claro, eu poderia reescrever a frase com o verbo "ser", assim, por exemplo:
"Necessitam de mim, tão comprometida quanto eles, (e) que sou/seja/fosse responsável o suficiente para ajudá-los.»
Poderiam me dizer se realmente não somente o subjuntivo da frase original é válido ou não.
E meu exemplo é gramaticalmente idêntico, sabendo que nesse último exemplo ou variação da frase, eu usaria "sou"?
Obrigado pela atenção.
A concordância de cabisbaixo e boquiaberto
Gostava de ver uma pequena dúvida esclarecida em relação ao adjetivo "cabisbaixo".
Quando se diz que alguém ficou cabisbaixo perante uma repreensão, o mesmo deve concordar em género com o sujeito? Não sei se me faço entender, por isso, trago-lhes duas frases como exemplo, embora não tenha a certeza de estarem corretas...
(1) Alertado pela intervenção do seu pai, completamente imóvel, Pedro permaneceu cabisbaixo (ou cabisbaixa?).
(2) A Joana era uma criança que tendia a envergonhar-se. Sempre que um estranho lhe perguntava algo, permanecia cabisbaxa e coradíssima.
A minha dúvida surge pelo significado da palavra em si [«de cabeça baixa»], ou seja, referente à postura do sujeito – cabeça – e não ao seu género...
Neste sentido, quando se usa o feminino ou o masculino?
A mesma dúvida surge também com a palavra boquiaberta/o...
Podem elucidar-me com algum exemplo, por favor?
Desde já, agradeço imenso qualquer explicação que me possam dar!
Infinitivos coordenados e concordância do verbo ser
Na frase «Ser amado e ser egoísta são coisas diferentes»:
1) Quantas orações há frase?
2) Os termos «ser amado e ser egoísta» são orações subordinadas substantivas subjetivas?
3) Caso sejam subjetivas, por que o verbo da oração principal está na terceira pessoa do plural são?
Obrigado.
Neologismos e estrangeirismos
Li diversos textos sobre o assunto (inclusive um dos Senhores) e, com a leitura dos textos, fica claro que o entendimento é: neologismo é uma coisa, e estrangeirismo é outra.
Porém... bate uma dúvida cruel: quando aportuguesamos uma palavra, não estamos diante de um neologismo?
Não dá para entender xampu, que é da gente como estrangeirismo.
O gramático Fernando Pestana cita que alguns gramáticos consideram os estrangeirismos como neologismos:
«Além disso, muitos gramáticos entendem que os estrangeirismos são neologismos, uma vez que palavras novas (mesmo que estrangeiras) podem ser incorporadas à nossa língua.»
Entretanto eu nunca vi esses gramáticos! Na gramática do autor citado, ele também faz a distinção de um termo para outro e cita também que o estrangeirismo também pode ser adaptado, ou seja, ele parece ser contrário a minha "estranha" visão.
Obs.: Até a palavra estrangeira, quando passa a ser usada de maneira inédita pelos falantes de português, eu acho que pode ser uma espécie de neologismo.
Podem me ajudar?
A expressão «à memória»
Sei que o tema já foi aqui trazido, mas sem contextualização.
Tenho, infelizmente, passado algum tempo num determinado cemitério e tenho ficado intrigada com o facto de as lápides das campas e dos ossários dizerem todas «À memória de».
Contudo, nas placas colocadas nos ossários – em particular, mas não só –, existe a nítida intenção de recordar alguém e não, propriamente, a de homenagear ou dedicar o espaço / a placa a alguém.
Assim, no meu entender, a inscrição mais correta deveria ser «Em memória de» fulano tal, em vez de «À memória de...», mas não tenho encontrado nenhuma que corrobore o meu ponto de vista.
Será que estou enganada?
As expressões «do dia para a noite» e «da noite para o dia»
Sempre ouvi e li a expressão «da noite para o dia». No entanto, topei agora com um «do dia para a noite».
É também uma expressão correta? A outra é mais "consagrada", digamos assim?
Obrigado
Consultar e «fazer consultas»
Deve dizer-se "O médico fez dez consultas" ou "Dez doentes consultaram o médico"?
Em linguagem corrente, diz-se que foi o médico que fez as consultas. Mas, de facto e tecnicamente, são os doentes que, perante um problema de saúde que os aflige, consultam o médico para uma orientação diagnóstica e terapêutica.
Se em vez de dizer "consultei dez doentes", disser "fiz dez consultas", o problema só se agrava.
Qual é a forma correta? Ou ambas são corretas?
Obrigado.
A formação de irresolubilidade
Gostaria de saber se a palavra irresolubilidade existe. Aqui, enquanto «qualidade do que é irresolúvel».
Não encontro em dicionários, com exceção do dicionário online Priberam.
Na Internet, encontro entradas referentes a documentos de natureza académica.
Gostaria de ter a certeza que posso usar o termo.
Muito obrigado.
