DÚVIDAS

«Apertou-me as mãos» (português)
vs. «me lavé las manos» (castelhano)
Estudando espanhol, deparo-me com a construção normativa «me lavé las manos», e ainda, lendo Machado de Assis, deparo-me com a construção «Escobar apertou-me as mãos». Interessante que, no dia a dia, fala-se «apertou (as) minhas mãos» ou «beijou (o) meu rosto», mas então, por causa da construção típica da língua espanhola (sendo ela a norma padrão) e do uso dessa construção na literatura portuguesa, comecei a perceber que também se fala «apertou-me as mãos» ou «beijou-me o rosto» no dia a dia. Por isso, indago sobre essa construção na língua portuguesa e seus aspectos normativos: é possível? É padrão? Ou ainda, qual é a diferença entre «apertou (a) minha mão» e «apertou-me a mão»? Agradeço antecipadamente a resposta.
A pronúncia padrão de corifeu e cacheiro
Gostaria de colocar uma questão que tem que ver com a acentuação de palavras, mais concretamente, leitura de vogais: 1 - A primeira é corifeu. A minha dúvida é se leio "córifeu" (abrindo a vogal), "curifeu" (lendo como "u") ou "côrifeu" (fechando a vogal)? 2 - A segunda é cacheiro (significa «aquele que se esconde», mas também «veste rude, grosseira, gasta»). A dúvida é a mesma: abre-se a vogal "a" ("cácheiro") ou fecha-se ("câcheiro")? Muito obrigado.
O uso da expressão «... tão único» II
Sobre a gramaticalidade da expressão «tão único», encontrei uma resposta no Ciberdúvidas que considera a expressão um "disparate". Não me parece que esta interpretação se ajuste aos dias de hoje e à evolução do adjetivo no nosso idioma e não só: por exemplo, em inglês, tornaram-se comuns expressões como "so unique" (sobre a evolução da palavra em inglês). Se consultarmos os principais dicionários portugueses, vemos que o significado de único já não se resume ao valor absoluto. Constata-se que único também pode significar «excecional», «superior aos outros», «especial», «incomum», etc. Ora, a partir do momento em que admitimos estes significados para único, parece-me que também temos de admitir, pelo menos em contextos "criativos", expressões como "tão único" ("tão especial", "tão superior aos outros", etc.). A comprovar esta tendência, uma rápida pesquisa na Web encontra mais de 100 mil ocorrências de "tão único", designadamente em inúmeras publicações, como livros, revistas, etc. Neste sentido, gostaria de conhecer a vossa opinião atual sobre o tema, agradecendo desde já a atenção.
O uso e a classificação do verbo aprazer
Compreende-se que o verbo chover tenha as suas limitações com referência às conjugações nas diferentes pessoas. Todavia não o compreendo para o verbo aprazer. Quer o Priberam, quer a Porto Editora, registam apenas as terceiras pessoas do singular e do plural. Não estará correto, portanto, referir "apraz-me"? Qual a denominação para este tipo de verbos? Não é este verbo sempre reflexivo? Obrigado.
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