Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Hua Lu Estudante Nanjing, China 36K

Vi uma frase num livro da gramática que dizia assim: «Quem tiver tempo livre e queira fazer um trabalho voluntário pode consultar este site.» Não compreendo o uso do futuro do conjuntivo tiver e do presente do conjuntivo queira. Peço a explicação.

Obrigada.

Jorge Santos Bibliotecário Lisboa, Portugal 5K

Há dias deparei-me com esta frase:

«Atestando a sua importância, alguns anos mais tarde, Simenon veio a ser editado numa coleção autónoma, Romances policiais de Georges Simenon, cujo número de estreia foi o romance O cão amarelo, traduzido por Adolfo Casais Monteiro, publicado previsivelmente em 1939 pela Empresa Nacional de Publicidade.»

O «previsivelmente» foi corrigido para «provavelmente». Porém, não deixei de admitir alguma plausibilidade semântica àquele «previsivelmente». Já que «previvelmente» é «o que se pode prever», e «prever» é, não só «antecipar», mas também «supor» ou «conjeturar». E, sendo assim, aquele «previsivelmente» estaria lá por «de acordo com o que se pode prever/conjeturar». Ou seja:

«[...] cujo número de estreia foi o romance O cão amarelo, traduzido por Adolfo Casais Monteiro, publicado, de acordo com o que [hoje] se pode prever/conjeturar, em 1939 pela Empresa Nacional de Publicidade.»

Gostaria, a este respeito, de obter a vossa opinião.

Obrigado.

Fábio Vasco Operador de call center Quinta do Conde, Portugal 5K

Gostaria de saber se não estará errado a cadeia de supermercados Continente usar o termo Promoçãozão para se referir, em publicidade, a superdescontos. Não deveria ser antes – mantendo o registo informal – promoçãozorra ou promoçãozona, sendo promoção um termo feminino?...

Obrigado.

Ricardo B. Henriques Redator Lisboa, Portugal 13K

Dioniso, ou Dionísio? Hoje em dia toda a gente diz Dionísio, mas em praticamente todos os livros o deus grego do vinho surge amputado de acento e i. Qual é a versão correcta?

Obrigado.

Roziane Martins Estudante São Paulo, Brasil 25K

Gostaria de que esclarecessem uma questão sobre emprego do tempo verbal com que eu e minhas colegas da faculdade de Psicologia sempre ficamos em dúvida .

Algumas colegas defendem que, na introdução de um trabalho acadêmico, se deveria, obrigatoriamente, usar o verbo tão-somente no futuro do presente. Argumentam que, na introdução, se relataria, em breves pinceladas, o que, de forma mais detalhada, se falará futuramente no decorrer do texto de que faz parte a referida introdução. Por exemplo: «O presente trabalho buscará avaliar a capacidade do indivíduo em relação a...»

Pois bem. Se o próprio Camões, na “introdução” de Os Lusíadas (Canto I), escreve «Cantando espalharei por toda parte...», não sou eu certamente que me arriscaria a dizer que elas estão erradas quanto a usar o verbo no futuro.

Mas será que usar o verbo no passado também não estaria correto? Por exemplo: «O presente trabalho buscou avaliar a capacidade do indivíduo em relação a...» Ora, seja na introdução ou não, estamos relatando um trabalho que, na verdade, já foi feito, no passado, em um momento anterior ao texto que estamos redigindo, para formalizar esse trabalho realizado.

Será que não é só uma questão de perspectiva, de decidir em que momento do tempo poremos o enunciador em relação ao fato que ele enuncia e de decidir qual fato afinal importa destacar? Devemos destacar o trabalho realizado, que se formaliza com o texto, ou destacar o próprio texto cujo curso segue após sua introdução?! Fico imaginando também se, com o verbo no passado, o texto ficaria mais discreto, como talvez conviesse a um texto científico. Não se trata de poesia, vale lembrar. Aliás, será que o verbo no passado produziria um efeito de maior certeza sobre o que foi feito, ao passo que o verbo no futuro não, pelo menos no caso em tela?

Muito obrigada.

Eduardo Rofil Aposentado Santos, Brasil 18K

É sempre um prazer, para mim, solicitar sua opinião. Sendo a Rede Globo uma formadora de opinião, não considera o nome da novela Alto Astral ser grafado fora do padrão linguístico, já que após alto sempre haverá hífen, exceção única em altoplano, que aproveito para perguntar se há um porquê para altoplano não ter hífen?

Agradeço a atenção.

Ana António Técnica Palhais, Portugal 5K

Na vossa resposta à pergunta Os graffiti é indicado que graffiti é um estrangeirismo, e que «[e]m português, para designar o mesmo, temos o termo grafito, já existente em dicionários portugueses desde o século XIX, com o significado de "inscrição em paredes ou monumentos antigos" e que ganhou também aquele significado mais recente». O que me deixa com uma nova dúvida: como designar o autor sem recorrer ao estrangeirismo graffiter?

Luís Filipe Quitas Edimburgo, Reino Unido 5K

Vai para 10 anos, fiz-vos uma pergunta no website para a qual, embora vos esteja grato por ma tentarem dar, ainda não obtive resposta satisfatória. Ponho-a outra vez, pedindo que me seja explicado, s.f.f., qual o raciocínio por detrás de [feminismo, e não "femininismo",  ser forma correta] , mas "masculinismo" ser aceitável (?!).

Ana Tavares Atendente Palmeira dos Índios, Brasil 13K

O que significa a expressão «nivelar por baixo»? Gostaria de receber o significado e exemplos do uso dessa expressão.

Desde já agradeço pela atenção.

Fernando Pestana Professor de Português Rio de Janeiro, Brasil 20K

Consultando as regras de concordância, eu me deparei com a possibilidade de, em algumas construções frasais, duas regras diferentes concorrerem.

Por exemplo, existe (1) a regra de concordância quando os núcleos do sujeito são formados por verbos no infinitivo e (2) a regra de concordância quando os núcleos do sujeito composto são ligados por ou. Exemplo: «Escovar os dentes com a torneira aberta ou tomar banho demorado GASTA(M) muita água.»

Afinal, nessa frase, (1) segue-se a regra de concordância do sujeito com verbos no infinitivo, a saber: o verbo deve ficar obrigatoriamente na 3.ª pessoa do singular (gasta), ou (2) segue-se a regra de concordância dos núcleos do sujeito composto ligados pela conjunção ou com valor aditivo, o que levaria o verbo gastar ao plural (gastam)? Em outras palavras, qual das duas regras devemos seguir e qual frase está certa: 1) «Escovar os dentes com a torneira aberta ou tomar banho demorado GASTA muita água», ou 2) «Escovar os dentes com a torneira aberta ou tomar banho demorado GASTAM muita água»?