Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
José Manuel Gomes OAE Ponta Delgada, Portugal 9K

A questão que venho aqui colocar é relativamente ao artigo definido. Sempre que desejo referir um livro, fico com dúvidas em relação ao emprego do artigo, se devo usá-lo ou não. Antes de vos escrever, deambulei pelo vosso site à procura de resposta e até acho que a encontrei. Porém, não sabendo se a regra se poderá aplicar à minha incerteza, decido, mesmo assim, colocá-la.

Em 2008 foi questionado o seguinte: «A respeito da capital de Moçambique, diz-se "o Maputo", ou "Maputo", sem artigo?»

Como resposta, a sra. Maria Regina Costa explicou: «Quando se designa o rio, utiliza-se o artigo, pois os nomes dos rios são precedidos de artigo: «o rio Maputo», «o Maputo». Quando se designa a cidade, a regra geral é a da omissão do artigo.»

Pois bem, esta regra aplica-se quando refiro algum livro quando posso usar simplesmente o título como resposta?

Exemplo:

— Ontem acabei de ler um livro.

— Que livro leste?

A resposta deverá ser: «li "A Casa Negra"» ou «li o/a "A Casa Negra Negra"»? Também fico com dúvidas de como utilizar o artigo definido, porque o próprio título já o contém — "A" — e é feminino. Mas, e no caso de o título se encontrar no masculino, «O Homem Que Perseguia o Tempo», eu deveria responder: «ontem li o "O Homem Que Perseguia o Tempo"», ou devo omitir o artigo "O", uma vez que o próprio título já o contém?

Grato pela vossa atenção.

Sofia Silva Economista Lisboa, Portugal 10K

Gostaria de saber se está correcto usar o advérbio de modo adicionalmente. Penso que este advérbio mais não é do que um aportuguesamento do advérbio de modo additionally.

Agradeço desde já a vossa disponibilidade.

Silvia Seoane Tradutora Caldes de Malavella, Espanha 15K

Fico em dúvida em algumas situações se usar cada ou «a cada» ou se ambos são corretos:

«Receitou xarope, uma colher (a) cada duas horas.»

«Tomar 2 g/dia (a) cada 6 horas, durante 7 a 14 dias.»

Muito obrigada!

André Lobo Engenheiro Lisboa, Portugal 6K

É frequente ouvirmos a expressão «certos e determinados» em diversos contextos.

Recentemente, relativamente ao Código da Estrada, deparei-me com o seguinte texto:

«É proibido o estacionamento nos locais reservados, mediante sinalização, ao estacionamento de determinados veículos.»

Qual a diferença entre «determinados veículos», «certos veículos» e «certos e determinados veículos»?

Marlene Damião Diretora pedagógica Ponta Delgada, Portugal 52K

A dúvida prende-se essencialmente com o uso do ponto e vírgula (;).

Gostaria que me esclarecessem, com base nos exemplos abaixo constantes, o cenário mais correto.

«Objetivos Gerais:

– Divulgar e promover a bebida Bubble Tea na nossa Região.

– Dar a conhecer a história e o processo de produção do Bubble Tea.

– Criar Bubble Teas com produtos regionais.»

«Objetivos Gerais:

– Divulgar e promover a bebida Bubble Tea na nossa Região;

– Dar a conhecer a história e o processo de produção do Bubble Tea;

– Criar Bubble Teas com produtos regionais.»

[Há quem afirme] que, após a utilização de :, deve começar-se uma enumeração com letra maiúscula e no final a aplicação de um ponto. A minha versão é que, após a utilização de :, deve começar-se uma enumeração com letra maíuscula e no final a aplicação de um ponto e vírgula.

[Assim:]

– devo [pensar] que, quando se inicia uma enumeração com letra maiúscula, devo terminar a frase com um ponto?

– devo concluir que, quando se inicia uma enumeração com letra minúscula, devo terminar a frase com um ponto e vírgula?

É assim tão linear esta questão?

Todas as gramáticas que consultei, bem como a Constituição da República Portuguesa, art. 70.º, mencionam que cada alínea abre um parágrafo e começa com letra maiúscula e termina com um ponto e vírgula.

Obrigada.

Ana Amaral Professora Lisboa, Portugal 10K

Qual é (ou quais são) o(s) aumentativo(s) de gaveta?

Clara Rodrigues Reformada Lisboa, Portugal 8K

Porque é que se diz «ir ao toilette» (no masc.) quando toilette é uma palavra feminina?

Obrigada.

Carlos A. Goncalves Estudante de português como língua estrangeira Frankfurt am Main, Alemanha 4K

No espanhol-padrão, as oclusivas vozeadas [b], [d] e [ɡ] são realizadas como aproximantes, isto é [β], [ð] e [ɣ], em posição intervocálica ou antes de certas consonantes. O mesmo processo de debilitamento já foi observado no português europeu e descrito inúmeras vezes por muitos fonetistas, no entanto, eles parecem não concordar no aspecto sociolinguístico deste fenómeno. Enquanto alguns autores sustentam que este debilitamento pertence, sem dúvida, ao português europeu-padrão, outros registam-no como uma pronúncia completamente regional. E alguns não chegam sequer a mencioná-lo. Gostaria de conhecer, por favor, a vossa opinião sobre este assunto, como falantes nativos e bons conhecedores da língua. Seria conveniente adotá-lo, ou não?

Muito obrigado.

Pablo Vázquez Tradutor Madrid, Espanha 7K

A  minha pergunta é sobre o verso do seguinte poema de João Cabral de Melo Neto:

«É a conta menor que tiraste em vida.»

Que quer dizer «tirar uma conta»? «Deitar fora uma conta»? «Retirar uma conta»? Como entender esse verso?

Saudações.

Terrence Fraser-Bradshaw Educador Greater Georgetown, Guiana 10K

Tenho aprendido que, quanto ao superlativo relativo, os adjectivos que terminam em io recebem ii quando há consoante antes: serio-seriíssimo. Mas, no caso de cheio, deve ser, rigorosamente, "cheíssimo" e jamais "cheiíssimo", não?