A minha pergunta tem a ver com a fluência da língua portuguesa, nomeadamente como interligar oralmente as palavras numa frase de modo a que esta tenha um som fluido e sem grandes pausas entre as palavras.
Vim aqui fazer esta pergunta porque começo a olhar cada vez com mais preocupação, especialmente para os jovens, no que diz respeito à forma como se articulam verbalmente e interligam as palavras, nomeadamente as palavras que estão no plural quando a palavra seguinte começa com uma vogal. O que cada vez mais vejo acontecer é que se interligam as duas palavras com o auxílo do som "J" em vez do som "Z".
Usando como exemplo a seguinte frase: «Os amigos da Maria andam de patins ao fim-de-semana.»
O que me ensinaram a fazer para pronunciar correctamente e com fluidez esta frase foi usar o som "Z" para interilgar as palavras quando a anterior está no plural e a seguinte começa com vogal.
A frase, foneticamente, soaria da seguinte forma: «OzAmigos da Maria andam de patinzAo fim-de-semana.»
O que cada vez mais vejo acontecer é usar-se o som "J" em vez do som "Z", e a frase soa da seguinte forma: «OjAmigos da Maria andam de patinjAo fim-de-semana.»
Isto é algo que cada vez me faz mais impressão, porque é cada vez mais frequente acontecer, e não se trata de sotaques nem diferenças na pronúncia nas diferentes áreas geográficas de Portugal. É mesmo uma tendência crescente entre os jovens, inclusive já se vê pessoas (algumas celebridades) a falar assim na televisão, e gostaria de saber se esta forma de falar é, de facto, considerada oficialmente correcta no que respeita a língua portuguesa, em português europeu.
Eis o brilhante trecho final do não menos brilhante conto Marcha Fúnebre, de Machado de Assis:
«Quando veio a falecer, muitos anos depois, pediu e teve a morte, não súbita, mas vagarosa, a morte de um vinho filtrado, que sai impuro de uma garrafa para entrar purificado em outra; a borra iria para o cemitério. Agora é que lhe via a filosofia; em ambas as garrafas era sempre o vinho que ia ficando, até passar inteiro e pingado para a segunda. Morte súbita não acabava de entender o que era.»
Gostaria de saber o significado preciso da última frase («Morte súbita não acabava de entender o que era»). Seria a afirmação da real inexistência de uma morte súbita?
Agradeço desde já o esclarecimento.
Gostaria que me ajudassem a desfazer uma dúvida de há muito tempo: em bom português (de Portugal!), o substantivo mais correto para nomear “aquele que mantém” deverá ser mantedor, ou mantenedor? Os dicionários que consultei acabaram por adensar ainda mais a minha incerteza com cansativa guerra de palcos entre o PT e o BR.
Grato pela ajuda.
Na Idade Média, filhar significava roubar, tirar qualquer coisa a alguém. Em relação a uma tradução que estou a fazer de um livro de história de dinamarquês para português, e dado o contexto, "apetece-me" usar o termo filhar, uma vez que o enredo decorre na Idade Média. Será que me posso permitir o uso de filhar, mesmo que hoje em dia não conste dos dicionários?
Melhores cumprimentos.
Tenho dúvidas:
1) no contexto das habilidades manuais, qual seria a grafia correta: "dichavar"/"dechavar"/"dixavar"/"dexavar"?
2) dada a polissemia do verbo, será que tem jeito certo de escrever?
Os dicionários esqueceram essa palavra. Somente o ligeiro dicionarioinformal.com.br discorre sobre ela.
Aliás:
3) Será uma só, ou são várias palavras?
Muito grato.
Qual a forma correta de escrever a seguinte expressão?
«Bem haja a todos», ou «Bem hajam a todos»?
É comum aplicar a expressão «aviário de coelhos» para designar um viveiro de coelhos.
Esta expressão está correta?
Entendo que aviário é um viveiro de aves.
A criação de coelhos é a cunicultura, e a pessoa que se ocupa dessa criação é o cunicultor. Mas queria saber como se designa um espaço (viveiro) para a criação de coelhos.
Obrigado.
Qual a razão ou razões que justificam a preferência do uso de «junto de» ou de «junto a»?
De há uns anos para cá, tenho observado (nomeadamente na venda de apartamentos) o uso da expressão «em venda», em lugar da habitual «à venda». Está correcta? A mim, mais me parece um galicismo (en vente).
Cumprimentos.
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