DÚVIDAS

A preposição de antes de uma enumeração de orações completivas
Qual dos trechos seguintes está correto? «De que aquela porcaria de rocim não era Málek-Adel, de que entre ele e Málek-Adel não existia a menor semelhança, de que qualquer pessoa minimamente sensata devia ter reparado nisso à primeira vista... disso tudo já não restava a menor dúvida!» «"Que aquela porcaria de rocim não era Málek-Adel, que entre ele e Málek-Adel não existia a menor semelhança, que qualquer pessoa minimamente sensata devia ter reparado nisso à primeira vista... disso tudo já não restava a menor dúvida!« Obrigado.
O verbo chamar na voz passiva
O Ciberdúvidas disponibiliza diversos artigos sobre a regência do verbo chamar. Porém, não sinto que se tenha abordado suficientemente a questão que se prende com a forma passiva do verbo. Em português europeu, qual seria a construção mais natural: (a) «O João é chamado Camões Júnior porque escreve belos poemas»; (b) «O João é chamado de Camões Júnior porque escreve belos poemas»; ou (c) outra?
Sobre o uso de «o de...» e de «a de...»
Enquanto estudava História, reparei numa frase curiosa que figurava no manual, mas que não sei se está de acordo com a sintaxe do português europeu. Transcrevo apenas o essencial: «... confiscação de patentes, como o caso da da aspirina.» Conforme se pode ver, esta ocorrência da contração da preposição é estranha, embora desconheça o grau de similitude com a seguinte reformulação: «Confiscação de patentes, entre as quais a da aspirina.» Se, com efeito, o primeiro segmento for agramatical, gostaria de saber por que motivo, então, se pode censurar a coocorrência da contração, mas não a de «...a (patente) da aspirina» (reformulação). Obrigado.
O anglicismo «dog-whistle politics»
A expressão inglesa dog-whistle politics («política do apito do cão» – alusão ao som alto emitido por um apito, o qual só um cão consegue ouvir) é sobretudo usada nos EUA quando, na mensagem política, são empregados termos e conceitos aparentemente inócuos, mas potencialmente controversos, e que apenas uma porção (fação) do eleitorado compreende e identifica, deixando a maioria na ignorância ou com uma ideia muito diferente. Por exemplo, a atual candidata à presidência dos EUA, Hillary Clinton, diz que o seu adversário, Donald Trump, sobrevive à custa dessa prática política, referindo ainda que a dog-whistle politics não é solução para os problemas da América, e muito menos do mundo. Considerando que política do apito do cão não seria entendível, pois não vigora (ainda) na linguagem corrente (nos países de língua inglesa, quando começou a ser usada há cerca de uma década, careceu de explicação por parte dos meios de comunicação social), pergunto: seria aceitável traduzir-se por «política demagógica», «política da demagogia» ou «demagogice política», ou talvez outra expressão que pudessem sugerir?
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