DÚVIDAS

Gram-negativo e Gram-positivo
Eu trabalho em laboratório de análises clínicas no setor de microbiologia. Corriqueiramente utilizo uma técnica para coloração de bactérias, denominada Gram em homenagem ao seu descobridor – Hans Christian Joachim Gram (1853-1938). Após o processo de coloração os microrganismos são chamados "gram-positivo(s)" ou "gram-negativo(s)" dependendo da coloração que adquirem. Tenho dúvidas em como utilizar corretamente a palavra Gram: • É necessário escrevê-la com letra maiúscula, ou pode ser com letra minúscula quando no meio do texto? • O correto é escrever "Gram-positivo" (com hífen), ou "Gram positivo" (sem hífen)? • Os microrganismos apresentam várias formas (cocos, bacilos) que são combinados com o resultado da coloração de Gram para descrevê-los. Para pluralizar “bacilo Gram-positivo”, qual a maneira correta, “bacilos Gram-positivo”, ou “bacilos Gram-positivos”?
Advérbios de modo coordenados
Numa sequência de advérbios de modo, em que os primeiros são abreviados, sem utilização da terminação -mente, a concordância deve ser feita com o sujeito? «O João chegou lenta e pausadamente», ou «O João chegou lento e pausadamente»? E no caso de sujeitos omissos? «Trabalhámos árdua e longamente para atingir os objetivos», ou «Trabalhámos árduo e longamente para atingir os objetivos»? Por último, no caso anterior, a palavra árdua deve ser grafada com acento, ou não, já que constitui uma abreviatura de uma palavra não acentuada (arduamente)?
Complementos do nome
e modificador restritivo do nome:
sorriso, viagem e livro
Um dos critérios para se distinguir o complemento de nome é ser selecionado por um nome deverbal. Neste caso, se o verbo de onde deriva o nome for intransitivo, continua-se a considerar que exige um complemento? Por exemplo: «a construção da ponte» (verbo transitivo direto = «construir algo»); «a viagem marítima» (viajar é intransitivo, se bem que reconheço que pode também ser transitivo indireto...).; «o sorriso da Maria é lindo». Ainda... na frase: «o livro que me deste é muito interessante», a oração relativa tem função sintática de complemento do nome, ou modificador restritivo? Consideram que «livro» exige complemento? Grata.
Espirado em João de Barros (1496-1570)
Na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 26, p. 477, col. 1, l. 25, observa-se, na entrada sabedoria, uma referência ao romance de cavalaria Crónica do Imperador Clarimundo (João de Barros, Coimbra, 1522): «… e pois isto que disse mais foi espiorado de sua graça que de minha sabedoria…» (capítulo 28.º). Tendo efetuado alguma pesquisa, não encontrei o termo "espiorado" em nenhum lugar, devendo confessar que foi breve e superficial a pesquisa efetuada. A minha questão é, pois: o termo "espiorado" foi palavra portuguesa – hoje um arcaísmo –, ou trata-se de uma gralha na referida enciclopédia? Se é arcaísmo, isto é, se realmente existiu, qual o significado que hoje se pode atribuir? Antecipadamente grato, pela V.ª dedicação.
A grafia e a pronunciação de fêmea
Por que motivo não se escreve "fémea"? Sendo esta uma pronúncia bastante comum em Portugal (basta fazer uma pesquisa para encontrar até títulos de notícias de alguns jornais com esta grafia), não se deveria aplicar a regra de usar o acento agudo só com função de marcar a sílaba tónica nesta situação (tal como acontece em quilómetro, termómetro, barómetro, manómetro, cronómetro, etc, em que há variação de pronúncia)?
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa