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Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1.  Encontra-se já disponível a plataforma digital CiberEstudo, uma iniciativa da Associação Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, concretizada graças ao patrocínio mecenático da Fundação Vodafone e a colaboração da Associação de Professores de Matemática. Servindo de complemento de estudo para as disciplinas consideradas basilares no ensino básico e secundário, em Portugal – e, numa primeira fase, dirigido a alunos dos 4.º, 6.º e 9.º anos de escolaridade –, esta nova ferramenta promove o desenvolvimento do ensino das disciplinas de língua portuguesa e de matemática, conforme o programa aprovado pelo Ministério da Educação. São, de momento, mais de 2600 exercícios de correção automática com dicas e sugestões variadas. Engloba cerca de 72 exames e testes didáticos, aliando a esta parte pedagógica a uma vertente lúdica, contemplando jogos interativos suscetíveis de aquisição de conhecimentos de uma forma divertida e descontraída. Mais pormenores, e as respetivas condições de acesso, na rubrica Notícias e na própria página do CiberEstudo.

2.  Quatro novas respostas ficam em linha na presente atualização. Respeitam a outras tantas perguntas chegadas no consultório do Ciberdúvidas: o que distingue, entre si, os conceitos linguísticos referente, referência e denotação; os preceitos gramaticais da concordância de um adjetivo numa frase com dois substantivos de géneros diferentes; sobre a grafia (no masculino ou no feminino?) do nome do jogo Baleia-Azul (e porquê com hífen); e, no campo da poesia popular, o que se classifica como romance?

3.  Na terça-feira, dia 30 deste mês de maio, a RTP 1, depois de mais uma interrupção na semana transata, volta a emitir um novo episódio da nona série do magazine Cuidado com a Língua! Gravado no cenário natural da ilha de Porto Santo, passa no 1.º canal de televisão pública portuguesa, às 21h00. Mais informações aqui. Com repetição nos canais internacionais da RTP (ver aqui), ficando também disponível na sua página oficial. Outras informações aqui.

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1.  A tragédia do atentado ocorrido na noite de 22/05/2017 em Manchester fez o nome desta cidade ser proferido mais vezes na informação audiovisual. Como se pronuncia o topónimo? No padrão do inglês britânico, soa aproximadamente como "mâne-tchess-tâ", dando proeminência à sílaba Man, que recebe o acento tónico. Mas há muito que existe aportuguesamento fónico e gráfico – pelo menos, desde 1940, ano em que o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa fixava a forma Manchéster, que se articula conforme as regras de correspondência fonema-grafema da ortografia portuguesa.

2.  Uma nova plataforma para promover a aprendizagem e desempenho nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática é apresentada em 27 de maio p. f. em Lisboa. Trata-se do CiberEstudo, um lançamento da Associação Ciberdúvidas da Língua Portuguesa,  graças ao patrocínio da Fundação Vodafone que, com a colaboração da da Associação de Professores de Matemática, reúne conteúdos alinhados com os programas aprovados pelo Ministério da Educação português e que é dirigido a alunos do 4.º, 6.º e 9.º anos, bem como aos seus encarregados de educação e professores. Ler mais aqui.

3.  Na rubrica Acordo Ortográfico, um texto de D'Silvas Filho resume e comenta as propostas da Academia das Ciências de Lisboa para a aplicação, em Portugal, do Acordo Ortográfico de 1990.

4. Ainda sobre o Acordo Ortográfico e a Academia das Ciências de Lisboa (ACL). De assinalar que o plenário convocado pelo seu presidente, Artur Anselmo, para o dia 25 p.p., recusou pronunciar-se sobre o que estava inicialmente previsto na respetiva ordem de trabalhos*, reafirmando, antes, a posição aprovada em anterior plenário, no dia 26 de janeiro do presente ano, e constante do documento Sugestões para o Aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

* No seu ponto único, constava assim a ordem de trabalhos da convocatória inicialmente distribuída aos sócios, efetivos e por correspondência da ACL (e que foi retirada): «Votação sobre a petição dirigiu à Assembleia da República, solicitando "a desvinculação de Portugal do Tratado e Protocolos Modificativos ao Acordo Ortográfico de 1990 e a revogação da Resolução n.º 8/2011 do Conselho de Ministros" de que é primeiro subscritor o advogado e ex-ministro português António Duarte Arnaut

5.  O que será uma «canção orelhuda»? A resposta está em mais uma atualização do consultório, que acolhe também novas perguntas sobre a importância da categoria gramatical do aspeto, o significado do adjetivo celeste, a sintaxe do verbo pensar e o uso do infinitivo composto. Ainda no consultório, faz-se uma chamada de atenção para uma resposta anterior sobe a distinção entre discurso direto livre e discurso indireto livre, conforme a formulação do Dicionário Terminológico (DT), que em Portugal se destina a apoiar o estudo da gramática nos ensinos básico e secundário. Uma nota adicional observa que o termo «discurso direto livre» teria vantagem em ser definido de forma mais clara no DT, de modo a não confundir-se com o bem conhecido e mais enraizado conceito de «discurso indireto livre».

6. Voltando ao espaço mediático, relevo para:

– em Portugal, a publicação do calendário escolar do ano letivo de 2017/2018 – a consultar aquiaqui e aqui;

– a visita do Presidente da República português Marcelo Rebelo de Sousa ao Luxemburgo, onde pôde apelar aos numerosos conterrâneos aí radicados «para que inscrevam os seus filhos no ensino [de Português] que foi recriado com um acordo entre os dois governos [o luxemburguês e o português]».

7.  Em foco nos programas produzidos pelo Ciberdúvidas para a rádio pública portuguesa os recém-apresentados vocabulários ortográficos nacionais (VON) de Cabo Verde e de Moçambique – integrantes do Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa :

•  No Língua de Todos de sexta-feira, 26 de maio (às 13h15*, na RDP África, com repetição no sábado, dia 27, depois do noticiário das 09h00*), a linguista Adelaide Monteiro, coordenadora do Vocabulário Ortográfico Cabo-Verdiano da Língua Portuguesa (VOCALP), fala de como este reportório permitiu o primeiro registo lexicográfico de palavras da variedade cabo-verdiana.

•  No Páginas de Português (domingo, dia 28 de maio, na Antena 2, às 12h30**, com repetição no sábado seguinte, dia 3 de junho, às 15h30**), a entrevistada é Inês Machungo, coordenadora do Vocabulário Ortográfico Nacional de Moçambique.

** Hora oficial de Portugal continental, ficando ambos os programas disponíveis, posteriormente, aqui e aqui.

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1.  Qual a diferença entre o discurso direto livre e o discurso indireto livre? E uma ação diz-se que «decorre», que se «passa» ou, antes, que se «localiza» aqui ou ali? E como é a concordância verbal de uma frase com dois infinitos substantivados («o pensar» e «o agir»)? Finalmente, a última das quatro perguntas a que se responde no consultório esclarece o significado da expressão «de que adianta?».

2.  Os recém-apresentados vocabulários ortográficos nacionais (VON) de Cabo Verde e de Moçambique – integrantes do Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa – preenchem as emissões dos programas produzidos pelo Ciberdúvidas para a rádio pública portuguesa desta semana:

•  No programa Língua de Todos (sexta-feira, dia 26 de maio, às 13h15*, na RDP África, com repetição no sábado, dia 27, depois do noticiário das 09h00*) com uma conversa com a coordenadora do Vocabulário Ortográfico Cabo-Verdiano da Língua Portuguesa (VOCALP), a linguista Adelaide Monteiro, a propósito da consagração lexical de palavras da variedade cabo-verdiana que não constavam em nenhum outro vocabulário ou dicionários de língua portuguesa.

•  E, no programa Páginas de Português (domingo, dia 28 de maio, na Antena 2, às 12h30*, com repetição no sábado seguinte, dia 3 de junho, às 15h30*), com uma entrevista à coordenadora do Vocabulário Ortográfico Nacional de Moçambique, a linguista Inês Machungo.

* Hora oficial de Portugal continental, ficando ambos os programas disponíveis, posteriormente, aqui e aqui.

3.  Último registo da presente atualização: a apresentação em Lisboa, no passado dia 22/05 do estudo "Aprender a ler e a escrever em Portugal", uma parceria entre a EPIS e o Fórum das Políticas Públicas CIES – IUL. Com a coordenação da ex-ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues, o estudo** visa aprofundar o conhecimento sobre o problema do insucesso escolar nos primeiros anos do ensino, concluindo que a primeira causa de repetência no 2.º ano é o défice de competências de leitura dos alunos portugueses.

** "Aprender a ler e a escrever em Portugal" contou ainda com a participação de uma outra ex-ministra da Educação, a escritora Isabel Alçada, que publicou recentemente o livro O Plano Nacional de Leitura, Fundamentos e Resultados. Nesta obra, além de descrever detalhadamente a intervenção desenvolvida pelo Plano Nacional de Leitura (PNL), durante a sua liderança, Isabel Alçada debruça-se, igualmente, sobre a fundamentação científica do PNL em que assentou as estratégias desenvolvidas nas áreas da leitura e da sua aprendizagem, e da leitura em suporte digital. E aponta ainda novas áreas de intervenção que, no futuro o PNL, em sua opinião, deverá vir a contemplar.

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1.  A Academia das Ciências de Lisboa, na figura do seu presidente, o filólogo Artur Anselmo, convocou para o dia 25 p. f., quinta-feira, um plenário dos seus membros – sócios efetivos e os por correspondência também –, com um ponto único, conforme a respetiva convocatória: «Votação sobre a petição que um grupo de cidadãos dirigiu à Assembleia da República, solicitando "a desvinculação de Portugal do Tratado e Protocolos Modificativos ao Acordo Ortográfico de 1990 e a revogação da Resolução n.º 8/2011 do Conselho de Ministros" de que é subscritor [o advogado e ex-ministro português] António Duarte Arnaut.» Mais se informa que o resultado da votação [por via de um boletim de voto com três quadrículas, "Sim", "Não" e "Abstenção"] deverá ser comunicado à Assembleia da República até ao dia 28 do corrente mês de maio.

* Segundo os seus organizadores, a petição Cidadãos contra o “Acordo Ortográfico” de 1990 conta com 20 mil subscritores, neles se destacando personalidades variadas do meio cultural, universitário, musical e político português..

[Atualização posterior: o plenário da Academia das Ciências de Lisboa, como se noticia no ponto 4 da Abertura do dia 26/05/2017, descartou esta ordem trabalhos, reafirmando o que fora anteriormente aprovado e constante no documento Sugestões para o Aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.] 

Cf.  Sobre o Acordo Ortográfico de 1990 e o que (não) foi alterado com a nova reforma do português escrito

2.  Uma década depois da primeira reforma ortográfica da língua portuguesa, em 1911 – que pôs termo ao «caos gráfico» das nenhumas regras minimamente fixadas até aí para a escrita do português, como apontou à época Agostinho de Campos –, as reações hostis nos meios intelectuais portugueses de há 100 anos não podiam ser mais coincidentes com o que se passa hoje com o Acordo Ortográfico de 1990. É o que, sobre a «saga da procura da unificação ortográfica da língua portuguesa» e as razões históricas de ainda hoje andarmos «às turras com o Acordo Ortográfico», assinala o linguista João Malaca Casteleiro, em artigo que deixamos disponível na rubrica Acordo Ortográfico. Em representação da Academia das Ciências de Lisboa, ele fez então parte da delegação portuguesa ao Encontro de Unificação Ortográfica da Língua Portuguesa, realizado na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, em 1986, e cujos trabalhos conduziram ao Anteprojeto de Bases da Ortografia Unificada da Língua Portuguesa, em 1988. E, dois anos mais tarde, no novo encontro realizado na Academia das Ciências de Lisboa, de aprovação final do novo Acordo Ortográfico, com a participação das delegações dos então sete países da CPLP e da Galiza (com o estatuto de observador). «Foi, pois, com muita tristeza – escreve agora João Malaca Casteleiro – que vimos o atual presidente da Academia das Ciências de Lisboa, Artur Anselmo, atuar, nos últimos tempos, em movimentações públicas, primeiro, para tentar reverter o Acordo Ortográfico, e, depois, vendo que tal era impossível, a apadrinhar uma revisão atabalhoada, linguisticamente mal fundamentada e inoportuna, numa verdadeira afronta à memória da própria Academia e dos ilustres académicos e filólogos, dos dois lados do Atlântico, já falecidos, que tanto se esforçaram para que a língua portuguesa tivesse uma ortografia unificada.»

3.  Temas restantes da presente atualização do Ciberdúvidas:


• Na rubrica O Nosso Idioma, e a propósito ainda da vitória do cantor português Salvador Sobral no festival Eurovisão 2017 – a primeira de um representante de Portugal, cantando em português –, deixamos a transcrição de um artigo publicado no jornal Público do dia 19 p. p, cujo autor, Francisco Louçã, nos convida à seguinte reflexão: «Como se vence cantando em português? O que é o mesmo que perguntar o que nos diz a nós e porque é que também diz a tanta gente que não sabe a [nossa] língua?»

• E, no consultório, responde-se a três novas perguntas. Qual a origem da expressão «Nem por sombras»? Diz-se «atirar pagaias» no sentido de «dar palpites»?

Finalmente: é «a aula "de campo"» ou, antes, «a aula "em campo"»? 

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1. Na rubrica Acordo Ortográfico, disponibiliza-se o artigo que o linguista brasileiro Sérgio Rodrigues publicou no jornal Folha de S. Paulo do dia 18 p.p, a propósito do lançamento oficial, na capital de Cabo Verde, da primeira versão do Vocabulário Ortográfico Comum (VOC) e dos vocabulários nacionais associados – recursos que passaram a estar totalmente acessíveis na plataforma do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP). Saliente-se a citação que Sérgio Rodrigues faz de algumas palavras de outro linguista brasileiro, Carlos Alberto Faraco: «Esse vasto acervo poderá servir de base para a escrita de um novo dicionário geral da língua, o que será um passo fundamental [...]. Aos poucos vai se consolidando o conceito de língua pluricêntrica para o português.»

2. Coincidente com o lançamento oficial do VOC e dos cinco vocabulários nacionais já disponíveis na respetiva plataforma, realizou-se igualmente na cidade da Praia a XII Reunião Ordinária do Conselho Consultivo do IILP. O respetivo comunicado final fica transcrito, na íntegra, na rubrica Notícias.

3. No consultório, ficam igualmente em linha quatro novas respostas: existe a palavra "desrespeituoso"? Diz-se que em Portugal nem toda a gente pronuncia o r de rato e carro da mesma maneira: como pode isso acontecer? Podemos escrever «prà frente» num texto formal? Todo significa «cada» ou «inteiro», mas como se consegue fazer essa distinção?

4. Nas emissões desta semana dos programas produzidos pelo Ciberdúvidas* para a rádio pública portuguesa, são entrevistadas a professora universitária Teresa Calçada, a nova presidente do Plano Nacional de Leitura de Portugal, e a linguista moçambicana Inês Machungo, coordenadora do Vocabulário Ortográfico Nacional do seu país, já disponível na plataforma do IILP.

* Língua de Todos (sexta-feira, dia 19 de maio, às 13h15, na RDP África, com repetição no sábado, dia 20, depois do noticiário das 09h00) e Páginas de Português (domingo, dia 21 de maio, na Antena 2, às 12h30, com repetição no sábado seguinte, dia 27, às 15h30). Hora oficial de Portugal continental, ficando ambos os programas disponíveis, posteriormente, aqui e aqui.

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1. Uma conversa com a professora universitária Teresa Calçada, a nova presidente do Plano Nacional de Leitura de Portugal, e uma outra com a linguista moçambicana Inês Machungo, coordenadora do Vocabulário Ortográfico Nacional do seu país, já disponível, dominam as emissões desta semana dos programas produzidos pelo Ciberdúvidas para a rádio pública portuguesa*.

** Língua de Todos (sexta-feira, dia 19 de maio (às 13h15, na RDP África, com repetição no sábado, dia 20, depois do noticiário das 09h00) e Páginas de Português (domingo, dia 21 de maio (na Antena 2, às 12h30, com repetição no sábado seguinte, dia 27, às 15h30). Hora oficial de Portugal continental, ficando ambos os programas disponíveis, posteriormente, aqui e aqui.

2. Da presente atualização do Ciberdúvidas, assinalamos nos Destaques (em baixo e/ou ao lado) as cinco novas respostas em linha consultório; e, na rubrica Montra de Livros, damos destaque ao recém-publicado livro de memórias do académico português Fernando Cristóvão, Nova Peregrinação por Diversificadas Latitudes da Língua Portuguesa (Volume I • 1968-1989).

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1. 27 anos depois da assinatura do Acordo Ortográfico pelos então sete países da CPLP e sete anos depois de uma das recomendações do Plano de Ação de Brasília para a Promoção, a Difusão e a Projeção da Língua Portuguesa, o Vocabulário Ortográfico Comum da Língua Portuguesa (VOC) encontra-se já disponível na plataforma do IILP. Não integrando ainda os vocabulários nacionais de Angola, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe – estes por razões diferentes entre si – e, naturalmente, do caso sui generis da Guiné Equatorial, Estado-membro também da CPLP, desde 2014 – conta, por agora, com cerca de 310 mil vocábulos. Desses, 73 mil são topónimos de todos os países envolvidos. Como damos conta na rubrica Notícias – e segundo declarações da linguista Margarita Correia, da equipa central do VOC, ao correspondente da agência Lusa, na capital de Cabo Verde –, trata-se, pois, de um «projeto aberto», em que, «a qualquer momento, novas palavras podem ser acrescentadas, incluindo dos três países lusófonos ainda em falta e com cada país a desenvolver ou atualizar o seu vocabulário.»

2. Da presente atualização do Ciberdúvidas assinalamos, entretanto:

• Um apontamento da professora Arlinda Mártires na rubrica Pelourinho, em alusão a um vídeo com o músico brasileiro Caetano Veloso, intitulado «Deitaram meu gerúndio fora». O desafio do ex-ministro português das Finanças e da Educação Guilherme d’Oliveira Martins, atual administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, para os professores combaterem os “resumos” de obras literárias e a porem as crianças a ler escritores de língua portuguesa para melhorar o domínio do idioma.

• Cinco novas respostas no consultório [vide registo nos Destaques].

3. Uma dessas respostas esclarece o uso e o significado da palavra tríduo. E, já agora, a propósito do tão festejado pelos seus adeptos tetracampeonato de futebol do Benfica: qual é, afinal, o sentido preciso do elemento de formação tetra? Uma antiga controvérsia, a pretexto de outros dois clubes portugueses com igual sucessão de títulos ganhos, não podia ser mais atual. Aqui, aqui e aqui. E também aqui.

4. Ainda dois registos de impacto mediático em Portugal:

• A «tolerância de ponto» concedida pelo Governo português aos funcionários públicos coincidente com a visita do papa Francisco a Fátima levou muitas notícias a equivalerem o termo a um feriado. Nada disso, como se esclarece aqui.

• A vitória, pela primeira vez, de um cantor português no festival da Eurovisão 2017. Cantando em português para 26 países, com recordes acrescidos de audiência, Salvador Sobral protagonizou outro feito: foi o representante de Portugal com mais pontuação de sempre, vencendo tanto na votação do júri como na do público.

5. Finalmente, uma chamada de atenção para o tema do ilha da Madeira, no 9.º episódio da nona série do magazine televisivo Cuidado com a Língua!, regressando um mês depois da sua última emissão. Na terça-feira, dia 16/05, na RTP 1, às 21h00*.

* Hora oficial de Portugal Continental, com repetição nos canais internacionais da RTP (ver aqui), ficando também disponível na sua página oficial. Outras informações, aqui.

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1. A visita oficial do papa Francisco a Fátima nos dias 12 e 13 de maio impõe passar em revista o muito que o Ciberdúvidas tem em arquivo a respeito dos temas do cristianismo e do prolongado impacto cultural das suas correntes – em especial, a católica – sobre a língua portuguesa: "A invocação do nome Nossa Senhora"; "As palavras do papa"; «Ser mais papista que o papa»; "Bíblia (escreve-se sem itálico)"; "Bíblia / biblioteca"; "A evolução semântica de igreja, bispo, ministro e missa"; "Padre, P. e Pe"; "A forma de tratamento de um padre"; "Padre, madre, abade, abadessa"; "O aumentativo de padre"; "Sobre a prática do catolicismo"; "Origem das palavras católico e catolicismo"; "Católico, 'catolicato' e 'catolicossato'"; "A origem da palavra igreja"; "Igrejas evangélicas"; "A origem da expressão 'roubo de igreja'"; "A história e o significado da expressão XPTO"; "XPTO"; "A.C. - d.C.; Jesus Cristo; a.I. - d.I."; "A. D. e d. C."; "A organização católica Opus Dei em português é feminina"; "O feminino da palavra bispo"; "Forma de tratamento de cardeal"; "Cheirar a bispo»/«entrar o bispo"; "Baptizado"; "Baptismo e baptizado"; "A pronúncia da palavra batizado"; "Cruz de falecido e cruz de eclesiástico"; "A influência do latim eclesiástico"; "A pronúncia do latim (em escolas e universidades e no âmbito eclesiástico)"; "Maiúsculas em três casos específicos"; "Congreganismo"; "O acto de dar o dízimo (nas igrejas)"; "'Filho da Igreja', 'filho de Deus', 'filho das ervas' e 'filho das malvas'"; "Santo / São".

2. Comemora-se também em 13 de maio a assinatura em 1888 da Lei Áurea, que aboliu a escravatura no Brasil. Acerca de tópicos relacionados com o flagelo do tráfico de escravos, que tanto marcou o colonialismo português, (re)leiam-se nas nossas páginas "À volta da palavra (e do conceito) escravatura" e "Acerca das palavras escravo e servo".

3. O Brasil foi precisamente a primeira* das 28 viagens por 21 países cujas memórias o académico português Fernando Cristóvão narra no livro Nova Peregrinação por Diversificadas Latitudes da Língua Portuguesa (Volume I • 1968-1989). Reunindo os diários dessas  impressões «pelas rotas da Lusofonia», recolhidas ao longo dos  21 anos da sua presidência no então ICALP (Instituto de Cultura e Lingua Portuguesa), foi lançado nesta semana, em Lisboa. Dele daremos nota, oportunamente, na rubrica Monta de Livros.

* «No princípio, foi o Brasil – conta Fernando Cristóvão, logo no primeiro capítulo de Nova Peregrinação por Diversificadas Latitudes da Língua Portuguesa. Foi a primeira viagem, de estadia algo longa, por indicação do meu Mestre Vitorino Nemésio, de quem comecei por ser assistente [na Faculdade de Letras de Lisboa], com o objetivo de ilustrar, nas aulas práticas que eu dava, as exposições teóricas dele (...) teve como objetivo dar-me uma ideia do Nordeste do Brasil relativa à colonização portuguesa e transmiti-la nas aulas de Literatura Brasileira que dava na Faculdade de Letras de Lisboa. Aprendizagem prática muito baseada em contactos diretos com a população, observando a sua linguagem (muito dela até me parecia a de João de Barros ou Camões), folclore (especialmente dos cantadores ao desafio), modos de vida, problemas de diversificada ordem, em vivência solidária, conhecimento de textos e autores que nenhuma história da literatura regista.»

4. Em O Nosso Idioma, fica disponível um breve guia para bem escrever, num conjunto de sete dicas que a linguista e professora Sandra Duarte Tavares publicou na revista Visão do dia 11 p.p.

5. No consultório, pergunta-se: escreve-se "arieiro", ou "areeiro"? Que diferença existe entre «ao princípio» e «a princípio»? E entre «de fome» e «à fome»? Será possível que uma forma verbal como «tem vindo a crescer muito» quase não se use no Brasil? Finalmente, «começar do começo» – só pode constituir um pleonasmo vicioso?

6. O falecimento do jornalista e escritor Baptista-Bastos, em 9/05/2017, motiva a homenagem que lhe é prestada pelo programa Páginas de Português, no dia 14 de maio, na Antena 2, às 12h30*, com repetição no sábado seguinte, dia 20, às 15h30*. No outro programa produzido pelo Ciberdúvidas para a rádio pública portuguesa da presente semana – Língua de Todos de sexta-feira, dia 12 (às 13h15*, na RDP África, com repetição no dia seguinte, depois do noticiário das 09h00*) –, novamente Sandra Duarte Tavares, com uma abordagem ao tema dos verbos irregulares em português.

* Hora oficial de Portugal continental.

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1. Faleceu nesta terça-feira, dia 9 p.p, o jornalista e escritor português Baptista-Bastos. Um "príncipe da escrita", como a ele se referiam, com respeito e admiração, os seus colegas de profissão, além de uma carreira brilhante pelos jornais onde trabalhou desde os tempos do salazarismo em Portugal, Armando Baptista-Bastos, de seu nome completo, deixa ainda uma vasta e diversificada obra literária. Com uma marcante presença nos media nacionais, como entrevistador e colunista de pena contundente, da sua autoria foi a famosa frase «Onde é que você estava no 25 de Abril?», mote das entrevistas que conduziu no programa Conversas Secretas, entre 1996 e 1998, no canal de televisão SIC. Em 2005, foi o vencedor do Prémio João Carreira Bom, atribuído pelo conjunto das suas crónicas publicadas no Jornal de Negócios do ano anterior*.

* Vide o texto lido por Baptista-Bastos na cerimónia da atribuição do Prémio João Carreira Bom, de 2005: As palavras. Assim como estes outros seis disponíveis igualmente no arquivo do Ciberdúvidas: "Espinoteantes tolejos", "Andanças da minha escrita", "O mistério do cérebro dos portugueses", "A viagem sem epílogo", "O traço de união" e "Contra o 'sotaque único'".

2. Ainda sobre o falecimento do jornalista e escritor Baptista-Bastos, e em sua homenagem, debruça-se o programa Páginas de Português, dia 14 na Antena 2, às 12h30**, com repetição no sábado seguinte, dia 20, às 15h30**. Quanto ao outro programa produzido pelo Ciberdúvidas para a rádio pública portuguesa da presente semana – Língua de Todos de sexta-feira, dia 12 (às 13h15**, na RDP África, com repetição no dia seguinte, depois do noticiário das 09h00**) –, a convidada é a linguista Sandra Duarte Tavares, com uma abordagem ao tema dos verbos irregulares em português.

** Hora oficial de Portugal continental.

3. Na atualização deste dia, deixamos no consultório os esclarecimentos a cinco novas questões: diz-se «um bate-chapa» ou «um bate-chapas»? Do adjetivo afim é aceitável a formação do advérbio afimmente? E não se andará a exagerar no uso de um outro advérbio, literalmente? E quantos deíticos ocorrem a frase «por aqui passou gente famosa»? Por fim, será «de coração» uma locução frequente no mundo de língua portuguesa?

Por Ciberdúvidas da Língua Portuguesa

1. A alusão à expressão popular portuguesa «alma até Almeida», no Pelourinho A "intensão" da SIC, assinado pelo advogado e escritor Domingos Lopes, e a origem obscura do nome da cidade Tomar são duas das seis novas respostas na atualização do consultório deste dia.

2. Assinaladas devidamente nos Destaques, em baixo (ou à direita), aí damos também nota de um terceiro topónimo, estrangeiro, este: Qatar. Mas que, não obstante a sua forma há muito aportuguesada, Catar – logo, assim é que devia ser sempre escrita –, a comunicação social portuguesa continua a optar em sentido contrário. Como se voltou a ler, a propósito das notícias da visita oficial do primeiro-ministro português, António Costa, a este país árabe, no Médio Oriente.