Pergunta:
Recentemente, consultei o Ciberdúvidas a respeito do gentílico da Bucovina, região romena, e, como resposta, me foi enviado um correio eletrônico apontando um parecer do nuperfalecido consultor Fernando Venâncio Peixoto da Fonseca exarado, em 17 de janeiro de 2008, para uma consulente portuguesa sobre o tema da minha consulta deste ano de 2010. [...]
Pois bem, em que pese a alta erudição do Sr. Fernando da Fonseca, atrevo-me a dizer que são bastante discutíveis as formas por ele abonadas para os gentílicos das regiões romenas. Examinarei abaixo caso por caso.
A julgar pelo o que se lê, o gentílico da Bucovina seria "bucovineano", e não "bucovino", como eu cuidava. Ocorre que a terminação –eano somente aparece em gentílicos derivados de topônimos terminados em –eia ou -eio, sendo o e parte do topônimo antes ia ou io finais. Neste caso, o sufixo é apenas –ano. Em português, há –ano antecedido por e, em casos como o mencionado, -ano não antecedido de e, e –iano. O que digo é o que se depreende do que afirmou o saudoso João Carreira Bom em uma resposta sua de 13 de julho de 1999. Então, como Bucovina não termina em –eia ou –eio, "bucovineano" só pode estar errado.
Por outro lado, bucovino e suas variações bucovina, bucovinos, bucovinas estão de acordo com a formação de gentílicos a partir de topônimos terminados em –ina e –inas. Exemplos: de Filipinas, se fizeram filipino(s), filipina
Resposta:
Em nome do Ciberdúvidas, agradeço as suas observações sobre a formação dos gentílicos que refere. A resposta em causa vai ser reformulada.
Sobre os nomes de países (corónimos discutidos na pergunta e respectivos gentílicos):
Bucovina (ou Bucóvina, conforme indicado no Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves): tem razão o consulente em relação aos gentílicos, que deverão ser bucoviniano ou bucovino.
Olténia, Ruténia, Munténia:com a excepção de Ruténia, que tem o gentílico ruteno (forma registada por R. Gonçalves, op. cit.), não há gentílico registado em dicionário nem forma consagrada, pelo que as formas constituídas pelos radicais de Olténia e Munténia — olten-, munten- — podem ter associadas as terminações -io ou -iano ou até simplesmente verem acrescentado o índice temático -o (ou -a para o feminino), de forma a criar olteno e munteno.
Dobruja (e não "Dobrogea", forma romena): é a forma portuguesa, registada em enciclopédias publicadas no séc. XX em Portugal (Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira e Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira de Cultura); não existe forma gentílica tradicional nem dicionarizada, pelo que são possíveis dobrujano, dobrujês, dobrujense.
Banato (melhor que Banat; ver José Pedro M...