Pergunta:
Sobre dióspiro, três questões:
1) Há duas grafias dicionarizadas – dióspiro e diospiro?
2) Diospiro é um regionalismo?
3) O étimo da palavra portuguesa é grego ou latino?
Resposta:
A forma incontestavelmente correta é dióspiro, mas pode aceitar-se diospiro, que não é propriamente um regionalismo.
Respondendo às perguntas pela mesma ordem:
1- Pode afirmar-se que dióspiro é a forma correta, que se encontra registada, pelo menos, desde 1940, no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa. Diospiro (sem acento) é forma popular, a que Vasco Botelho de Amaral dedica um comentário no seu Dicionário de Dificuldades e Subtilezas... (1958), sem a condenar e até justificando-a por uma tendência de uso.
2- Diospiro (sem acento) é forma popular, mas está de tal maneira difundida, que não se identifica com nenhuma região – pelo menos, em Portugal – e, portanto, não constitui um regionalismo1.
3- Entendendo étimo como a forma que uma palavra tinha numa língua qualquer imediatamente antes de ser introduzida no léxico português, pode dizer-se que o étimo é latino, na sua modalidade científica, mais recente, e não propriamente grego, como indicam alguns dicionários.
Com efeito, embora a origem da palavra seja grega – διόσπυρον ( «grão/fruto de Zeus») –, a sua transmissão ao português faz-se pelo latim científico, como se anota no Dicionário Houaiss (foram desenvolvidas as abreviaturas e as referências):