José Neves Henriques (1916 — 2008) - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
José Neves Henriques (1916 — 2008)
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José Neves Henriques (1916 - 2008), professor de Português; consultor e membro do Conselho Consultivo do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Antigo professor do Colégio Militar, de Lisboa; foi membro do Conselho Científico e diretor do boletim da Sociedade da Língua Portuguesa; licenciado, com tese, em Filologia Clássica pela Universidade de Lisboa; foi autor de várias obras de referência, entre as quais Comunicação e Língua Portuguesa e A Regra, a Língua e a Norma (Básica Editora).

 
Textos publicados pelo autor

Se não estou em erro, a denominação anos sessentas usa-se modernamente no Brasil. É um tanto raro ouvir-se em Portugal. Julgo, pois, que transitou do Brasil para Portugal. Eis alguns comentários:
   1. - O aposto é um continuado. Chama-se mesmo aposto ou continuado. É continuado, porque nele se encontra continuada a significação do elemento fundamental. Talvez seja preferível chamar-lhe determinante, porque sessentas determina anos.

   a) Não há língua/linguagem sem regras. Não raro, quem ensina tem de mencionar as regras, para melhor e mais fácil aprendizagem.
   b) Dei preferência ao r a que chamam «érre rolado», por ser o normal no centro e no norte do país. O outro, o velar, é característico apenas da região de Lisboa. Mesmo aqui, muitos não o pronunciam como velar. A maior parte dos portugueses pronunciam o r rolado. Note-se a maior densidade da população no centro e Norte do que no...

São de interesse as observações que o prezado consulente apresenta sobre a concordância do verbo em frases cujo sujeito é uma percentagem. É assunto um tanto controverso. Por vezes não é fácil apresentar regras fixas. Vejamos, então, as seguintes frases:
   (1) 25 por cento ficou em casa.
   (2) 25 por cento ficaram em casa.
   (3) 25 por cento da população escolar ficou em casa.
   (4) 25 por cento dos alunos ficaram em casa.
   (5) 1 por cento dos alunos ficou em casa.

Estou muito agradecido ao consulente a quem a minha resposta sobre estas palavras não satisfez completamente. E agradeço a todos os que me apresentam objecções e/ou discordam, porque é com estes que aprendo: fazem-me sentir e pensar, e é pensando e sentindo que trabalho e aprendo. Os outros, os inteiramente concordantes, apenas me alegram por eu ter sido útil ao próximo; e por isso a eles me sinto grato, quando me comunicam a sua satisfação. Mas uma coisa é eu sentir-me alegre; outra, o senti...

Ficamos muito agradecidos a Amílcar Caffé por nos informar sobre a pronúncia brasileira de Osvald e de Elis.

Vejamos, porém, que nenhum destes antropónimos é da Língua Portuguesa, mas sim do inglês. Apenas Osvald está grafado um pouquito à portuguesa, porque substituíram o w (que não pertence à nossa língua) por v. Mas o verdadeiro aportuguesamento seria Osvaldo.

Nós, portugueses, não vivemos no Brasil. Como nã...