Maria João Matos - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Maria João Matos
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Maria João Matos, professora de Português do ensino secundário, licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa.

 
Textos publicados pela autora

Numa tarde em que me achei mais pachorrenta… dei comigo a ver o programa "As Tardes de Júlia", na TVI. Três elegantes convidados tiravam dos sacos de compras que os acompanhavam sofisticadas peças de vestuário que tinham sido objecto da sua preferência: casacos, camisas, echarpes, cintos…

Mandado é uma ordem escrita, de carácter imperativo, emitida por uma autoridade competente. Por exemplo, um juiz, ao desejar dar uma ordem, emite um mandado. Pode ser um mandado de prisão, um mandado de busca, um mandado de captura

É com alguma perplexidade que nos apercebemos de formas de pronúncia de palavras impensáveis de ouvir há alguns anos.

A propósito do caso Face Oculta, escutámos, tanto na rádio como na televisão portuguesas, a pronúncia do apelido Noronha (de Noronha do Nascimento) com o fechado na primeira sílaba, em vez de u. Ou seja, ouve-se /Nôrônha/ em vez de /Nurônha/, como sempre se ouviu dizer.

O uso indevido da preposição já se tornou num caso infeliz de celebridade ridicularizado até à náusea.

O certo é que a preposição anda a ser evitada de forma tão flagrante e com frequência tal, que o mínimo que se pode fazer é um reparo sobre o assunto.

A questão, neste caso, prende-se com a preposição que acompanha o pronome relativo e que depende do verbo que se está a utilizar.

Apenas alguns exemplos por entre os inúmeros casos que se poderiam registar:

Omissão da preposição a:

«…os documentos que encontram-se em anexo a esta acta»

«Alguém pode-se lembrar…»

«Junto enviamos-lhe o seu cartão…»

«Nada mais exprime-se…»

Começa a ser cada vez mais comum ouvir construções deste tipo, quer na oralidade quer na escrita. Os exemplos não acabam.