DÚVIDAS

A falta de concordância do adjectivo com verbos e pronomes
Leio, em Saber Escrever Uma Tese e Outros Textos, de Edite Estrela, Maria Almira Soares e Maria José Leitão: «A pessoa do discurso geralmente utilizada nos trabalhos científicos é a 1.ª pessoa do plural (nós) dos verbos e pronomes. (...) O adjectivo, porém, mantém-se no singular e no género da pessoa que optou por usar o plural de modéstia (nós).Ex.: Passaremos, agora, ao segundo aspecto desta questão, sobre a qual estamos amplamente documentada.» Confesso que esta falta de concordância do adjectivo me faz alguma impressão, mas o que mais me preocupa é a possível reacção de um júri perante uma tese que respeite esta regra e que não esteja minimamente alertado para ela (note-se que nem todas as teses versam temas de linguística!). Como poderá um candidato, ao elaborar a sua tese, proteger-se disto? Por outras palavras, haverá alguma forma de assegurar a um júri que a tese foi elaborada segundo regras correctas embora claramente violadoras das regras gramaticais comuns?
Safadinho
Minha dúvida é sobre o uso da palavra safadinho. Em minha família, a exemplo de meus pais e avós, chamamos nossas crianças de safadinhos quando estão em brincadeiras e travessuras. Meu pequeno de 3 anos foi repreendido em sua escola por chamar seus coleguinhas de safadinhos em suas brincadeiras. A escola nos informou por escrito que, embora ele não conheça o significado da palavra, ela é muito desagradavél como também seria caso as crianças levarem esta palavra para casa. Gostaria de saber seu parecer, pois na minha opinião o único problema com essa palavra é o contexto em que ela for utilizada, pois até onde eu sei um de seus significados é travesso, da mesma forma que meu cunhado chamava pãezinhos de "cacetinhos" após trabalhar cinco anos como motorista por grande parte do nordeste brasileiro. Obrigado pela atenção.
Figuras de estilo numa canção de Pedro Abrunhosa
«Aquele era o tempoem que as mãos se fechavamE nas noites brilhantesas palavras voavam E eu via que o céume nascia dos dedosE a Ursa Maioreram ferros acesos Marinheiros perdidosem portos distantesEm bares escondidosem sonhos gigantes E a cidade vaziada cor do asfaltoE alguém me pediaque cantasse mais alto [...] Aquele era o tempoem que as sombras se abriamEm que homens negavamo que outros erguiam Eu bebia da vidaem goles pequenosTropeçava no risoabraçava venenos De costas voltadasnão se vê o futuroNem o rumo da balanem a falha no muro E alguém me gritavacom voz de profetaQue o caminho se fazentre o alvo e a seta[...]» Quais os tipos de figuras de estilo presentes nestas estrofes?
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