Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Funções sintáticas
Flávio Gomes Instrutor de Inglês Belo Horizonte, Brasil 549

Preciso entender a sintaxe do verbo evadir, pois os dicionários que consultei me deixaram com mais dúvidas do que já tinha.

O Dicionário Online de Português mostra que esse verbo é transitivo direto e pronominal quando a definição for «afastar-se de uma resposta direta». Porém, logo em seguida, cita uma frase com preposição: «evadir-se a uma crítica». Se o verbo é transitivo direto, a frase correta não seria «evadir-se uma crítica»? Porém, admito que ficaria estranho. Portanto, o mais correto não seria dizer que o verbo é transitivo indireto, citando a referida frase como exemplo (evadir-se a uma crítica)?

A minha dúvida vem da frase que pretendo escrever em que um filho faz uma pergunta a que a mãe não sabe como responder. A frase é: «Pega de surpresa, ela sorri desconcertadamente e tenta se evadir da resposta.»

Fico grato se puderem me elucidar esse enigma!

Alberto Sousa Estudante Porto, Portugal 650

Ao ler a frase "Proteja-se a si e aos outros" fiquei com uma dúvida. Qual a razão para usar "a si" e "aos outros"?

Na frase "Proteja-se a si e aos outros" usamos "a si" porque o pronome pessoal reflexo "si" vem acompanhado da preposição "a". Logo, dizemos "Proteja-se a si" tal como dizemos "Convido-o a si". Mas qual é a lógica da segunda parte, "proteja aos outros"? Qual é o papel da preposição "a" contraída com "os outros" neste exemplo, sabendo que "proteger" não é regido pela preposição "a"?

Compreendo que digamos "Vi-o a si ontem", para reforçar o interlocutor, mas não percebo o sentido na frase que agora aparece em muitos cartazes. É que julgo que a frase "Proteja aos outros" não faz sentido.

Parece-me mais correto dizer: "Proteja-se e proteja os outros" ou talvez "Proteja-se a si e proteja os outros". Julgo que é a mesma em "Encontrei-te a ti e aos outros", pelo que deduzo que "a mim/ti/si e aos outros" seja uma fórmula que não depende do verbo que a antecede.

Obrigado pelo esclarecimento!

Maria João Carvalho Professora Lisboa, Portugal 714

Começo por vos parabenizar pelo vosso 25.º aniversário! Efetivamente, é um site de referência.

Quanto à minha questão, é muito simples. Num exercício de um manual, pergunta-se, de entre as 5 frases que de seguida apresentarei, uma não tem complemento do nome:

1. A beleza da Ana é inigualável.

2. A certeza de que ia vencer levou-o a persistir.

3. O regresso do João foi efusivo.

4.O edifício da empresa vai entrar em obras.

5. O grupo de turistas estava entusiasmado.

Tenho dúvidas na 4 e 5. A solução remete para a 4, mas não consigo incluir a 5 no grupo de palavras que pedem complemento do nome, enquanto na 5, parece-me que podemos ver o edifício como parte de um todo.

Grata pela V. atenção,

Diogo Sobral Explicador São Domingos de Benfica, Portugal 632

Saúdo antes de mais os dinamizadores da página e parabenizo o trabalho feito através deste projeto.

A minha dúvida é a seguinte: na frase «há problemas com a vizinhança», o «com a vizinhança» corresponde a um modificador do grupo verbal ou a um complemento do nome?

Parece-me difícil discernir.

Obrigado.

Francis Gouve Professor Luanda, Angola 763

Gostava de saber o que é na verdade um complemento determinativo.

 

Elvira Felicidade Ferreira Rodrigues Tristão Professora Cartaxo, Portugal 1K

Nas frases «Nem sempre encontramos quem nos perceba bem» e «Raramente encontramos quem durma menos de 7 horas por noite», as orações subordinadas são substantivas relativas ou substantivas completivas?

Luís Pereira Professor Povoação, Portugal 398

Tenho uma dúvida em relação à seguinte função sintática do constituinte «em Belém» na seguinte frase:

«O Mosteiro de Santa Maria da Feira, em Belém, é mais conhecido por Mosteiro dos Jerónimos.»

Modificador de nome, certo?

A expressão «em Belém» equivalerá a «que é de Belém»? Equivalerá a «localizado em Belém»? Não me parece que faça sentido quando movida na frase.

Obrigado pela vossa paciência e dedicação.

Jaime Fernandes Professor Viseu, Portugal 448

Na frase «É como se estivéssemos a mil numa montanha russa», qual a função sintática exercida na frase pelas expressões «a mil» e «numa montanha russa» respetivamente?

Alexandre Domingos Professor Luanda, Angola 864

1. Como devo fazer análise sintática da seguinte frase: «aceita-me como sou»?

2. Como posso dividir e classificar o seguinte período: «tal como eles foram patriotas assim também o seremos»?

Sou um consumidor regular dos conteúdos disponibilizados por este maravilhoso canal.

Muito obrigado pelo excelente trabalho que desenvolvem em prol do nosso idioma, o Português. Bem hajam!

Jacinto Braga Economista Setúbal, Portugal 494

Em resposta de 23 de março de 2007 (https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/era-uma-vez/19978), diz-se que «era uma vez» “pode ser classificada sintacticamente como complemento circunstancial de tempo” e dá como exemplo «Era uma vez um gato que tinha duas botas pretas».

Ora, sendo «que tinha duas botas pretas» uma oração subordinada, se «era uma vez» é complemento, não existe verbo para uma oração subordinante!

Quer-me parecer que mais lógico é considerar «era» núcleo do sintagma verbal, e apenas «uma vez» complemento circunstancial.Se for assim (e também se não for), resta saber a função de «um gato».

Dado que nós também diríamos «era uma vez dois gatos» (e não «eram uma vez dois gatos»), «gato» ou «gatos» pode ser o sujeito?

Ou teremos de admitir que temos aqui um uso de especial de ser equivalente a haver? «Havia uma vez dois gatos» não levanta dúvida nenhuma.

Grato pela vossa atenção e serviço à comunidade.