«Voando vai para a praia, Leonor na estrada preta»
Considerando a frase «Voando vai para a praia, Leonor na estrada preta.»1. Trata-se de uma frase simples em que «vai voando» é o «complexo verbal (antiga perifrástica) e «para a praia» o complemento oblíquo?2. Como analisar «voando» sintacticamente, neste contexto?
Obrigada.
Oração subordinada substantiva relativa e predicativo do objecto directo
Outro dia, eu estava pensando na seguinte frase: «Eu o considero como quem não presta», para mim, sintaticamente semelhante a «Eu o considero como amigo». O que me assustou foi a análise sintática que fiz (não contemplada por nenhum gramático, pelo que sei). Assim como «como amigo» exerce função sintática de predicativo do objeto direto, também ocorre a mesma análise para a oração «como quem não presta». Faz sentido classificar a oração «como quem não presta» como oração subordinada substantiva predicativa do objeto direto justaposta ou simplesmente oração subordinada adjetiva restritiva justaposta? Não encaro o quem como pronome relativo sem antecedente, mas um simples pronome indefinido, sujeito do predicado «não presta».
Obrigado.
A ambiguidade de um adjunto adverbial
Caros amigos, minha dúvida é referente a um parágrafo de um livro que estou lendo. Eis o parágrafo:
«Na noite anterior ao desabamento, em Friuli, da represa Vajont, em 9 de outubro de 1963, provocando uma imensa catástrofe, ouviram-se estalos que provinham daquele lado, sem que ninguém fizesse caso.»
Quando li pela primeira vez o texto, entendi que 9 de outubro de 1963 era a data do desabamento da represa. Ao ler outra vez o mesmo texto, entendi que a data de 9 de outubro de 1963 era referente à "noite anterior ao desabamento". Nesse tipo de estrutura textual, qual a interpretação correta a se fazer? Que tipo de estrutura é essa?
Desde já agradecido, despeço-me com um fraterno abraço!
A preposição por como conector causal e explicativo
Frases do tipo:
«Eu gosto de chocolate, por ser macio e doce.»
Estão correctas? Têm infinitivo pessoal e são conclusivas?
Agradecia resposta a esta pergunta e, se possível, alguma informação adicional acerca do uso de por como conector.
Muito obrigada.
O significado de «uma vez»
Deparei-me com a seguinte frase que me suscitou uma pequena dúvida:
«Uma vez na intimidade do seu quarto, atirou-se para cima da sua cama.»
Qual o significado aqui de «uma vez»? Não me parece que tenha o sentido de «um dia», pois penso que logo a seguir estaria uma vírgula, certo?
Já agora, diz-se «parece-me que tenha a ver com...», ou «parece-me que tem a ver com...»?
Muito obrigado!
Pronome lhe como realização do sujeito de uma subordinada completiva de infinitivo
No conto Missa do Galo, Machado de Assis escreve: «... e, mais de uma vez, ouvindo dizer ao Menezes que ia ao teatro...» Como se explica esse «ouvindo dizer ao...»? Porque quem diz... diz alguma coisa a alguém, não é? Então, a frase deveria ser «ouvindo dizer o Menezes» ou «ouvindo dizer Menezes»... não é?! Ou a 1.ª opção se justifica? Como?
A classe gramatical de que em «Poluída que estava, a praia foi interditada»
Na oração «Poluída que estava, a praia foi interditada», qual seria a classe gramatical da palavra que?
Diferença entre oração coordenada assindética e oração coordenada por justaposição
Num livro de estudo de preparação para exame nacional é feita a diferenciação entre oração justaposta assindética e oração justaposta por justaposição. Para a primeira é dado o exemplo «Cheguei a casa, vi televisão, conversei com os meus pais e fui dormir»; para o segundo, «A mãe chegou: a casa estava toda desarrumada.» As duas frases têm em comum o facto de não possuírem qualquer conjunção a unir as orações, por isso classificá-las-ia de orações coordenadas assindéticas. A minha questão é: tendo como base os exemplos referidos, como diferenciar a oração coordenada assindética da oração coordenada por justaposição?
Grata pela atenção disponibilizada.
A análise sintáctica da frase «Ele vive como lhe apetece»
Na frase: «Ele vive como lhe apetece», retirada da Gramática da Areal, «como lhe apetece» é referido como subordinada substantiva relativa com a função modificador do grupo verbal, «vive». A minha questão reside na análise da dita oração, ou seja, identificação da função sintáctica do advérbio relativo como, das posições de sujeito, de complemento directo, etc. Ou não é possível proceder a uma análise dessa oração?
Obrigada pela vossa atenção.
As orações comparativas e as concessivas como modificadores
Relativamente às funções sintácticas (FS) desempenhadas pelas orações subordinadas adverbiais, julgo estar certa ao dizer que:
— as causais, as finais e as temporais desempenham sempre a FS de modificador (frásico) do grupo verbal (GV);
— as concessivas e as condicionais desempenham sempre a FS de modificador (frásico) da frase;
— as comparativas e as consecutivas (aquelas que, julgo, têm pouca, ou nenhuma, mobilidade) também são modificadores. E agora aqui vai a dúvida: são modificadores da frase, ou do GV?
Grata pela prontidão com que a equipa do Ciberdúvidas sempre me responde!
