As orações pequenas na análise sintáctica
Gostaria que fizessem a sintaxe da seguinte frase: «De dia, sentado num tapete, descansando as mãos nos meus joelhos de seda amarela, eu imaginava o mundo.» Dizem-me que «sentado» e «descansando» são predicados das orações e que esta é uma frase complexa com três orações. Está correcta esta análise? Em que circunstâncias é o gerúndio e o particípio passado predicado numa frase?
Classificação de orações
Gostaria de saber a divisão e classificação dos versos : «Deus ao mar o perigo e o abismo deu,/ mas nele é que espelhou o céu.» Gostaria de saber, também, as funções sintácticas dos segmentos: «ao mar»; «o perigo e o abismo» e «nele». Desde já muito obrigada.
A morfossintaxe de quanto (quantificador e pronome)
Agradecendo, desde já, a vossa preciosa ajuda, em questões várias, através das respostas dadas a outros consulentes, peço eu agora, também, e sem querer abusar da vossa paciência, um esclarecimento: a que classes morfológicas pode pertencer a palavra «quanto»? E na frase «Não sei quantos livros já terei lido», em particular? Será um pronome interrogativo ou um pronome relativo? Se é um pronome, que nome substitui? Se não é, talvez seja um determinante interrogativo. Se assim for, como classificamos a oração «(...) quantos livros terei lido»? Tratar-se-á, então, de uma oração subordinada substantiva relativa, ou será uma oração subordinada adjectiva restritiva (se for pronome relativo)? Não poderá ser uma oração subordinada adjectiva interrogativa indirecta (se se tratar de um pronome interrogativo)? Ou não é nada disto?
Um caso de oração completiva com o verbo pensar
Na frase «penso que irás conseguir», a palavra «que» é – uma conjunção consecutiva – um pronome relativo – uma conjunção integrante – uma preposição?
As subordinadas não finitas selecionadas por convidar
Qual é a forma correcta:
«As entidades organizadoras têm a honra de convidar todos os Portugueses a participar nos festejos...» ou «As entidades organizadoras têm a honra de convidar todos os Portugueses a participarem nos festejos...»?
Muito obrigado.
A análise sintáctica de tudo em «(...) porque a terra e o mar tudo era mar»
Antes de mais, bem haja pelo serviço que prestam! Sendo professor de Língua Portuguesa no Colégio Internato dos Carvalhos e face à disparidade de respostas dos discentes, gostaria de confirmar a função sintáctica de constuinte frásico na oração «(...) porque a terra e o mar tudo era mar.» (Vieira, António. "Sermão de Santo António aos Peixes", cap. II). 1.º "tudo", pronome indefinido, englobando «a terra e o mar» – sujeito – , funciona igualmente como sujeito e não como atributo do sujeito (?), falando-se, pois, de sujeito composto; 2. º "Tudo" não se liga ao predicativo do sujeito "mar", não havendo anástrofe, pelo que a oração não poderia ser "porque a terra e o mar era(m) tudo mar"(?).
A sintaxe do verbo deixar
Na frase «Este barulho não me deixa dormir», estamos na presença de uma conjugação perifrástica? Como se faz a análise sintáctica da mesma frase? Obrigada.
A função sintáctica do pronome relativo numa construção clivada
Na frase «Fui eu quem reparou a avaria», qual a função sintáctica de «quem»?
Sobre bibliografia indicada para a nova terminologia
Edite Prada, na resposta de 22/09/2005, afirma que «subordinadas substantivas são as frases que têm função de complemento directo de outras». Ora também o são as que têm função de sujeito e de predicativo do sujeito. Ou não? Por outro lado, recomenda a consulta da obra Saber Português hoje: Gramática Pedagógica da Língua Portuguesa. Ora esta gramática, em certos aspectos, não segue a Nova Terminologia, continuando, por exemplo, com a designação de «complementos circunstanciais». Para além disso, na página 123, distingue atributo de aposto, designando este último como modificador nominal? Depois, explica que o atributo, além de modificador restritivo, pode ser modificador apositivo, se especifica o significado do nome, como no exemplo: «O vestido que trazias ontem, verde e azul, fica-te bem.» A minha questão é: neste caso, os adjectivos não são apostos? E o atributo não é também um modificador nominal?
Um caso de oração intercalada
Gostaria de colocar-lhes, hoje, duas questões de sintaxe sobre as quais agradecia o vosso sempre apreciado e autorizado comentário. A primeira relaciona-se com a classificação das orações na frase de abertura do "Sermão de Santo António aos peixes" do inimitável padre António Vieira: «Vós, diz Cristo Senhor Nosso, falando aos pregadores, sois o sal da terra:» Afiguram-se-me as seguintes hipóteses de classificação: Hipótese 1 1.ª oração: «Vós. sois o sal da terra», oração subordinante; 2.ª oração: «diz Cristo Senhor Nosso», oração subordinada explicativa (justificada por estar entre vírgulas); 3.ª oração, «falando aos pregadores", oração subordinada gerundiva (temporal). Hipótese 2 1.ª oração: «Vós sois o sal da terra», oração substantiva subordinada conjuncional integrante (subentendendo-se a conjunção integrante “que”, pedida pela forma verbal “diz”, verbo declarativo; 2.ª oração: «diz Cristo Senhor Nosso», oração subordinante; 3.ª oração: como no primeiro caso, subordinada gerundiva, com valor temporal. Hipótese 3 Considerar a parte de frase «diz Cristo Senhor Nosso, falando aos pregadores» como a frase introdutória do discurso da personagem (por conter uma expressão declarativa «diz Cristo Senhor Nosso» e «Vós sois o sal da terra» como discurso directo (da personagem, Cristo Senhor Nosso). Assim, na primeira frase teríamos que a primeira oração seria a subordinante, a segunda, subordinada gerundiva de valor temporal e «Vós sois o sal da terra», uma oração substantiva com o valor de complemento directo do verbo dizer. [...]