Tenho dúvidas ao diferenciar substantivo sobrecomum e substantivo comum de dois gêneros.
Será que posso apenas acrescentar o o ou o a antes do substantivo e, se combinar, é comum de dois gêneros? Ex.: frentista, eu tento combinar o frentista, a frentista; se combinou, portanto, é comum de dois gêneros? Ou será que estou errada?
Gostaria de saber se existe o plural da palavra euro. Posso dizer «dois euros»? Ou digo «dois euro»?
Tenho a seguinte dúvida: pode-se usar dois-pontos dentro de dois-pontos? Por exemplo, em A Cidade e as Serras (edição da Livros do Brasil, p. 143), há a seguinte frase: «Estava precioso: tinha fígado e tinha moela: o seu perfume enternecia: três vezes, fervorosamente, ataquei aquele caldo.»
A palavra autocarro é derivada, ou composta?
De acordo com o AO de 1945, como se devem escrever os nomes dos animais e das plantas? Sempre com hífen? Ou existem excepções? (Sei que com o AO de 1990 todos estes nomes têm hífen).
A seguir apresento alguns exemplos para me informarem como devem ser escritos correctamente de acordo com o AO de 1945: arranha-lobos, genciana-das-turfeiras, campainhas-amarelas, fava-de-água, borboleta-azul-das-turfeiras, azulinha-do-bocage, aranja-dos-charcos, nêspera-dos-lameiros, azulinha-do-tomilho, ziguena-dos-pântanos, aranha-vespa, tecedeira-acuminada.
O substantivo pica-pau, segundo o novo acordo ortográfico, escreve-se separado. Porém, temos visto em vários meios de comunicação escrito sem hífen. Será que podem esclarecer a dúvida?
Eu gostava de saber se astro-rei tem hífen no novo acordo ortográfico.
No caso da frase «Fez dos alhos bugalhos», deverei usar uma vírgula a separar as duas últimas palavras?
No contacto diário com a língua escrita, facilmente constatamos uma certa anarquia na área da pontuação. Sabemos que o emprego dos sinais de pontuação oferece uma considerável margem de liberdade, que a subjetividade desempenha um papel importante; no entanto, sentimos que algo deveria ser feito no sentido de uma maior uniformização de critérios…
As gramáticas portuguesas não concedem ao assunto a importância que ele merece, limitam-se a uma apresentação sumária e superficial, manifestamente insuficiente.
Estes fatores alimentam a indecisão, a dúvida e, mesmo, a ignorância, atingindo, inclusive, aqueles que mais de perto lidam com a língua: os docentes.
É deste âmbito a situação que passo a expor, solicitando o vosso contributo.
Nas atas das reuniões de avaliação, são frequentes as enumerações. Nestas, é mencionado o número do aluno, seguido do respetivo nome (primeiro e último), naturalmente separados pela vírgula. O que, muitas vezes, se passa é que se usa a vírgula para separar os vários alunos entre si…
Não invalidando sumariamente esta opção, parece-me preferível optar pelo uso do ponto e vírgula para separar estes elementos. Isto contribuirá para uma melhor clareza do texto, evitando a excessiva repetição deste sinal de pontuação e eliminará uma certa ambiguidade. Embora a ata, texto normativo, não tenha as preocupações estéticas do texto literário, isso não impede que procuremos construir um texto agradável e, neste aspeto, ele sairá largamente beneficiado.
Tendo manifestado, em contexto escolar, esta minha posição, fui objeto de grande contestação, junto dos colegas de Português (minha área disciplinar). O ponto e vírgula é usado para «separar os diversos itens de enunciados enumerativos» (Cunha e Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, 13.ª ed., Lisboa, Sá da Costa, p. 648). Isto é amplamente corroborado: «Usa-se o ponto e vírgula entre os vários elementos de uma enumeração quando se pretende estabelecer claramente a sua separação» (Bergström e Reis, Prontuário Ortográfico e Guia da Língua Portuguesa, 33.ª ed., Lisboa, Editorial Notícias, Lda., p. 49).
Será, sem dúvida, pertinente incluir neste âmbito a situação que exponho. Os exemplos apresentados são diferentes, mas a gramática não pode, naturalmente, contemplar todos os contextos. A partir da análise de obras que tratam este sinal, ressaltam duas ideias fundamentais: ele é decisivamente “escravo” do contexto (além da intenção), pela sua própria natureza de intermediário entre o ponto e a vírgula; a sua capacidade para colmatar claramente as insuficiências da vírgula é inquestionável.
Gostaria que comentassem esta situação, pois é comum assistir-se a um "interminável desfile" de vírgulas nas atas que mencionei. Creio que isso pode contribuir para esclarecer uma situação recorrente nos nossos estabelecimentos de ensino.
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
A expressão «mar salgado» é um pleonasmo?
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