DÚVIDAS

Assimptota (o uso e a regra)
Quero, antes do mais, felicitar todos aqueles cujo empenho impediu o Ciberdúvidas de acabar. Faço votos de que continue por muitos e bons anos a prestar o seu inestimável serviço em prol da Língua Portuguesa. A minha dúvida prende-se com a palavra «assimptota». Sou professor de Matemática e sempre ouvi e pronunciei esta palavra como esdrúxula. Em conformidade, sempre escrevi “assímptota”, com acento no i. Notei, contudo, que, nos exames oficiais da disciplina, a palavra era escrita sem acento, pelo que resolvi consultar a base de dados do Ciberdúvidas para esclarecer a questão. Ao fazê-lo, deparei com duas respostas algo contraditórias: o Prof. Manuel Portilheiro, sendo matemático, informa que sempre escreveu "assímptota", ao passo que o Prof. José Neves Henriques, filólogo, apresenta o fundamento etimológico pelo qual se deve considerar «assimptota» uma palavra grave. Posto isto, a minha questão é a seguinte: Uma vez que, do Secundário ao Superior, a pronúncia de «assimptota» como palavra esdrúxula é de uso generalizado entre professores e alunos de Matemática, que grafia se deve adoptar? "Assímptota", "assíntota" (grafia adoptada pelos Brasileiros) ou «assimptota» (caso em que haveria discrepância entre o que se escreve e o que se pronuncia)? Com os melhores cumprimentos,   N.E. O consulente escreve segundo a Norma de 1945.
Concordância no interior do grupo nominal
Gostaria de uma orientação a respeito da concordância nominal na seguinte frase: «Quero duas água mineral Lindóia.» Do meu ponto de vista, a frase está correcta, mas alguns colegas meus acham que o correcto é «... águas minerais Lindóia». Ora, como podem eles estar correctos se, ao pedir a tal água, temos em mente que são duas garrafas de água, logo «duas garrafas de água mineral»? Se estou correcta nesse raciocínio, devemos dizer igualmente «Quero dois maionese Arisco» (e não "duas maioneses" Arisco), pelo facto de termos em mente dois frascos de maionese Arisco. Estou correcta? Ficarei grata se me mandar um comentário.   N.E. O consulente escreve segundo a Norma de 1945.
O anglicismo semântico “evidência”
Em nossa labuta diária, deparamo-nos com dúvidas atrozes e singelas, onde nossa certeza de bem usar a última flor do Lácio é diuturnamente ameaçada pela barbárie. Eis o motivo da indagação que ora lhe apresento, mediante o seguinte enunciado: O Dicionário Eletrônico Houaiss 1.0 nos diz que a expressão "evidência" tem como primeiro sentido «qualidade ou caráter de evidente, atributo do que não dá margem à dúvida» e, como terceiro sentido, «aquilo que indica, com probabilidade, a existência de (algo); indicação, indício, sinal, traço». Assim, num texto técnico, p. ex., na frase «Nossos trabalhos nos trouxeram evidência de superfaturamento», é seguro afirmar que a palavra "evidência" pode ser substituída por "prova", ou seria mais adequado substituí-la por "indício"? Muito obrigado!
Escarificação
A palavra "escarificação", incisões feitas na pele com objecto cortante, prática de algumas tribos africanas, não consta do Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa, mas vem em algumas enciclopédias, como, por exemplo, a editada pelo "Público" no ano passado e no Dicionário Houaiss. São menções suficientes/credíveis? Existe a palavra em português, ou não? Agradeço, desde já, a vossa atenção.   N.E. O consulente escreve segundo a Norma de 1945.
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