Sou estudante universitária do curso de Português e Francês e tenho uma dúvida relativa à utilização dos pronomes possessivos «seu» e «dele». Quando estudei latim, aprendi que estes pronomes são utilizados em contextos diferentes, por exemplo «o seu pai» e «o pai dele» são frases que são proferidas pelos falantes como tendo o mesmo significado mas que, realmente, não o têm. Todavia, ao procurar na Gramática do Português Contemporâneo, não vejo nenhuma referência a este aspecto. Pedia, por isso, um esclarecimento, de forma a poder falar melhor português.
Desde já muito obrigada.
Por favor, queria que me esclarecessem porque às vezes se encontram pronomes tónicos depois de átonos, por exemplo: «Cabe-me sempre a mim resolver os problemas.»
«Fui traído pelas mentiras dela, nunca me dei conta das mesmas.»
Dizem-me, aqui no Brasil, que está frase é incorreta pois transforma «mesmas» em pronome pessoal, e fazê-lo é errar. Deveria ter escrito: «nunca me dei conta delas».
Ora, Camilo Castelo Branco escreve no parágrafo de abertura de Os
Brilhantes do Brasileiro o seguinte:
«As camarinhas aljofravam a brunida testa de Fialho Barrosas, como se a porosa cabeça deste sujeito filtrasse hidraulicamente o estanque de soro recluso do mesmo [grifo meu].»
Pergunto-lhes, a vocês, o Camilo não está a usar «o mesmo» como pronome pessoal também? Ele não está a errar também, ou nem por isso?
Grato pela vossa atenção,
Antes de mais, bem haja pelo serviço que prestam!
Sendo professor de Língua Portuguesa no Colégio Internato dos Carvalhos e face à disparidade de respostas dos discentes, gostaria de confirmar a função sintáctica de constuinte frásico na oração «(...) porque a terra e o mar tudo era mar.» (Vieira, António. "Sermão de Santo António aos Peixes", cap. II).
1.º "tudo", pronome indefinido, englobando «a terra e o mar» – sujeito – , funciona igualmente como sujeito e não como atributo do sujeito (?), falando-se, pois, de sujeito composto;
2. º "Tudo" não se liga ao predicativo do sujeito "mar", não havendo anástrofe, pelo que a oração não poderia ser "porque a terra e o mar era(m) tudo mar"(?).
Gostava de saber qual a forma mais correcta:
«Convoca-se todos os trabalhadores...» ou «convocam-se todos os trabalhadores...»?
Tenho conhecimento de apenas uma gramática reorganizada a partir da nova Terminologia Linguística, editada pela Didáctica Editora, Saber Português Hoje, de Luísa Oliveira e Leonor Sardinha. Com espanto, aprendo aí que «cujo/a/os/as» transitou da classe dos pronomes relativos para a dos quantificadores relativos: com que autoridade? Nas páginas 143 e seguintes, escreve-se «deixis» e «dêictico», se bem o que Dicionário de Houaiss contrarie esta grafia, com os lexemas «dêixis» e «deíctico». É possível indicar-me a melhor gramática a consultar, neste momento? Obrigada.
Como dizer: «Sinto que posso assumir-me como opção» ou «Sinto que me posso assumir como opção»? A oração «… que posso assumir-me como opção» é subordinada e como tal o pronome «me» tem de ser colocado em posição proclítica? Agradecia que me esclarecessem.
Gostaria de saber o significado etimológico da palavra «amém».
Na frase «quando me sorria, o que nunca acontecia» (versos de F. P.), o demonstrativo «o», que não tem função sintáctica na primeira oração e, pelo contrário, é o antecedente de «que», sujeito da oração relativa, deve incluir-se na primeira ou na segunda oração? Os meus agradecimentos pela vossa ajuda.
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