DÚVIDAS

Discurso directo. A clareza
Gostaria, se fosse possível, que as minhas dúvidas fossem esclarecidas pelo dr. D´Silvas Filho, cuja clareza de raciocínio e de expressão eu admiro profundamente. Tenho algumas dúvidas que têm que ver com o discurso directo. Como devo pontuar as frases seguintes? Exemplo 1: — Que belo carro! — exclamou Pedro. — Gostava que fosse meu. ou — Que belo carro! — exclamou Pedro — Gostava que fosse meu. Exemplo 2: — Queres vir comigo? — perguntou Joana. — Não me demoro. ou — Queres vir comigo? — perguntou Joana — Não me demoro. Estão bem pontuadas as seguintes frases? — Eu não vou — afirmou João. — Estou farto. — Ela dorme — afirmou Tânia —, mas ouve tudo. Muito obrigada!
Desrealização e desrealizar
Encontro no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora o substantivo desrealização, como termo filosófico e psicológico usado para designar, grosso modo, uma certa alienação em relação ao mundo real concreto. Contudo, não encontro o verbo "desrealizar" como indicador da acção do processo de "desrealização". Será incorrecto usar este verbo? Por exemplo: «As imagens televisivas desrealizam o mundo.» Desde já grato pelo esclarecimento que me possam prestar.
Sobre exemplos de infinitivo não flexionado
Apesar de ser um tema recorrente, gostaria da opinião objetiva dos consultores sobre a seguinte afirmação encontrada em outra gramática: «Se o infinitivo é complemento de verbo, adjetivo ou substantivo, não devemos flexionar», na qual apresenta os seguintes exemplos: a) «Ele sempre proíbe os empregados de sair no horário»; b) «Não estamos dispostos a desistir tão facilmente». Se considerarmos que em a) o sujeito do verbo «proíbe» é «ele», e o do verbo «sair» é «os empregados», não seria correto flexionar o infinitivo sair? Ou o correto é mesmo não o flexionar, e analisá-lo como integrante da sequência «proíbe de sair». Com relação ao exemplo b), usando o mesmo raciocínio de se identificar o sujeito, percebe-se claramente que só há um, que se encontra subentendido («nós»). Ou aqui cabe a análise de que o infinitivo é complemento do adjetivo «dispostos»?
O emprego de ecoada (contexto jurídico)
Gostaria de saber em que situações se pode usar o verbo ecoar. A dúvida é sobre a correção do emprego de ecoada na frase abaixo: «Já a obrigatoriedade ecoada pelo inciso II leva em consideração o código da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, (...) aplicando-se a obrigatoriedade de emissão da NF aos contribuintes enquadrados nos códigos da CNAE relacionados no Anexo II da mencionada Portaria.» Aproveito para agradecer a atenção e os ótimos serviços que o Ciberdúvidas nos oferece. Um norte nesse mar de dúvidas que circunda os "falantes" da língua portuguesa em todo o mundo. Com carinho.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa