Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: conjunção
William Janoski Músico Limeira, Brasil 5K

Gostaria de esclarecer de uma vez por todas uma dúvida que tenho na letra de uma canção que escrevi, os versos são os seguintes:

«Quero lhe dizer que isso é apenas um momento

E nada nem o tempo, me (fará ou farão) desistir tão fácil de você

Sou persistente e por sinal

Nessa história boto vírgula e não ponto final...»

Devo utilizar fará, ou farão?

Devo concordar no singular ou no plural?

Muito obrigado.

Jorge Raposo Jurista Lisboa, Portugal 6K

«As crianças com menos de 12 anos de idade e menos de 150 cm de altura devem ser seguras por sistema de retenção homologado» é parte de uma norma do Código da Estrada (55.º n.º 1). Quer isto dizer que uma criança com 12 anos ou mais e menos de 150 cm — ou a inversa: menos de 12 anos e mais de 150 cm — também deve usar sistema de retenção, ou já não precisa de o usar? Do ponto de vista estritamente linguístico, qual é o significado da partícula conjuntiva e nesta frase?

Obrigado.

Luciano Eduardo de OIiveira Professor Brno, República Checa 5K

[A respeito da resposta 28 594], não seria melhor usar o conjuntivo/subjuntivo («Embora não seja»)?

João Rodrigues Professor Leiria, Portugal 7K

Sendo as conjunções descritas muitas vezes como elementos que ligam orações, elas deverão ser inseridas nas mesmas ou ser consideradas elementos de ligação? Tomemos como exemplo a frase «O André chegou tarde porque esteve a conversar com o amigo». Nesta frase, a oração subordinada causal é «porque esteve a conversar com o amigo», ou «esteve a conversar com o amigo»? A minha dúvida surge do facto de, se a conjunção é um elemento de ligação, ela funcionar como uma espécie de ponte e nesse sentido não pertence a nenhuma das margens. Contudo, e penso que eu é que estarei errado, nas gramáticas elas aparecem sempre como parte integrante ou das orações coordenadas ou subordinadas. Nesse sentido, como explicar a contradição?

Desde já, o meu obrigado.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 8K

Veja-se a seguinte frase:

«Se não adivinhava tudo, a ideia que se formara da senhora Calas não deixava de corresponder à que podia ter agora que sabia.»

Minha dúvida se prende ao fragmento «agora que sabia». Trata-se de oração adverbial temporal iniciada pela locução «agora que»? No entanto, há também a possibilidade de estar a palavra agora ligada à frase anterior: à que podia ter agora (isto é, naquele momento). Nesse caso, porém, a frase «que sabia» se me afigura incompleta. Em suma, o que conjecturo é que a formulação imaginada pelo redator deveria ser esta: «à que poderia ter agora, agora que sabia» (?), ou seja, no exemplo, a palavra agora estaria sendo usada com dupla função. O melhor seria escrever «à que poderia ter naquele momento (atualmente, naquela ocasião), agora que sabia».

Peço a gentileza de um comentário, que, desde já, agradeço.

Diogo Lopes Estudante Grenoble, França 6K

Dou desde já os meus parabéns à equipa do Ciberdúvidas, pelo excelente site que mantêm.

A minha pergunta é sobre o soneto de Camões «Na desesperação já repousava», mais especificamente sobre a segunda quadra (só esta transcrevo pois parece-me que, em termos de significado, ela se basta a si própria ):

Quando uma sombra vã me assegurava
Que algum bem me podia estar guardado
Em tão fermosa imagem, que o traslado
Na alma ficou, que nela se enlevava.

Não percebo a que se referem os dois últimos «que»: qual deles faz parte da locução comparativa «tão... que»? Qual o sujeito de «... que nela se enlevava»?

Obrigado.

Patrícia de Souza Professora Niterói, Brasil 6K

Na oração «Poluída que estava, a praia foi interditada», qual seria a classe gramatical da palavra que?

Rogério Silva Estudante Macau, China 3K

Li um artigo no Diário de Notícias [em linha], datado de 23 de Março e intitulado «Estudantes chineses estão a aumentar», no qual me deparo com a seguinte frase: «A Escola Básica do 1.º Ciclo n.º 26 não fecha aos sábados, como a maioria das outras. Enche-se de meninos que vêm aprender mandarim, porque é ali que funciona a Escola Chinesa de Lisboa.»

Causa-me uma certa "impressão" a conjunção como na frase. Embora perceba que a escola em questão não fecha aos sábados contrariamente às outras, ao tentar analisar a frase surgiu-me uma dúvida.

1) «A Escola Básica do 1.º Ciclo n.º 26 não fecha aos sábados, como [o faz] a maioria das outras»?

Ou

2) «A Escola Básica do 1.º Ciclo n.º 26 não fecha aos sábados, [tal] como a maioria das outras»?

Ou seja, a escola em questão está aberta ao sábado, contrariamente às outras (frase 1), ou a escola em questão está aberta ao sábado do mesmo modo que as outras (frase 2)?

Muito obrigado.

L. Lima Professora C. Rainha, Portugal 45K

Na Gramática Universal da Língua Portuguesa, de António Afonso Borregana, a palavra nem aparece no quadro dos advérbios de negação. Procurei informação em outras gramáticas e encontrei uma grande diversidade de informação. Pergunto:

1. Nem, além de conjunção, também pode ser advérbio de negação? Em que casos?

2. Apenas a palavra não é advérbio de negação, ou também nunca e jamais?

Em Celso Cunha e Lindley Cintra apenas figura não como advérbio de negação...

Obrigada.

António Tadeu de Sousa Bancário (aposentado) Natal, Brasil 5K

Estava lendo um livro de crônicas do escritor Machado de Assis intitulado A Semana, volume 2, publicado pela Editora Mérito, 1959, quando, na página 93, deparei com o seguinte período: «Desaparece o sacristão, e torna alguns segundos depois, acompanhando o padre.» O que o referido escritor quer nos transmitir apondo a vírgula antes da conjunção coordenada e? No meu modesto entendimento, concluo que tem a finalidade de dar ênfase à frase a qual inicia. Estou errado?

Grato.