DÚVIDAS

Coesão: «Um..., o outro»
Antes de mais, parabéns pelo excelente trabalho desenvolvido! Tenho uma questão... no excerto: «Portugal tem dois vizinhos: o oceano Atlântico e a Espanha. Um deles foi visto durante muito tempo como uma opção arriscada, traidora e perigosa, o outro era líquido.» Numa questão apresentada em aula, considerou-se que, ao recorrer a "um deles" e a "o outro", se punha em evidência a coesão interfrásica. Esta análise é a correta? Se sim, por que razão? Muito obrigada pela atenção dispensada!
Concordância: adjetivos + nomes coordenados
Tenho uma questão quanto à qual a gramática tradicional é um tanto quanto esquiva, então gostaria de seus pareceres. Se trata de campo semântico de adjetivos em sintagmas nominais com mais de um substantivo. Considerando-se que a GT [gramática tradicional] diz que um único adjetivo caracteriza mais de um substantivo (pelo menos enquanto o sentido do adjetivo os cobrir) e que isso ocorre conforme a disposição de termos no sintagma — inclusive em todos os casos de concordância atrativa — (o que é minha maior dúvida se de fato o é), me interesso em saber como contornar interpretações equívocas nestes casos, mormente casos em que a concordância atrativa é obrigatória, por ex., quando adjetivo(s) anteposto(s) (funcionando de adjunto adnominal) aos nomes: «Comprei manuais e gramáticas velhos/velhas.» (penso que caracterize ambos independentemente da ausência de determinantes e da concordância estabelecida, tanto é que se objetivasse a caracterização de somente um nome contornaria assim: «Comprei manuais velhos e gramáticas.» / «Comprei gramáticas velhas e manuais.» Nestes casos, a concordância se faz obrigatoriamente com o mais próximo, pois logicamente só há o mais próximo para concordar. Por conseguinte, quanto a isso também gostaria de saber que acham.) «Comprei velhos manuais e gramáticas.» (nota-se que o sentido do enunciado, provocado pelo deslocamento do adjetivo, mudou. Aqui começa a complicar em meu entender, pois o adjetivo pode, conforme sua carga semântica, caracterizar ambos. E fico em dúvida se efetivamente ocorre, a ausência de determinantes teria alguma implicação diferente na interpretação? Suponho que não... «Comprei os manuais e as velhas gramáticas.» (Por mais que a concordância seja atrativa, não por intuição possibilidade de caracterização semântica de ambos.) Para não ir à exaustão com exemplos, para com casos de adjuntos adnominais, paro por aqui. Ao predicativo do objeto agora: Minha questão com este é mais sobre como contornar a interpretação de que ambos os substantivos são modificados. Para tal recorrendo a pontuação, penso conseguir fazê-lo. No entanto, como estou estudando pontuação ainda (sou um exímio "pontuador"); não sei se satisfaço plenamente a questão, portanto a vocês recorro. «Comprei velhas as gramáticas; e os manuais» (não necessariamente velhos). (E as gramáticas enquanto velhas, não necessariamente estão velhas no momento da enunciação.) Aguardo suas reflexões ansiosamente. Obrigado pela atenção.
«Tarte de noz» e «tarte de nozes»
Tenho vindo a notar que em muitas embalagens e placas informativas, principalmente no ramo da alimentação, têm vindo a usar muito o singular das palavras, como por exemplo: «tarte de noz.». Esta seria talvez, confecionada com mais do que apenas uma noz. Qual seria o mais correto: «tarte de noz» ou tarte de nozes» ou «tarte com aroma a noz»? Porque temos uma outra situação relacionada com os sabores e aromas. Normalmente dizemos: «bolo de laranja», «bolo de maçã», «bolo de banana», e por aí além, mas existe alguma regra no que diz respeito às quantidades, para definir se o nome é no singular ou no plural? Obrigado.
A força do que se argumenta num período composto.
Tenho tido dificuldades para identificar a força do que se argumenta em um período composto. Para identificar, é preciso ter em mente o contexto e também identificar os operadores argumentativos, certo? Duas orações me causaram dúvidas: «De certo modo, nós alugamos o livro digital, não o adquirimos.» «Embora não tenha nascido ontem, a era digital ainda é um mundo todo novo.» Na primeira oração, a força do que se argumenta está no segmento «não o adquirimos»? Na segunda oração, a força do que se argumenta está no segmento «Embora não tenha nascido ontem»? Agradeço a atenção.
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