Com efeito, é possível que a análise envolvida na questão colocada aqui esteja relacionada com a sintaxe que envolve a palavra login. Será, com efeito, estranha uma construção em que login seja determinado por um artigo indefinido:
(1) «?Faça um login.»
No entanto, encontramos outras situações em que login é determinado por artigo definido:
(2) «Deve seguir estes passo para fazer o login.»
ou mesmo por artigo indefinido:
(3) «Para fazer um login válido, deverá…»
Como já dissemos em diversas ocasiões, o uso do artigo indefinido é algo flutuante e pode estar associado a intenções diversas. No entanto, neste caso particular, julgo que teremos ainda de trazer à colação o facto de em construções como a que se apresenta em (4) estarmos a lidar com uma palavra inglesa que se usa em frases traduzidas:
(4) «Faça login na sua conta.» («Login to your account»)
Poderemos ainda avançar uma outra possibilidade que se prende com o facto que na expressão «fazer login», estamos perante um uso de fazer como verbo leve. Ora, os verbos leves sofreram um processo de esvaziamento semântico e, por essa razão, selecionam um constituinte de natureza nominal que assumirá a centralidade da significação. Esta situação tem lugar com o verbo fazer em construções como «fazer aflição» (e não «fazer "a" aflição» ou «fazer "uma" aflição»)1. Nesta ótica, seria este uso de fazer como verbo leve, integrando um predicado complexo, que explicaria por que razão não é admissível o recurso ao artigo indefinido ou mesmo à pluralização de login. Neste aspeto, as construções ««iniciar sessão» e «fazer login» têm, assim, um comportamento distinto.
Não obstante, no contexto concreto em que se dá a indicação de necessidade de introdução de dados pessoais para entrar numa dada conta, a opção mais frequente será, com efeito, «inicie sessão», o que corresponde ao inglês login.
Disponha sempre!
?assinala a estranheza da construção.
1. Para mais informações, cf. Peres in Raposo et al. Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 1214-1218.