De facto, alguns gramáticos e dicionaristas defendem que se estabeleça uma correlação entre o tempo em que flexiona o verbo haver e o tempo em que está flexionado o verbo da oração principal.
Houaiss, por exemplo, diz no seu dicionário que o verbo haver «deve empregar-se em correlação temporal com o outro verbo da frase: havia dois anos que Paula não falava conosco» e que, no discurso informal, «haver costuma ser empregado no presente do indicativo (e na 3.ª pessoa do singular, visto ser impessoal): tal uso é condenado por diversos gramáticos: há muito tempo trabalhava lá por havia muito tempo trabalhava lá».
Esta é, no entanto, uma posição purista e pouco actual. O uso do presente do indicativo do verbo haver para indicar tempo decorrido no passado é hoje em dia correcto e (pelo menos no português europeu) mais frequente do que as formas verbais de passado do verbo haver.
O consulente poderá, assim, preferir a construção com a forma verbal haveria, mas não deverá condenar a construção correspondente em que é usada a forma há.