Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: TLEBS
Berta Simões Professora Portugal 8K

Entre colegas (professores) surge frequentemente a dúvida: O predicado é tudo aquilo que se declara acerca do sujeito e, sendo assim, inclui todo o tipo de complementos e outras funções sintácticas, ou inclui apenas os elementos essenciais: verbo, complemento directo, complemento indirecto e predicativo do sujeito?

António Pereira Professor de Português Portugal 4K

Se a designação substantivo foi substituída por nome, deixa de ser correcto dizer «adjectivo substantivado»? Se assim é, qual é a expressão correcta? Existe actualmente alguma gramática ou publicação que contemple a terminologia gramatical actualmente em vigor para o ensino secundário e que seja fiável? É que mesmo tendo já lido a legislação sobre o assunto e consultado o CD-ROM enviado para as escolas, continuamos, eu e os meus colegas professores de Português, com muitas dúvidas e indignados perante a o que espera os nossos alunos nos exames nacionais do 12.º ano: um grupo para testar o funcionamento da língua. A aplicação da legislação foi suspensa para o ensino básico, criando-se, assim, um período de transição para, por exemplo, permitir a informação e formação dos docentes. Então e os professores do ensino secundário não estão na mesma situação?!

Nestas circunstâncias, lembro-me de uma expressão que ouvia, quando era miúdo, às pessoas da minha terra: «As cadelas apressadas parem os cães cegos.» Mais conhecido é o dito que se aplica como uma luva à situação presente: «O pior cego é aquele que não quer ver.» Está-se a criar um ambiente pouco propício ao ensino e aprendizagem que preocupa as famílias e penaliza fortemente os alunos.

Quanto aos professores, como têm uma longa experiência de fazer "omeletas sem ovos" e "das tripas coração", já estão habituados a tudo.

Obrigado pelo valioso trabalho que desenvolvem neste sítio (ou "site"?)

Iolanda Marisa Alexandre Batis Portugal 9K

Na TLEBS, são considerados nomes epicenos os que possuem um traço (+ humano; + animado) e como nomes sobrecomuns os com o traço (+ animado; - humano). Não haverá aqui uma troca nos conceitos? Digo isto porque, na gramática dos professores Celso Cunha e Lindley Cintra, as definições não coincidem com as da terminologia.

Manuel Seixas Portugal 6K

Edite Prada, na resposta de 22/09/2005, afirma que «subordinadas substantivas são as frases que têm função de complemento directo de outras». Ora também o são as que têm função de sujeito e de predicativo do sujeito. Ou não? Por outro lado, recomenda a consulta da obra Saber Português hoje: Gramática Pedagógica da Língua Portuguesa. Ora esta gramática, em certos aspectos, não segue a Nova Terminologia, continuando, por exemplo, com a designação de «complementos circunstanciais». Para além disso, na página 123, distingue atributo de aposto, designando este último como modificador nominal? Depois, explica que o atributo, além de modificador restritivo, pode ser modificador apositivo, se especifica o significado do nome, como no exemplo: «O vestido que trazias ontem, verde e azul, fica-te bem.» A minha questão é: neste caso, os adjectivos não são apostos? E o atributo não é também um modificador nominal?

Joana Andrade Estudante Portugal 16K

Gostava de saber o significado da palavra “deixis” e a sua aplicação em situação de texto.

Manuela Cunha Professora Portugal 5K

No CD fornecido pelo ME sobre a nova nomenclatura são apontados como protótipos textuais: descritivo, narrativo, argumentativo, expositivo-explicativo, injuntivo-instrucional e dialogal-conversacional. A minha pergunta é: onde cabe aqui o texto lírico? Também o texto dramático oferece problemas porque, se numa análise detalhada podemos encontrar diversos protótipos, numa análise global como vamos classificá-lo? Será que estou a confundir dois níveis de análise diferente? Agradecia um esclarecimento.

Ciberdúvidas da Língua Portuguesa 4K

Os portugueses vêem os brasileiros como os “rebeldes” da Língua Portuguesa? Não é essa perspectiva injusta, quando qualquer brasileiro tem dificuldade em aceitar o à-vontade linguístico com que os naturais de Lisboa dizem gostar “imenso” de tudo?
São estas sucintamente as questões levantadas por um consulente brasileiro a viver em Lisboa. A resposta é simples: nenhum país de Língua Portuguesa detém a norma, porque há variantes a respeitar. Por outro lado, importa que, linguisticamente, saibamos mais acerca uns dos outros, porque uma língua de dimensão mundial não dispensa o sentido de comunidade.
Indicativo dessa necessidade é o extraordinário conjunto de gramáticos que, de um lado e do outro do Atlântico, investigam a história e actualidade da Língua Portuguesa. A respeito de um verbo que se tornou tabu linguístico, vemos que existem divergências entre gramáticos e lexicógrafos, mas não há uma oposição entre portugueses e brasileiros. O que é bom sinal: significa que a investigação se faz objectiva e serenamente, contribuindo assim para um conhecimento mais responsável da língua.
Durante a semana, outras perguntas se fizeram também. Algumas são características de quem quer compreender a língua no seu uso quotidiano. Outras relevam da preocupação com a aprendizagem e são feitas por professores de língua materna, focando a Terminologia Linguística para o Ensino Básico e Secundário (TLEBS), recentemente adoptada em Portugal. Entretanto, o papel da linguagem literária no Ensino Básico e Secundário em Portugal suscita a discussão de opções pedagógicas. A petição de Maria do Carmo Vieira, “Pela dignificação do ensino”, é disso prova.
Finalmente, na Antologia surge um novo texto. Da autoria de Luís Carlos Patraquim, que o escreveu especialmente para o Ciberdúvidas, é uma evocação da infância e da magia da palavra, mas dá também testemunho da diversidade da nossa língua comum em terras de Moçambique. Boa leitura.

Maria Afonso Portugal 4K

É correcto dizermos que o substantivo «homem» é um substantivo comum, animado, humano, contável, masculino, singular.
É preciso isto tudo para classificar correctamente a subclasse do nome? É dispensável? Obrigatório?

Manuela Cunha Professora Portugal 2K

Num livro de 11.º ano aparece, entre outras formas de criação de neologismos, a recuperação etimológica. Tenho uma ideia do que seja, mas gostaria de confirmar e sobretudo de encontrar alguns exemplos. É possível ajudar-me?A expressão em causa […] aparece na página 21 do livro da Asa Das Palavras aos Actos, 11.º ano, de Ana Maria Cardoso, Célia Fonseca, Maria José Peixoto e Vítor Oliveira. Aparece conjuntamente com outras modalidades de criação de neologismos e diz apenas e textualmente: Recuperação etimológica – absconso, fax (de fac simile)

Elisa Centeno Portugal 9K

Na TLEBS, no subdomínio Sintaxe, n.º B4.3.4.3, apresenta-se a frase «Durmo bem [onde há silêncio]», em que «onde há silêncio» exemplifica uma frase modificadora do grupo verbal introduzida por «onde», classificada como subordinada substantiva relativa sem antecedente. Se «onde» é um pronome relativo adverbial, com sentido de lugar, como pode introduzir uma frase substantiva? Uma frase substantiva não terá de desempenhar uma função própria de um substantivo/nome?[…]