DÚVIDAS

A expressão «fora de órbita»
Sendo aspirante a tradutor-intérprete, deparo-me, por vezes, com dúvidas relativas ao uso correto de certas expressões (idiomáticas, populares, entre outras). Neste sentido, venho pelo presente perguntar se é legítimo o uso da expressão «fora de órbita» no seguinte contexto, com o intuito de dar à mesma uma conotação negativa e com o intuito de esta significar que algo é anormal e negativamente muito elevado: «O ano passado, em algumas águas, as condições revelaram ser de um calor tão inusitado que os níveis de stress térmico estavam ao pé da letra fora de órbita para o sistema de alerta da NOAA.» Muito obrigado pela atenção!
Escrita de números
Passei para minha amiga revisora de textos um documento de texto, contendo um informativo de divulgação dos livros da Saga Confusões Conjuntas (17 livros principais de comédia dramática, pastelão e maluca e um livro complementar de minha autoria). No caso, tinha escrito: «dezessete livros principais» (por extenso), e ela trocou por algarismos, passando para mim esta referência aqui no caso. Minha dúvida é: por quais motivos numerais com até duas sílabas devem ser escritos por extenso, enquanto numerais com três ou mais sílabas devem ser escritos com algarismos? E por que o numeral cem (100) é uma exceção à regra também? Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Gramáticos em desacordo
 Não há consenso perfeito entre os gramáticos de nosso idioma (e de idioma algum, creio eu). Há, por exemplo, certo debate quando ao plural de certos substantivos compostos. A minha dúvida é a seguinte: como devemos proceder em tais casos? Há matérias em que basta recorrer ao parecer do autor com mais autoridade para saber a posição correta (ou ao menos mais segura), mas me parece dificílimo definir qual dos entendidos mais célebres de nosso idioma (Napoleão Mendes de Almeida, Celso Cunha, Rocha Lima, Cegalla, Manuel Said Ali, Bechara etc.) possui maior autoridade. Basta aderirmos ao julgamento do autor de nossa preferência? Ou pode ocorrer deste ou daquele gramático ter uma posição errada? E caso possa haver equívoco por parte de um autor, como podemos saber quem está correto? Obrigado.
A pronúncia de superfície
Sou francesa e ando a estudar português. Não sei bem como pronunciar a terminação "ie" em palavras como superfície, calvície, cárie, lingerie.  É a mesma pronúncia que a terminação "i" nas palavras aqui, javali, táxi, álibi? Devemos ouvir um pouco a letra e? Ou a pronúncia do i em ie é mais longa por causa do e final? Ou a pronúncia do i e do e em ie são diferentes se o i for tónico ou átono? Muito obrigada pela sua resposta e disponibilidade.
«O mesmo» em português europeu
São várias as páginas do Brasil que apontam a utilização pronominal de «o mesmo» como sendo errada, conforme acontece em frases do género: «O rapaz faltou à escola, porque o mesmo está doente.» ou em posição final na frase, substituindo algum sintagma antecedente. Ora, pelas diversas respostas disponíveis na vossa página, não há menção clara de que este tipo de construção seja errada. Gostaria de perceber o que está errado: a explicação do Brasil ou aquela fornecida em Portugal? Grata pela vossa ajuda.
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