Os valores do gerúndio simples e do gerúndio composto
De uma forma muito resumida, costuma-se dizer que a forma simples do gerúndio indica uma ação em curso e a forma composta, por sua vez, indica uma ação concluída antes da ação expressa na oração principal.
No entanto nestas duas frases, as duas formas do gerúndio parecem indicar o mesmo tempo, posterioridade à ação expressa na oração principal:
Gerúndio simples: «Lendo o livro, podes sair.»
Gerúndio composto: «Tendo lido o livro, podes sair.»
Na minha leitura, as duas têm o valor de futuro. Está certa a leitura?
É uma particularidade das orações que exprimem a ideia de condição? Poderia dar-me outros exemplos de frases em que as duas formas têm o mesmo valor?
Obrigada.
«Sair à rua» e «sair para o cais»
Votos de bom trabalho para toda a equipa do Ciberdúvidas, que tanto nos ajudam!
Tenho uma dúvida quanto ao verbo sair. Procurei se o mesmo se rege por alguma preposição, porém, não encontrei.
Na frase:
«Ao chegar a Campanhã, Carla pegou na maleta e saiu ao exterior /ao cais.» (referindo-se a uma passageira de um comboio).
O uso desta contração a+o está correto? Ou deveria ter-se empregado a preposição para?
«Ao chegar a Campanhã, Carla pegou na maleta e saiu para o exterior/ para o cais.»
Para mim, que não sou portuguesa nativa, muitas normas gramaticais deste tão bonito idioma geram-me imensas dúvidas.
Agradeço a vossa resposta.
«Dá-o» e «dá-lo»
Venho por este meio tirar uma dúvida quanto à forma correta de escrever o verbo "dar" numa frase escrita que encontrei:
«Se tiveres que dar os passos certos, DÁ-OS convictamente.»
Nesta frase, "DÁ-OS" está bem escrito ou deveria ser "DÁ-LOS"?
Agradeço desde já, o vosso esclarecimento a esta questão com a respetiva explicação para o uso correto do verbo dar nesta frase!
A redundância «dar o aval positivo»
Tenho encontrado em vários registos escritos, nomeadamente na imprensa, a expressão «deu aval positivo».
Pergunto-me se não será uma redundância evitável, na medida em que «dar o aval» já pressupõe autorizar ou concordar e ninguém dá aval negativo.
Agradeço, desde já, o esclarecimento.
Construção comparativa: «a mais do que»
Aproveito essa oportunidade para agradecer a toda a equipa do Ciberdúvidas o trabalho que têm desenvolvido incessantemente ao longo dos anos. A plataforma tornou-se um recurso mais que valioso para muitos seguidores da lusofonia e, sobretudo, permitam-me aqui uma nota, um meio de preservação e pesquisa de particularidades que destacam precisamente o português de Portugal, bastante e imerecidamente preterido hoje em dia em materiais didáticos estrangeiros e pela Internet fora.
Ao assunto.
1. Apareceu-me uma frase:
«[O sobrinho]… respondeu-me com o braço por cima dos meus ombros, cresceu quase meio metro a mais do que eu e tem gosto em sentir que nos protege (...)» (P., 18/08/24, por B.W.).
Embora eu tenha visto tal uso diversas vezes em edições precolendas portuguesas (Público, etc.), ouvido estar em plena circulação no português do Brasil e tenha sido o fenómeno registado em:
1. Dicionário Priberam
e 2. Infopedia – nos exemplos não verificados pelos editores e na descrição do verbete, sempre me deixa em dúvida a "convivência" das duas expressões, a meu ver, distintas: «qualquer coisa mais (do) que qualquer coisa» e «qualquer coisa a mais».
Na maioria esmagadora dos resultados que obtive ao pesquisar, a preposição a surgia na formação «a mais do que qualquer coisa», enquanto a regência verbal («... corresponde a mais do que metade...») ou nominal («referência/algo referente a mais do que...»), e não como parte da locução comparativa única. Ou, se ocorria «a mais», era seguida de um ponto final: «tantas vezes a mais»; «uns anos a mais»; «ficou com moedas a mais», etc. O mesmo acontecia a «a menos».
Se bem que isto não pareça apresentar uma agramaticalidade, se tanto, será que se precisa de a em «a mais do que» do exemplo exposto?
Em tese, podia (ou devia?) ser algo como: «...cresceu mais alto (do) que eu, ficou com meio metro a mais [ponto final]»?
Haverá cambiantes de acepção ou estilo tanto no contexto do português de Portugal como no âmbito brasileiro?
Obrigado.
A grafia de assertivo
Como não encontrei no Ciberdúvidas um esclarecimento cabal e, noutras fontes via internet, há registos contraditórios, pergunto: há alguma diferença entre assertivo (afirmativo) e «acertivo» (correto, preciso), ou a última grafia e repetivo significado estão erradamente usados?
Muito obrigada.
Gentílico de Santa Branca
Para pessoas nascidas em cidades com nome composto iniciando por Santa, como por exemplo Santa Branca, Santa Cecília, Santa Helena, etc. qual a forma correta de escrever o gentílico correspondente?
Com hífen? Ou sem hífen?
A locução «em contrário»
Hoje acordei a questionar-me sobre a expressão «até prova em contrário».
Porquê «em contrário» e não algo como «até prova contrária»?
Obrigado.
Itálico e «narrador em off»
A palavra off (desligado ou fora) leva itálico em se tratando de um estrangeirismo.
Mas e quando aparece como parte de um composto, como ocorre em: «narrador em off»?
O off como partícula composta precisa perder o itálico na realidade? O narrador em off é o narrador da história que não é «visto pessoalmente», só tem a voz dele mesmo.
Muitíssimo obrigado!
O significado e a origem de cusca
Gostaria de saber por que a palavra cusca passou a significar «pessoa bisbilhoteira».
Qual é a etimologia da palavra?
E sabe-se de alguma relação entre seu significado original e a forma como passou a ser usada informalmente?
Obrigada.
