Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Diogo Morais Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 3K

Creio que percebo o sentido de por entre (aliás, uma resposta anterior do Ciberdúvidas fortaleceu-me nessa opinião). No entanto, pergunto-me se podemos sempre usar entre onde por vezes nos parece melhor por entre.

Acabo de ler uma frase que termina com «ouvindo o sussurro do vento entre as árvores». Neste caso, parece-me que o correto deve ser «por entre as árvores», como se estivéssemos a falar de um movimento que ocorre no interior da floresta... Não sei se estou a ser claro.

Em suma, gostava de saber se há alguma diferença clara entre entre e por entre. No exemplo que acabo de dar, não deveria ler-se por entre?

Muito obrigado.

Luís Pedrosa Santos Aposentado Caldas da Rainha, Portugal 875

Desde sempre que vejo registado – livros, revistas e outros – a tristemente célebre Schutzstaffel, ou as suas variantes, de funções bélicas e administrativas, Allgemeine, Waffen, Totenkopfverbände, etc.,do Estado nazista (III Reich), indicadas por «(as) SS», de acordo com o duplo símbolo rúnico (?) de esses estilizados.

Mas será correto escrever e dizer «(as) SS» (plural)? Só porque se abrevia com dois esses?

Sendo uma força militar/ grupo paramilitar, tal como foi no nosso país a Legião Portuguesa, não será, porventura, mais correto escrever-se e dizer-se «(a) SS», como organização militar, que embora coletivo, por natureza, é uma unidade como organização?

Obrigado.

Zelinda Baião Professora Lisboa, Portugal 2K

Gostaria de saber se existe alguma regra que obrigue a escrever todos os números por extenso numa ata?

Diogo Morais Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 1K

Devemos escrever «experiências de quase-morte» ou «experiências de quase morte»?

Haverá algum motivo razoável para o hífen que me esteja a passar ao lado?

(Aproveito para vos agradecer: nunca me cansarei de vos agradecer pelo trabalho de esclarecimento e ajuda que prestam aos leitores e escritores em língua portuguesa.)

João Lázaro Professor de Português Madrid, Espanha 691

Na minha profissão, sendo hispanofalantes a maioria dos meus alunos, deparo-me sistematicamente com o que me parece ser um uso indevido da preposição por (e as suas contrações), mas não tenho a certeza de como lhes explicar esta questão.

Vejo muitas vezes formações como:

O jogo foi cancelado pela tempestade. (devia ser «por causa da tempestade»)

Estamos confinados pela Covid. (devia ser «por causa da Covid»)

Não posso sair pela porta, visto que não tenho a chave. (pretende-se dizer «tenho de ficar em casa por causa da porta»)

A lei foi escrita pelo presidente, que cometeu um crime. (pretende-se dizer «por causa do crime do presidente»)

Os erros nas duas últimas frases parecem-me particularmente graves; gera-se confusão com as preposições de movimento e com os agentes da passiva. No entanto, há outras situações em que, aparentemente, podemos usar tanto por como «por causa de»:

A caravela, pelas suas características, era a embarcação ideal para navegar naquelas condições. (ou "por causa das suas características")

O livro, pela sua dificuldade, tem de ser lido por partes. (ou "por causa da sua dificuldade")

O empregado, pela sua experiência, devia ser promovido. (ou "por causa da sua experiência")

Como posso explicar em que casos posso ou não usar ambas as alternativas?

Muito obrigado desde já.

Sara Afonso Professora de ballet Porto, Portugal 3K

«Denominada de...» é errado?

Deve ser escrito, sem exceções, sem preposição?

Álvaro Faria Ator Lisboa, Portugal 1K

«O jovem cantor espanhol, de 18 anos, já interpretou este tema no passado e há de interpretá-lo muitas vezes no futuro.»

Como classificariam os pares «jovem» / «18 anos», «interpretou» / «no passado» e «há-de interpretá-lo» / «no futuro»?

Pleonasmos? Redundâncias? Ou...?

Obrigado.

Carlos Herrero Professor Portugal 1K

Qual das seguintes formas é a correta? De forma a as pessoas poderem passar, temos de desimpedir o caminho. De forma às pessoas poderem passar, temos de desimpedir o caminho. A preposição de não se contrai com artigos quando seguida de formas verbais no infinitivo. Acontece o mesmo com a preposição a?

Muito obrigado pela vossa atenção.

Maria Cristina de Magalhães Pereira Poço Professora Ponte de Lima, Portugal 745

A expressão «Antigos Paços do Concelho» deve ser escrita com maiúsculas ou minúsculas?

Obrigada.

Vicente de Paula da Silva Martins Professor universitário Sobral, Brasil 2K

Em um mesmo jornal de grande circulação, no Brasil, tenho observado diferentes grafias para «imitar ou descrever alguém que reclama demais» ou para «satirizar e tirar sarro de reclamações ou brigas desnecessárias, servindo como argumento para as pessoas pararem de falar».

Afinal, que grafia devemos adotar na escrita? “Mimimi”, “mi mi mi” ou “mi-mi-mi”?

Eis os contextos:

a) “Nós temos que enfrentar os nossos problemas, chega de frescura e de mimimi. Vão ficar chorando até quando? Temos de enfrentar os problemas. Respeitar, obviamente, os mais idosos, aqueles que têm doenças, comorbidades, mas onde vai parar o Brasil se nós pararmos?”, questionou o presidente em São Simão (GO).” (Marcelo Toledo e Luís Cláudio, Saúde, Folha de São Paulo, 04/03/2021);

b) “Finalmente o futebol está de volta nesta quarta-feira! Depois de quase um mês de muito blá-blá-blá, mi mi mi e jogos horripilantes, vamos ter três jogos de verdade hoje. Palmeiras x Inter, Grêmio x Bahia, Athletico x Flamengo abrem as quartas de final da Copa do Brasil. Felizmente acabou a Copa América, uma das piores edições da história, que não deixará saudades.” (Ágora São Paulo, Esporte, Folha de São Paulo, 10/07/2019); e

c) “Era um papel bastante distanciado, porque o Estado se comporta como reflexo da sociedade que o compõe, negando esse processo de morte. Desde novembro de 2018, temos uma normativa sobre os cuidados paliativos no SUS. Está aprovado, reconhecido. Precisamos agora ter quem faça. Temos que mostrar ao que viemos, sem mi-mi-mi.” (Paulo Markun, Colunas e Blogs, Folha de São Paulo, 21/08/2019)