Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Tema: Uso e norma
Antonio Lima Professor Bonito-PA, Brasil 1K

Numa prova de concurso a frase «As coisas a que fiz alusão são simples», o que foi considerado complemento nominal no gabarito oficial.

Minha pergunta é se não haveria uma crase no a antes do que devido à regência nominal de alusão, no caso sendo reescrita assim: «As coisas à que fiz alusão são simples".

E se a frase fosse reescrita assim ocorreria crase : «As coisas às que fiz alusão são simples»?

Grato pela resposta e parabéns pelo belo trabalho de vocês.

Paulo Machado Hotelaria Braga, Portugal 3K

Trabalho numa casa comercial. No período natalício afixei o seguinte aviso à vista dos clientes:  

«À semelhança de anos anteriores, vamos prolongar o horário de funcionamento nos domingos anterior e posterior ao Natal até às 20 horas.»

Vários clientes comentaram que havia alguns erros linguísticos.

Como não quero ter razão só porque insisto ou falo mais alto, gostava que me dissessem se está devidamente bem escrito, ou não, o dito aviso.

Obrigado.

Paula Rodrigues Professora Santarém, Portugal 2K

O verbo constar pode usar-se como sinónimo de compreender na frase «No que consta as atividades do Plano Anual de Atividades, os alunos da turma participaram em todas elas com muito empenho»?

Pedro Valadares Inspetor de educação Portugal 1K

Existe o termo "prateleiro" como «conjunto de prateleiras ou armário com prateleiros»?

Encontro uma abonação em José Régio in "A Porta e a Chava" publicado em Almanaque Bertrand 1968, pp. 125-127, depois em Davam Grandes Passeios aos Domingos... e outros contos (Lisboa, Ed. Associados, Col. "Unibolso", s.d., pp. 139-144) e, finalmente, nas obras completas in Contos e Novelas, Lisboa, INCM, 2007, pp. 403 e sgs.

Vítor Simão Professor Coimbra, Portugal 3K

Solicito que me informem qual das versões, do parágrafo que se segue, está correta.

Muito obrigado.

Versão A:

No quarto ponto da ordem de trabalhos, outros assuntos, a presidente da reunião disse que os diretores de turma deveriam, dentro do prazo que considerassem razoável, tendo em conta as especificidades das turmas, proceder à eleição dos delegados e subdelegados de turma. Deveriam, também, reunir[-se] com os encarregados de educação, até quatro de outubro, convocando-os através da caderneta do aluno. Nessas reuniões, deveriam prestar informações sobre a turma, e funcionamento da escola, nomeadamente, horário e professores da turma, horário de atendimento do diretor de turma, apoios, clubes e projetos, ocupação plena dos tempos escolares, projeto de educação para a sexualidade, plano de turma, regras e procedimentos a cumprir. Era importante, também, reforçar, junto dos pais a necessidade de estes alertarem os respetivos educandos para a importância do seu bom comportamento na escola. Nas mesmas reuniões deveria, ainda, proceder-se à eleição, por voto secreto, dos representantes dos pais e encarregados de educação de cada uma das turmas. Os diretores de turma deveriam, posteriormente, comunicar à direção os nomes dos delegados e subdelegados de turma, assim como os dos representantes dos pais e encarregados de educação, se possível, com a indicação, também, dos respetivos e-mails.

Versão B: No quarto ponto da ordem de trabalhos, outros assuntos, a presidente da reunião disse que os diretores de turma deverão, dentro do prazo que considerassem razoável, tendo em conta as especificidades das turmas, proceder à eleição dos delegados e subdelegados de turma. Deverão, também, reunir[-se] com os encarregados de educação, até quatro de outubro, convocando-os através da caderneta do aluno. Nessas reuniões, deverão prestar informações sobre a turma, e funcionamento da escola, nomeadamente, horário e professores da turma, horário de atendimento do diretor de turma, apoios, clubes e projetos, ocupação plena dos tempos escolares, projeto de educação para a sexualidade, plano de turma, regras e procedimentos a cumprir. É importante, também, reforçar, junto dos pais a necessidade de estes alertarem os respetivos educandos para a importância do seu bom comportamento na escola. Nas mesmas reuniões deverá, ainda, proceder-se à eleição, por voto secreto, dos representantes dos pais e encarregados de educação de cada uma das turmas. Os diretores de turma deverão, posteriormente, comunicar à direção os nomes dos delegados e subdelegados de turma, assim como os dos representantes dos pais e encarregados de educação, se possível, com a indicação, também, dos respetivos e-mails.

Bernardo Monteiro Estudante Porto, Portugal 2K

Considere-se a seguinte expressão:

«Quantas vezes ouvimos observações racistas feitas de um modo tão casual, tão inocente, que nem lhes respondemos.»

A interpretação deste segmento causou alguma polémica. Na minha interpretação, considero que, neste caso, casual significa «aleatório». Nesta linha de interpretação, o autor estaria a afirmar que muitas vezes se ouvem observações racistas aleatórias e inocentes.

No entanto, segundo a interpretação de outras pessoas, o autor teve como intenção referir que as observações racistas acontecem pontualmente, devido ao emprego do vocábulo casual. Não concordo com este ponto de vista, porque «muitas vezes» é uma expressão enfática, que salienta a frequência das observações racistas.

Poder-me-iam esclarecer acerca do significado deste vocábulo neste contexto, em específico?

Grato pela preciosa ajuda.

Franqueira Neto Jornalista Macau, Macau 2K

A frase «os danos devem ser indemnizados» é válida? Deparei-me com ela recentemente e causou-me estranheza, porque penso que quem é indemnizado é "alguém", relativamente a esses danos... e não os próprios danos.

Já agora, reparei que o acordo ortográfico manteve o m no verbo indemnizar, embora, penso eu, quase toda a gente, mesmo em Portugal, diga "indenizar", "indenização"... Alguma razão para não termos adotado a grafia brasileira neste caso?

Helena Paio Professora Lisboa, Portugal 1K

Na frase «Estreado em 1843, "Frei Luís de Sousa" é ainda hoje um drama romântico.» Pretendia saber se o constituinte "em 1843" desempenha a função de modificador ou de complemento oblíquo.

Muito obrigada!

Alexandre Garcia Tradutor Bruxelas, Bélgica 3K

Foi já colocada uma pergunta, que teve resposta cabal, sobre a regência de advertir (alguém) de ou para alguma coisa.

Todavia, se o verbo for utilizado de forma "impessoal" numa frase do tipo «As conclusões do relatório advertem [que/de que] a natureza está em declínio a nível mundial», qual a regência correta?

Muito obrigado.

José de Vasconcelos Saraiva Estudante de Medicina Foz do Iguaçu, Brasil 2K

Napoleão Mendes de Almeida, na sua Gramática metódica da língua portuguesa, refere que se repete a preposição em frases como as seguintes:

«O de que muitos começam a duvidar é das suas possibilidades.»

«O de que eu não quero que te esqueças é do sinal da cruz.»

«O de que precisamos é de calma.»

«O por que luto é pela justiça.»

A minha pergunta é esta: seria correto antepor a preposição de ao pronome o? O demonstrativo o nesses contextos desempenha a função sintática de sujeito, sendo assim seria correto ligar a preposição ao sujeito?

«Do que muitos começam a duvidar é das suas possibilidades.»

«Do que eu não quero que te esqueças é do sinal da cruz»

«Do que precisamos é de calma.»

«Pelo que luto é pela justiça.»

Quanto a esta frase: «No que cuido é nos meus deveres» Seria correto dizer: «O em que cuido é nos meus deveres»?

Outra pergunta: Tem razão Mendes de Almeida ao dizer que a preposição se repete, ou seria melhor dizer «O em que cuido são os meus deveres», em que o verbo ser concorda com o predicativo «os meus deveres»?

Gratíssimo ao vosso trabalho