As palavras têm, de facto, sentidos muito próximos uns dos outros. A principal diferença está na situação em que são usadas e na carga histórica que lhes anda associada. Assim, «camarada», que significou «pessoa que vive no mesmo quarto (i.e. câmara) que outra», acabou por se aplicar a um «soldado da mesma companhia, regimento, divisão» (e há trinta anos usava-se muito em Portugal, como sinal de militância política). «Companheiro» é praticamente sinónimo de «camarada», mas tem uma história um pouco diferente: deriva de uma tradução em baixo latim (‘cum’ + ‘panis’), corrente na antiga Gália (hoje, a França), de uma expressão germânica, "gahlaiba", composta de “ga” («com») + “hlaiba” («pão») – cf. Dicionário Houaiss. Por outras palavras, «companheiro», que se referia àquele com quem se comia o pão, passou a significar simplesmente «o que faz companhia». Finalmente, «colega» (com o qual se relaciona «colégio») é um termo derivado do latim ‘collega’, por via culta, e designa «indivíduo que, em relação a outro, faz parte da mesma comunidade, corporação, profissão» (ver José Pedro Machado, Grande Dicionário da Língua Portuguesa), ou seja, em termos actuais, é a pessoa que trabalha na mesma actividade ou no mesmo lugar que nós.