Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Não ao Acordo Heterográfico

«Ainda bem que [o ministro dos Negócios Estrangeiros português] Augusto Santos Silva (...) pôs ordem naquilo que deve estar na ordem (orto). E que o parlamento recusou alterar o Acordo Ortográfico para Acordo Heterográfico. 27 anos depois não podemos continuar a discutir as preferências de cada um. A minha avozinha morreu em 1985 a escrever mãi e pae, como tinha aprendido antes do acordo de 1911, e juro que nunca ninguém lhe chamou analfabeta. Apenas se manteve na sua...»

[texto do jornalista Henrique Monteiro, a propósito da rejeição pelo parlamento e pelo Governo portugueses da proposta de Academia das Ciências de Lisboa de alterações ao Acordo Ortográfico em vigor no país desde 13 de maio de 2009]

Alterações ao Acordo Ortográfico em Portugal<br> só no âmbito multilateral do Instituto Internacional da Língua Portuguesa

O parlamento e o Governo de Portugal rejeitaram uma proposta de aperfeiçoamento do AO que a Academia das Ciências de Lisboa aprovara em 26/1/2017. Afastam, assim, a eventualidade de uma revisão do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (AO) neste país fora do quadro multilateral do Instituto Internacional da Língua Portuguesa e das suas competências especificas, no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Vide, em baixo, algumas das notícias e tomadas de opinião sobre o assunto. (...)

[Incluem-se nestes registos, em baixo, os vídeos das duas primeiras audições, na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto da Assembleia da República, da representação da Academia das Ciências de Lisboa, no dia 7 de fevereiro de 2017 (aqui), e do CELGA-ISCTE, no dia 22 de fevereiro de 2017 (aqui). Posteriores audições, no âmbito do Grupo de Trabalho de Avaliação do Impacto da Aplicação do Acordo Ortográfico, ficam disponíveis em espaço próprio, aqui.]

Grupo de Trabalho - Avaliação do Impacto da Aplicação do Acordo Ortográfico de 1990.

Breve ensaio sobre o plágio

Se, do ponto de vista jurídico, a cópia-apropriação de um trabalho ou de uma obra de natureza intelectual está perfeitamente tipificada na lei e nos códigos de autoria – escreve D'Silvas Filho neste texto reflexão o conceito de plágio e a sua abrangência –, distinto já terá de ser o entendimento na utilização de palavras inventadas por terceiros ou com significante novo, como aconteceu com o vocábulo geringonça, em Portugal.

Língua e segurança nacional em Angola

«(...) O chamado português de Angola, uma versão da língua-padrão, não pode ignorar o ensino da gramática. Se se adoptar essa versão – que eu não acredito que esteja histórica e geograficamente consolidada em Angola – mesmo assim, se, depois de adoptada oficialmente, o ensino primário continuar como está, não resolveremos o problema da proficiência linguística desse pretenso português de Angola», escreve neste texto o escritor e jornalista angolano José Luís Mendonça*, à volta do português usado nas escolas, na administração, nas empresas ou na comunicação mediática do seu país, em que traça um quadro bem preocupante: «A versão popular, que eu chamo de portungolano, pode ser usada na rua, nos corredores da escola, no seio da família e no discurso literário, mas, na sala de aula, na burocracia do Estado e das empresas privadas e no noticiário da TPA é o português oficial que deve servir de veículo da comunicação. Sem concessões de espécie alguma. O resto são balelas para adormecer incautos e para alguns licenciados se vangloriarem com teses mal concebidas. (...)»

disponível no blogue da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia (AICL)

O papel da ACL no estabelecimento <br>de uma ortografia simplificada e unificada para a lusofonia:<br> perspetiva histórica e responsabilidade atual

«Será mesmo possível uma reforma ortográfica unilateral, levada a cabo pela Academia das Ciências de Lisboa (ACL) e realizada só para Portugal? E será desejável? Depois da péssima experiência em 1912, uma reforma unilateral parece utópica e indesejável, ainda mais porque o isolacionismo linguístico subjacente evidencia flagrante desrespeito pela letra e pelo espírito não somente do enquadramento legal da Convenção de 1943 (em que se baseiam os acordos de Salazar e Caetano que os contristas tanto veneram), mas contraria também os próprios estatutos da Academia, nos quais o artigo 6.º ordena a colaboração com a Academia Brasileira de Letras

[Considerações do filólogo e linguista Rolf Kemmler, especialista em Historiografia Linguística e investigador no Centro de Estudos em Letras da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, na palestra que proferiu na sua tomada de posse como Sócio Correspondente Estrangeiro da Academia das Ciências de Lisboa, em sessão da Classe de Letras realizada em 12/01/2017 – e cujo texto se reproduz na integra, a seguir.] 

Outras terras com nomes peculiares em Portugal

Alhadas, Azias, Carapinha, Cano, Cunheira, Colo de Pito, Deixa-o-resto, , Ponta Delgada e Vendas Novas completam esta segunda lista das localidades com os nomes mais bizarros em Portugal. Tal como o anterior trabalho, De Anais ao Purgatório. As terras mais originais do país, publicado no diário português i, no dia 25 de janeiro passado – e que a seguir se transcreve com a devida vénia – tem também a assinatura da jornalista Joana Marques Alves.

[in jornal i de 31 de janeiro de 2017]

Academia das Ciências revê <br>Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

Ligações a artigos e notícias que são o eco mediático da aprovação, pela Academia das Ciências de Lisboa (ACL) em 26/01/2017, de um conjunto de propostas de alteração ao Acordo Ortográfico de 1990, anunciado já em 23/11/2016, com vista a adequá-lo melhor à variedade do português de Portugal – "Sugestões para o Aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa".

Academia de Ciências de Lisboa<br> brinca com o Acordo Ortográfico

«"Sugestões para o aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa", feitas pela Academia de Ciências de Lisboa, devia ter correspondido a um trabalho sério – e não uma brincadeira com as palavras da nossa língua», escreve a autora, em artigo publicado no Jornal de Notícias do dia 29 de janeiro de 2017.

A estranha iniciativa unilateral<br> da Academia das Ciências de Lisboa

Ouvido pela agência de notícias Lusa sobre a proposta da Academia das Ciências de Lisboa constante no documento Sugestões para o Aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, aprovado no dia 26 p.p., José Mário Costa manifestou-se surpreendido com a abertura de um processo que faz tábua rasa tanto do histórico relacionamento com a Academia Brasileira Letras, como das competências do organismo supranacional em matéria da língua, no âmbito da CPLP, o IILP.

As terras mais originais de Portugal

Aboim das Choças, Anais, Ancas, Cabeça Gorda, Carne Assada, Minhocal, Mioma, Nariz, Picha, Sarilhos Pequenos, Vale de Azares são alguns dos casos de toponímia insólita que pontuam o mapa de Portugal, do Minho ao Algarve, autênticos ex-líbris «que não lembram ao diabo» – como se descreve neste trabalho da jornalista Joana Marques Alves, publicado no diário português i de 25/01/2017, que a seguir se transcreve, com devida vénia.