Controvérsias - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Polémicas em torno de questões linguísticas.

Desde 28 de Setembro e até ao final do ano, está disponível para «discussão pública» uma versão revista da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (adiante, TLEBS-2). Não reconhecendo credibilidade científica nem deontológica a todo o processo, da elaboração inicial à revisão, não participarei formalmente na dita discussão. Não frustrarei, todavia, quantos esperam que tome posição.

A mais recente revisão da Terminologia Linguística do Ensino Básico e Secundário (TLEBS) elimina quase metade das inovações propostas em 2004 e que foram, entretanto, ensinadas a alunos do ensino básico a título de "experiência pedagógica", como decidiu então o Governo.

«Não é o gerúndio que provoca o adiamento de um processo, a procrastinação de um serviço público ou a falta de atendimento médico», escreve o linguista brasileiro José Augusto Carvalho, em artigo publicado no jornal “Gazeta”, contestando, a proibição, por decreto do governador de  Brasília, do uso do gerúndio no funcionalismo público da cidade. Com este argumento:

Este é um caso típico e pouco exemplar de como Portugal lida com os contratos que faz e os compromissos que assume, mesmo quando eles tomam a forma de leis, na ordem interna, ou de acordos, entre países. Quem ande pelos 35 anos e todos aqueles que já por lá passaram ainda hão-de lembrar-se de um debate longo e assanhado que atacou jornais e académicos acerca do acordo para a uniformização da ortografia da Língua Portuguesa nos países onde ela é falada. Pois bem, o polémico pergunta.php?id=166...

A expressão "acordo ortográfico" provoca-me um cansaço fulminante. Quando alguma coisa me decepciona muito, adormeço. Num minuto, esteja onde estiver, o que espanta os próximos, que me conhecem como insone militante. Um psicanalista explicou-me que se trata de uma reacção saudável do inconsciente. Útil, pelo menos, tem sido. Mas nesta questão da ortografia, sempre que abro os olhos, vejo mais uma figura da cultura portuguesa bradando contra "o colonialismo dos ex-colonizados". Urrando contra ...

Os dicionários virtuais podem agilizar a criação de referências para a reforma ortográfica, que ainda está sem data para entrar em vigor. Isso porque as alternativas "on-line" e os corretores digitais dispensam a etapa da impressão e, assim, podem exibir antes dos dicionários tradicionais a actualização das palavras alteradas.

Encaro com grande ceticismo esse acordo ortográfico. É uma reforma tímida, que não traz grandes inovações. Mas não gostei. Queria que meus tremas ficassem onde estão. Os escritores mais velhos e mais preguiçosos têm de confiar no pessoal da editoração para fazer as mudanças necessárias no texto.

 

Absurdo*

Muito barulho por quase nada. Essa é uma boa descrição da nova reforma ortográfica que o Brasil cogita implementar já a partir do ano que vem. Na prática, o que o tratado faz é eliminar um pequeno número de consoantes mudas ainda escritas em Portugal ("óptimo", "adopção"), sepultar o trema e promover algumas poucas mudanças nas regras de acentuação e do uso de hífen.
Parece pouco. E, em termos qualitativos, de fato o é. Só que, para proceder às modificações, será preciso empenhar uma energ...

A um ano de se tornar «maior de idade», aos 18, o acordo ortográfico assinado pelos países de língua portuguesa tem toda a cara de virar um «trintão» sem nem ser aplicado. É que Portugal dá indícios de que só implantará o acordo daqui a dez anos. Como se não bastasse a indefinição lá no velho mundo, aqui no Brasil o Governo federal ainda não tem prazos definidos para o que se poderia chamar de «desacordo ortográfico».

Professor honorário de lingüística da Universidade do País de Gales, em Bangor, David Crystal, de 66 anos, é uma das maiores autoridades mundiais em linguagem. Autor de "A Revolução da Linguagem" (Jorge Zahar), ele falou a VEJA sobre as mudanças que a internet trouxe ao uso da língua e sobre as línguas em extinção.

A internet está mudando o caráter das línguas?