O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Translinguagem
A hibridização linguística na contemporeaneidade

«[O] conceito da translinguagem, oriundo do inglês translanguaging, ajuda-nos a compreender as práticas de linguagem e os modos como os sujeitos contemporâneos transitam entre línguas, construindo seus repertórios linguísticos de acordo com seus interesses de comunicação e de representação no mundo.»

Crónica da linguista Edleise Mendes para o programa Páginas de Português, na Antena 2, em 19 de dezembro de 2021. 

A bela zumalhada
Palavra formada do inglês zoom e do convío à distância entre jovens

Zoom já entrara na língua por imposição das videochamadas generalizadas pelo distanciamento forçado por causa da pandemia. Chega o que dele  resultou... e com a feição portuguesa, pois claro!...

Crónica do escritor Miguel Esteves Cardoso, publicada no jornal  Público do dia 18 de dezembro de de 2021, a seguir transcrita, com a devida vénia ao autor.

Gafarias
Ironias virulentas do «apartheid de viagens» à conta da ómicron

«Investigações imediatamente posteriores ao anúncio sul-africano tropeçaram com a ómicron a circular nos Países Baixos antes da declaração das autoridades sanitárias de Pretória. Ora, espículas!» – ironiza o jornalista e escritor Luis Carlos Patraquim nesta crónica à volta do novo «lazareto que o capitalismo de vigilância expande no palco cibernético». E de como, afinal, «estamos todos em risco de gafeirar».

O doce descobiçar
Um derivado sufiixal que promete certo alívio

«Descobiçar é gozar o alívio de não ter de ir àquele restaurante; o tempo que se ganha em não visitar aquela cidade horrível, muito na moda; o descanso que advém de não vestir aquele casaco; a paz de alma que nasce de continuar a não conhecer aquela pessoa.» Afirma o escritor Miguel Esteves Cardoso numa crónica acerca da descoberta que é sentir-se indiferente aos apelos do consumismo, ao mesmo tempo que explora novos contextos para verbos como folhear, apontar e coçar. Texto publicado em 14 de dezembro de 2021, no jornal Público.

Natal
De adjetivo a nome próprio

Da origem da palavra Natal à sua transcategorização de adjetivo para nome próprio: sobre estes temas trata a crónica da professora Carla Marques, no programa Páginas de Português, da Antena 2, do dia 12 de dezembro de 2021.

Os cinco grandes mitos natalícios <br>da língua portuguesa
Desvios à norma em tempo festivo

Sobre o plural de bolo-rei, relembra a professora Sandra Duarte Tavares que «neste composto, ambos os nomes vão para o plural» e, portanto, deve dizer-se bolos-reis. Este e outros quatro desvios em relação à norma-padrão, no uso de palavras alusivas ao Natal, preenchem este apontamento que a autora publicou na versão digital da revista Visão, em 8 de dezembro de 2021.

Nunca me engano e raramente tenho Ciberdúvidas

«A longevidade do Ciberdúvidas é fascinante. Diversas vezes ocorre o seguinte cenário: um indivíduo qualquer teve uma dúvida de ortografia no fim dos anos 90 para que nós, em 2021, pudéssemos usar a resposta a essa dúvida como arma de arremesso numa discussão com um amigo. É assumidamente um consultório, onde os portugueses vão tratar dores lexicais, etimológicas, semânticas ou gramaticais.» Assim se refere o humorista Manuel Cardoso ao papel pioneiro do Ciberdúvidas como serviço de aconselhamento, divulgação e debate sobre temas da língua portuguesa, que completa 25 anos de atividade em 15 de janeiro de 2022.

Texto publicado no portal Sapo 24 no dia 7 de dezembro de 2021 a seguir transcrito, com a devida vénia – e um agradecimento pelas (bem-humoradas) palavras de apreço ao Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.

Concisão é uma virtude humana
Entre o laconismo e a prolixidade

«A concisão também é uma virtude – e está a meio caminho entre o laconismo, de um lado, e a prolixidade, de outro. Se queremos ser compreendidos por nossos interlocutores, buscar a concisão é da máxima importância.»  Com estas considerações, o tradutor e revisor de William Cruz dedica um apontamento à importância do estilo conciso, nem escasso (lacónico) nem abundante (prolixo) em palavras, de modo a conjugar clareza e brevidade na expressão verbal. Uma publicação de 31 de outubro de 2021 do mural Língua e Tradição, no Facebook.

A origem da palavra <i>ilha</i>
A propósito de uma visita ao Mindelo (São Vicente, Cabo Verde)

«A palavra portuguesa parece ter vindo do latim, mas por um caminho particular» – começa por dizer o professor Marco Neves (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa)  num apontamento do blogue Certas Palavras em 1 de dezembro de 2021, sobre a etimologia da palavra ilha. O comentário é também pretexto para referir a participação do autor nas III Jornadas de Língua Portuguesa do Mindelo, realizadas de 22 a 26 de novembro de 2021 com a organização do Centro de Língua Portuguesa Camões I.P. desta cidade cabo-verdiana, da Universidade de Cabo Verde e da delegação do Ministério de Educação de São Vicente. Mantém-se a ortografia de 1945, que é a adotada no texto aqui transcrito com a devida vénia.

 

“Jajar” é resistir
O advérbio na resposta a ordens

«O “jajar” é uma das grandes armas da nossa cultura. Ao “jajarmos”, fazemos com que o mandador pareça impaciente, tirânico, caprichoso e surdo.» Crónica da edição de 5 de dezembro de 2021 do jornal Público e assinada pelo escritor Miguel Esteves Cardoso, que, a propósito do uso do advérbio como resposta a ordens («já vou», «já ouvi», «já faço»), cria o verbo "jajar", um neologismo para denotar a atitude de quem acata uma ordem sem pressa e com má vontade. Mantém-se a ortografia de 1945 em que está escrito o original.