O nosso idioma - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Textos de investigação/reflexão sobre língua portuguesa.
Visões sobre a língua portuguesa
Assentes num pespetiva pluricêntrica, e não bicêntrica

«[Não compete apenas apenas ao Brasil e  a Portugal regular e decidir sobre o idioma oficial da CPLP]: o português é efetivamente pertença de todos os que a adotaram, independentemente do continente de onde provêm ou da cor da sua pele», escreve a professora universitária e presidente do Conselho Científico do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), Margarita Correia, na sua primeira crónica semanal no Diário de Notícias, com a data de de 12 de maio de 2020.

A poética pandémica
Palavras e escritores na pandemia

Um texto sobre as palavras – o vocabulário «que se inventou e colocou a uso» e aquele que «anda à procura do futuro» – e sobre os escritores, presos no único tema possível neste momento. Um alerta sobre os perigos: «o mais grave do futuro será colaborarmos ingenuamente com quem dissemina já discursos de intolerância e ódio para ratificar a intolerância e o ódio». Uma reflexão do escritor Valter Hugo Mãe.

<i>Hostel</i> e o seu plural
Sobre o aportuguesamento de um anglicismo

Durante a crise pandémica da primavera de  2020 em Portugal, o anglicismo hostel foi palavra recorrente na comunicação social por causa da deteção de infetados entre as pessoas confinadas em alguns alojamentos desse tipo. Como faz o aportuguesamento desta palavra? O apontamento a seguir apresentado procura avaliar a sua adaptação ao português, deixando recomendações sobre o seu uso.

Nomes que caranguejam
Às voltas com os palíndromos

A língua tem os seus próprios jogos, e expressões como «o céu sueco» ou «o galo ama o lago» divertem-nos, porque dão a possibilidade de também se lerem de trás para a frente. Trata-se dos palíndromos (do grego palíndromos, os, on «que corre em sentido inverso, que volta sobre seus passos», segundo o Dicionário Houaiss), de que o professor João Nogueira da Costa dá outros exemplos neste apontamento, onde igualmente se debruça sobre a relação deste tipo de sequências com a noção de «caranguejo». Texto originalmente publicado na página de Facebook do autor, em 15 de dezembro de 2019, e agora também aqui disponível.

Estamos uberizados!
As palavras a espelhar a realidade ... antes e pós-covid-19

Os termos uberização e uberizar entraram no léxico português e começam a alargar os seus significados, correspondendo a uma forma de dizer realidades sociológicas novas que se estão a desenvolver, inclusive no contexto da pandemia de covid-19.

A uberização do <i>karma</i>
O neologismo que conduz o destino da atualidade política brasileira

Para o jornalista português João Almeida Moreira, correspondente do Diário de Notícias, em São Paulo, tem-se assistido nos últimos anos à uberização da vida política do Brasil, isto é,  muitos políticos brasileiros parecem conduzidos por atos de traição e vingança, consumados de forma pronta, ironicamente ao estilo do serviço de transporte Uber. Crónica que o autor publicou no referido jornal em 30 de abril de 2020 e que aqui se transcreve com  devida vénia.

 

 A forma karma, que é a do original transcrito e está registada como estrangeirismo, tem um aportuguesamento já dicionarizado: carma (cf. Dicionário Houaiss). Quanto ao título, ocorre o termo uberização – que pressupõe o verbo uberizar, um derivado no nome Uber –, pelo qual se entende o negócio apoiado nas tecnologias móveis que liga, através de uma plataforma digital, o consumidor ao fornecedor de produtos e serviços de forma personalizada e o mais diretamente possível (cf. Alexandra Leitão, "Uberização da economia", Jornal Económico, 05/09/2017). O nome comum e o verbo donde procede têm também sido empregados em tom crítico, porque a oferta de serviços pelas plataformas digitais acaba por se tornar frequentemente uma estratégia empresarial para fugir às responsabilidades sociais decorrentes da admissão de trabalhadores (muitas vezes chamados "colaboradores"; cf. Safaa Dib, "A uberização desregulada do trabalho", Jornal Económico, 17/01/2020).

Desconfina-me
À volta de recentes usos da derivação do confinamento imposto pelo covid-19

pandemia de covid-19 obrigou ao confinamento, e a este sucede afora o desconfinamento, palavra que até há poucas semanas só existia como possibilidade. Crónica publicada no jornal Público no dia 5 de maio de 2020.

O valor global da língua portuguesa
Um dia festivo para a projeção mundial repartida do português
Por Vários

Assinalando o Dia Mundial da Língua Portuguesa, quatro ministros do governo de PortugalAugusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros, Graça Fonseca, ministra  da Cultura, Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação – enumeram e definem as tarefas que desafiam os políticos e os cidadãos de todos os países de língua portuguesa a encontrar as estratégias adequadas à promoção mundial do idioma comum.

Texto que assinado pelos ministros referidos na edição do jornal Público de 5 de maio de 2020.

Na imagem, pormenor do cartaz comemorativo do projeto Nossa Língua-Nosso Chão, da Direção Regional de Cultura do Alentejo em parceria com a Chão Nosso, crl e a Andante Associação Artística (fonte: Diário Campanário, 29/04/2020).

Inquietação ou regozijo?
Sobre a consagração do Dia Mundial da Língua Portuguesa

«A  proclamação da UNESCO foi amplamente noticiada em Portugal, levando os céticos do costume a defender que esta poderia ser não motivo de regozijo, mas uma nota inquietante, indicativa de alguma fragilidade do português, brandindo dois argumentos principais: 1) as grandes línguas não carecem de e não têm dias mundiais; 2) só entidades ameaçadas, desprotegidas ou discriminadas têm dias mundiais. Será que têm razão?»

A resposta da professora universitária e presidente  do Conselho Científico do IILP (Instituto Internacional da Língua Portuguesa) Margarita Correia, em artigo publicado originalmente no Diário de Notícias, em 5 de maio de 2020. 

 

N. E. – Em relação ao texto original, o que aqui se publica contém algumas ligeiras alterações introduzidas pela autora.

 

 

«O reconhecimento do português como língua global»
António Sampaio da Nóvoa, sobre o Dia Mundial da Língua Portuguesa

A propósito da consagração do Dia Mundial da Língua Portuguesa, o embaixador de Portugal na UNESCO, António Sampaio da Nóvoa, fala da importância de se criar um movimento que vá além do dia 5 de maio,  e que dê à língua portuguesa reconhecimento como língua global. Em entrevista à jornalista Maria Leonor Nunes*, defende que  projeção internacional da língua portuguesa deve assentar em quatro pilares, que ele denomina numa fórmula: «EC ao cubo: Ensino, Cultura, Criação e Ciência».

*in Jornal de Letras  (edição de 22 de abril a 5 de maio de 2020)