Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.
Linguicida

Ainda à volta do neologismo austericida frequentemente utilizado pela eurodeputada portuguesa Ana Gomes, reeleita pelo Partido Socialista, quando se refere à política seguida em Portugal pelo Governo de Passos Coelho. Texto do autor, publicado no jornal "i" de 29 de maio de 2014.

 

 

Um mar de factos na <i>Estante</i>

Pelo menos, quatro vezes fato (p. 24 (2), 37, 56) – por facto; pelo menos outras tantas contato (p. 24, 29, 34 (2) – por contacto.

 

(...)

<i>Em Alvito</i>, e não <i>" class="img-adjust">

 

O nome da vila alentejana onde os «nascimentos subiram 81%» não é precedida de artigo1. Bastava, a quem assina a reportagem no semanário "Expresso" de 17/05/2014, essa curiosidade... jornalística suplementar: como é o uso local? "No" Alvito ou "em" Alvito? E o município  da terra de...

(Des)memórias do cárcere...

«[…] no final do dia, Salomé Santos foi reenviada para a sua cárcere precária […]. Sexta-feira, Salomé Santos pode, então, sair da sua cárcere […]»

RTP, 14 de maio 2014, a propósito da detenção de uma portuguesa em Punta Cana (República Dominicana)

Campeão português. Logo, em inglês.

Media Open Day chamou o Benfica – ou melhor, quem lhe (des)trata da comunicação mediática – ao bónus de 15 minutos que deu aos jornalistas, num treino da sua principal equipa de futebol, vencedora do campeonato português deste ano, o 33.º da sua história. E como há ainda dois outros títulos nacionais assegurados ou em vias disso, o mais popular clube português, de facto, não podia ter encontrado melhor maneira de se anunciar aos portugueses. Em inglês, pois então1.

Esse

A propósito do funcionamento de telemóveis e operadoras em Angola, Edno Pimentel assinala o erro "códico", que ocorre em lugar da palavra correta, código

 

Nos últimos tempos, as pessoas já “não sabem” por que operadora optar. Queixam-se das que andam por aqui [em Luanda]. Dizem que estão «cheias de planos e promoções», no entanto, «são propagandas que já não surpreendem a ninguém».

<i>Argumentário</i>

Porquê o erudito «argumentário», e não «argumentos» ou «argumentação»? O que leva os jornalistas a colarem-se ao “discursário” político oficial?

 

Encontrei a palavra argumentário no "Expresso" e no i: o governo preparou um argumentário para justificar a «saída limpa»; no Largo do Rato [localização do Partido Socialista], desmonta-se o argumentário; Martins da Cruz tem um argumentário em defesa da  adesão da Guiné-Equatorial à  CPLP.

«[…] a sociedade vive atolhada de informação”, diz.»

Notícias ao minuto, 5 de maio de 2014

Um <i>1.º</i> [de Maio] não é propriamente um <i>1º</i> [de Maio]

A passagem de Dia do Trabalhador em Portugal deu de novo visibilidade à confusão recorrente1 na grafia da abreviatura do ordinal [1.º] com a do símbolo da unidade de temperatura [1º]. Oportunidade, ainda, para se lembrar o que prescrevem as novas regras ortográficas quantos aos meses do ano e às datas históricas e festividades.

1 Uma confusão recorrente em vários registos, alguns deles nada abonatórios do rigor da informação aí divulgada.

«A notícia do Coelho esfolado é exagerada»

«Não devemos esfolar um coelho antes de o caçar», disse o primeiro-ministro português, numa confusão com outro provérbio de sentido similar. «Afinal, não era de economia que ele falava, mas de política»... Crónica do jornalista Ferreira Fernandes publicada no "Diário de Noticias" de 24 de abril de 2014.