Pergunta:
A corrigir um exercício da Gramática Prática de Português (2.º ciclo, 2011, segundo as normas do DT e do AO) surgiu-me uma dúvida que me levou a outros exemplos. Passo a explicar. Aparece a palavra água para exemplificar um ditongo crescente. E na palavra qual a solução diz que se trata de um ditongo oral e crescente.
Primeira pergunta: tratando-se de ditongos, o mesmo se aplica à sequência -ua- das palavras lua, quando, habitual e guarda-chuva? Ou nalguns destes exemplos haverá um hiato e porquê?
Segunda pergunta: tratando-se de hiato ou ditongo, como são divididas estas palavras para efeitos de divisão silábica e de translineação?
Terceira pergunta: é a palavra água grave, ou esdrúxula?
Quarta pergunta: na palavra temia, estamos perante um ditongo crescente e oral, ou perante um hiato?
Resposta:
A respeito de lua, trata-se de um dissílabo cujo acento tónico recai na primeira sílaba, lu-. Este é um caso de hiato.
Diferente é o caso de água, quando e guarda, porque, tradicionalmente, se considera que u, depois de q ou g e seguido de vogal, se torna semivogal, formando ditongo.
No contexto da divisão silábica, se houver hiato, separam-se a vogais, porque são núcleos de sílabas diferentes, como é o caso em lua: lu.a. Nos outros casos, verificam-se ditongos, logo, não há lugar à separação de vogais e o ditongo indica apenas uma sílaba: á.gua, quan.do, guar.da. Finalmente, a respeito de habitual, há duas possibilidades: hiato em pronunciação pausada (ha.bi.tu.al) ou ditongo em pronunciação rápida (ha.bi.tual).
Atenção, que na translineação destas palavras não se devem deixar letras sozinhas, pelo que as sílabas de lua e água não se separam. Nas outras palavras, é possível a translineação:
quan-
do