Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Discurso/Texto
Evandro Braz Lucio dos Santos Professor Santa Quitéria, Brasil 1K

«Ando sem me mover, falo calado,
O que mais perto vejo se me ausenta»

Nos versos 1 e 2, há presença de paradoxo?

«Falo» no verso 1 e «vejo« no verso 2 constituem uma sinestesia mesmo em versos diferentes?

Obrigado.

Samuelson Wagner de Araújo e Silva Analista Judiciário João Pessoa, Brasil 1K

Gostaria de saber qual a função sintática de conectivos como «nesse cenário», «nesse contexto», «nesse diapasão», «nesse viés», «nessa perspectiva», «nesse âmbito», etc.

Vejo que algumas pessoas os comparam ao conectivo «nesse sentido», classificado por Othon M. Garcia como de valor conclusivo. Contudo, me parece que têm mais um caráter de retomada, de reafirmação, de ligação, semelhante ao da conjunção aditiva e.

Na minha opinião, num argumento lógico, silogístico, esses conectivos estariam mais para juntar as premissas (e) do que para apresentar a conclusão (assim).

Agradeço a todos vocês o excelente conteúdo do site. Parabéns!

Álvaro Faria Ator Lisboa, Portugal 990

Num índice de títulos, uma obra que comece por um número (por exemplo, «2001: Odisseia no Espaço») deve vir antes ou depois das que começam por letras? Obrigado.

Bernardo Monteiro Estudante Porto, Portugal 1K

Agradeço desde já a ajuda e peço desculpa pelo caráter tão vago da minha questão.

Não consigo distinguir o valor de probabilidade do valor de possibilidade. Qual é a diferença? Não consigo entender... E os casos facultados pelas gramáticas que consultei só me baralharam ...

Por exemplo, «talvez», em alguns casos, está associado a um valor e , noutros casos, a outro valor! Há algum "truque" para os distinguir? Como o faço? É que são tão mas tão similares que raramente consigo fazer a distinção.

Agradecido

Djavan Naascimento Estudante Recife, Brasil 2K

Gostaria de saber o significado da palavra "afromimizento" , usada por Sergio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares:

«Mutilação politicamente correta de obra literária, promovida por quem deveria defender o legado do bisavô. É crime! Nenhum preto pediu! Não vemos racismo na obra de Monteiro Lobato! Exceto afromimizentos, ínfima minoria, pretos odeiam a ridícula tutela da branquitude marxista!»

Lucas Tadeus Oliveira Estudante Mauá, Brasil 1K

Pensava eu que só em Portugal se dizia «Para/a si, de si, por si, consigo» fora do valor reflexivo, mas leio Nelson Rodrigues e tenho uma surpresa com a reprodução dum diálogo:

«Dr. Alceu, reze menos por mim. Se quiser, não reze nada. Mas seja meu amigo. Apenas isso: — meu amigo. E, se insiste em rezar, vamos fazer uma permuta: o senhor reza por mim e eu rezo POR SI.»

A crônica foi escrita em dezembro de 1967, mas o facto deve ter ocorrido uns dez anos antes, pelo que conheço do coleguismo de Alceu Amoroso e Nelson Rodrigues.

A primeira pergunta é: o autor estava imitando um procedimento típico de Portugal ou já existia no Rio à época? Fico um tanto dúbio porque até a primeira metade do século XX lá ainda se usava a segunda pessoa do singular corretamente. Quando surgiu este valor do pronome si em Portugal? Isto é, quando deixou de ter só valor reflexivo?

Roberto Andrade Corne Junior Professor Rio de Janeiro, Brasil 1K

Em muitos vestibulares, surgiu a ideia de «texto não verbal».

Entretanto... quando se pesquisa em um dicionário tradicional, percebe-se que o texto está ligado a palavras: “Enunciado escrito. Conjunto das próprias palavras de um autor, em um livro ou em qualquer escrito, em oposição às notas, índices, ilustrações etc.”

Com o até aqui já exposto, se admitirmos que a definição do dicionário selecionado está correta, o «texto não verbal» não existe! Mas pode-se pensar assim?

Se fui ignorante, peço desculpas! Mas pesquisei em dez dicionários e todos me deram a definição já citada!

Desde já agradeço a atenção!

Nelson Silva Professor Albergaria dos Doze, Portugal 679

No conto a “A Lua” de Jacob e Wilhelm Grimm, encontramos «Velhos e novos alegraram-se quando a nova lanterna começou a estender a sua luz…».

Existe uma metáfora na expressão «a nova lanterna»?

Cristina Silva São João da Talha, Portugal 1K

A seguinte frase, apesar de ter ponto de interrogação, é um pedido.

«Podes dar-me um beijinho?»

Como tal, considero imperativa.

O que me dizem?

Obrigada! 

Maria Duarte Explicadora Lisboa, Portugal 818

Na frase «quando lá estive, a praia parecia agradável», podemos considerar que «parecia» é um deítico temporal (a sugerir simultaneidade)?

Bem-hajam!